07. Gatilho

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Hermione ficou muito zangada com ele quando ele apareceu na aula de Feitiços depois de ter perdido a Transfiguração, mas ela se animou novamente quando ele contou tudo o que havia conquistado. Ela e Ron ficaram satisfatoriamente impressionados com a forma como ele conseguiu tirar a memória de Slughorn, e ficaram positivamente impressionados quando ele lhes contou sobre as Horcruxes de Voldemort, e como, no final, Dumbledore havia prometido levá-lo junto para destruir o próximo que ele encontrasse. Tão impressionado, de fato, que nenhum deles perguntou por que ele não tinha voltado na noite anterior. Assim, ele não precisou mentir.

Houve mais alguns acidentes felizes que poderiam ser atribuídos a Felix Felicis também, não apenas uma noite do melhor sexo que Harry já teve em sua vida. Lavender terminou com Ron – finalmente – depois de ver os três saindo do dormitório masculino. Harry estava escondido sob sua capa, então ela pensou que Ron e Hermione estavam lá sozinhos. E ela, aparentemente, explodiu.

O golpe final de sorte foi o retorno triunfante de Katie Bell, de volta do St. Mungos, devolvendo o time de Quadribol de Harry à sua antiga glória. E eles eram gloriosos. Todo o time ficou tão feliz por ter Katie de volta que voou espetacularmente, e Harry ficou animado com a ideia de que, mesmo tendo sido brutalmente pisoteados pela Lufa-Lufa na última partida, eles ainda poderiam ter uma chance pela taça. Se sua equipe permanecesse tão motivada quanto estava naquele momento, eles poderiam até ter uma boa chance de vencer. Ou, pelo menos, não chegar em último lugar.

Com todas essas preocupações, então, Harry demorou um pouco para ter a oportunidade de testar a ideia que teve ao voltar do funeral de Aragogue. Mas finalmente, numa tarde de quinta-feira, ele checou seu mapa e viu que Malfoy estava na biblioteca e decidiu tentar. Então ele escapuliu para o corredor do sétimo andar, preparou-se e começou a andar de um lado para o outro.

Preciso ver o esconderijo de Malfoy – sem chance.

Preciso saber o que Malfoy está escondendo – não.

Preciso ver o segredo do Malfoy – não.

Harry ficou parado. O que exatamente lhe ocorreu com a ajuda de Felix? Não faça isso por Malfoy. Finja que você tem um segredo. Bem, Harry tinha muitos segredos. O que ele poderia pedir? Ele pensou um pouco e então começou a andar novamente.

Preciso de um lugar para esconder minha pulseira, pensou. Preciso de um lugar para esconder minha pulseira. Preciso de um lugar para esconder minha pulseira. Três vezes, simplesmente assim. Então ele parou, fechou os olhos, respirou fundo e os abriu novamente. Lá estava. A porta. Bem ali, na frente do rosto dele.

Com os dedos tremendo de excitação, ele abriu, entrou e engasgou.

Ele estava em uma sala do tamanho de uma grande catedral, com janelas altas e ensolaradas, e diante dele havia um verdadeiro tesouro de coisas. Era como uma cidade de coisas proibidas – pilhas e pilhas do que deviam ser os segredos de gerações de habitantes de Hogwarts. Havia becos e ruas margeadas por pilhas oscilantes de móveis quebrados e danificados. Havia milhares e milhares de livros, sem dúvida banidos, grafitados ou roubados. Havia catapultas aladas e frisbees com presas, alguns ainda conseguindo pairar sem entusiasmo sobre as montanhas de outros itens restritos. Havia garrafas de poções, quebradas e inteiras. Havia chapéus, joias e capas. Havia cascas de ovos suspeitamente grandes, espadas enferrujadas e até um machado pesado e manchado de sangue.

Harry passou mais de duas horas explorando o tesouro. Ele viu um enorme troll empalhado, uma pilha de estranhas moedas de ouro estrangeiras e um aglomerado de esqueletos estranhamente disformes em uma grande gaiola de prata. Ele viu o armário quebrado e desaparecido que Montague havia perdido no ano anterior, e uma armadura um tanto amassada que virava o capacete para olhar para ele enquanto ele passava. Havia tudo o que se podia imaginar ali. Havia riquezas, e lixo, e tudo mais.

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