02. A encruzilhada

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O fim de semana seguinte foi a primeira viagem do ano a Hogsmeade. Severus aconselhou o diretor a não fazer isso, mas foi rejeitado. E vejam só, o que aconteceu? Uma estudante quase foi assassinada.

Foi Potter quem o alertou sobre a emergência. De alguma forma, sempre foi.

Severus estava cuidando da própria vida em seu escritório, avaliando e trabalhando nos planos de aula do terceiro ano, quando seu pulso esquentou. Ele quase ignorou, presumindo que fosse mais uma bobagem de Potter, mas olhou mesmo assim, só para garantir.

[Emergência no terreno] dizia. [Katie Bell. Por favor, venha]

— Chame — Severus respondeu, e quando a pulseira formigou com o calor, — Quimera.

Ele apareceu ao lado de Potter na neve, seu rosto imediatamente ferido pela neve. Ele não tinha capa, nem luvas, nem cachecol. Um dia ruim para estar fora.

— Onde ela está? — ele gritou por cima do vento, e Harry apontou, e eles correram juntos, de volta para onde a garota estava se contorcendo no chão. Potter teve o bom senso de pegar o colar, embrulhado em seu lenço, enquanto Severus a levava de volta ao castelo. Os amigos de Potter cuidaram da outra garota. Ela estava bastante histérica.

Severus passou dez horas tentando salvar a Srta. Bell e, no final, mal conseguiu. Se um único milímetro a mais de pele tivesse tocado aquela coisa, ela estaria morta. Claramente era para o diretor, e Albus nem estava na escola naquele dia. Foi um atentado fraco e imprudente contra sua vida, e ainda mais perigoso por isso. Qualquer um poderia ter tocado. Potter poderia ter tocado. E então o que? O que qualquer um deles teria feito então?

Assim que ele finalmente a estabilizou, ela foi transferida para o St. Mungus, e Severus retirou-se para seus quartos e tomou um longo banho. Ele estava suado e exausto, e sua magia parecia esgotada, como se tivesse sido drenada através de sua varinha. Limpo, vestiu-se e mandou buscar vinho na cozinha. Ele não tinha comido, mas não achava que conseguiria comer naquele momento. O que ele realmente precisava era dormir.

Quando a garrafa apareceu - um Bordeaux - ele serviu-se de um copo e sentou-se no sofá de Harry. Ele realmente não pensou no que faria a seguir. Ele apenas encostou a varinha na pulseira.

— Você está acordado?

[Sim] apareceu quase imediatamente.

— Quer descer?

[Sim. Por favor, chame]

Severus serviu um copo para ele e o chamou, e Harry apareceu no tapete em roupa de dormir.

— Alguém viu você partir? — Severus perguntou.

— Acho que não. Está tarde. — Harry sentou-se na beirada do sofá e pegou a taça que Severus lhe ofereceu. Era tarde. Já passava de uma da manhã. A Hora Potter.

— Katie está bem? — Harry perguntou, tomando um gole.

— Ela está viva — Severus respondeu. — Eu fiz o meu melhor para salvá-la.

— Onde ela está agora? St. Mungos?

— Sim. Ela acabou de ser levada. — Harry ficou em silêncio por um momento.

— O que aconteceu? — ele perguntou.

Draco Malfoy quase a matou tentando chegar até o Diretor, ele pensou. Estupidez violenta, imprudente e imperdoável. Albus teria sentido a maldição naquele colar a cem metros de distância. Ele pensou isso, mas não conseguiu dizer e por isso não disse nada.

— Alguém deu aquele colar para ela, para levar para a escola — Harry continuou. — E não acho que tenha sido para mim.

— Não, não foi para você — Severus respondeu. — Mas você poderia ter tocado.

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