07. Hogwarts

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Tudo era branco. Um grande borrão branco.

Harry piscou os olhos, tentando limpá-los, mas nada mudou. Ele tentou falar em seguida e, embora sua garganta estivesse seca demais para produzir mais do que um leve chocalho, alguém pareceu ouvi-lo de qualquer maneira.

As cortinas ao redor de sua cama se abriram, e o som era tão familiar que ele sabia onde estava antes mesmo que Madame Pomfrey tivesse a chance de falar. Ele estava em Hogwarts, na Ala Hospitalar. Por um momento ele se perguntou se teria caído da vassoura novamente, antes que o passado recente começasse a se infiltrar em seu cérebro.

— Ele está acordado! — Madame Pomfrey estava dizendo. — Diretor!

Harry lutou para se sentar, mas a chefe da Ala Hospitalar o empurrou novamente.

— Deite-se, Sr. Potter. Diretor!

Um borrão em forma de Dumbledore apareceu.

— Bom dia, Harry — ele disse, sua voz gentil. — Como você está se sentindo?

— Com sede — Harry resmungou de volta. E então, — óculos?

— Poppy, se você não se importa — Dumbledore disse por cima do ombro, e enquanto Madame Pomfrey se ocupava com uma jarra, tirou os óculos de Harry e colocou-os em seu nariz.

A cena em torno de Harry ficou mais clara, e Madame Pomfrey conjurou um canudo longo e fino para ajudá-lo a beber, embora até mesmo virar a cabeça para alcançá-lo fizesse seu crânio doer. Mas a água fria fez uma sensação maravilhosa em sua garganta seca, então valeu a pena.

— Melhor? — Dumbledore perguntou assim que Harry bebeu até se fartar.

— Onde está Snape? — Harry respondeu, e o diretor deu-lhe um pequeno sorriso.

— Ele está dormindo, se seguiu as instruções. Então é provável que ele esteja escondido em algum lugar próximo.

— Há quanto tempo estou fora?

E foi Snape quem lhe respondeu.

— Setenta e uma horas — disse ele da porta, e Harry virou a cabeça para olhar para ele.

— Você estava contando?

Snape não respondeu, apenas deu um passo à frente para ficar ao lado do Diretor. Ele parecia mais pálido do que o normal, com sombras escuras sob os olhos negros.

— Como você está se sentindo? — ele perguntou, e que pergunta era essa.

— Muito ruim — respondeu Harry. — O que eu fiz? — Ele tentou se sentar novamente, e dessa vez foi Snape quem o impediu com uma mão no peito.

— Fique quieto — disse ele.

Harry olhou para Dumbledore.

— Você produziu uma magia muito forte sem varinha — respondeu Dumbledore. — Muito mais forte do que a maioria dos bruxos seria capaz. Se eu soubesse que você tinha essa habilidade, teria lhe ensinado como usá-la com segurança. — Seus olhos brilharam. — É bobagem da minha parte pensar que qualquer magia está fora do seu alcance.

— E daí? Eu me machuquei com minha própria magia?

— Pode-se dizer que saiu de você muito rapidamente. E em seu estado enfraquecido...

— Você quase morreu — Snape interrompeu e inclinou a cabeça. — Adicione a sua lista. — Dumbledore franziu a testa para ele, mas Harry conseguiu dar um pequeno sorriso.

— Eu tenho uma cicatriz? — ele perguntou.

— Nada de novo — Snape respondeu.

— Que pena.

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