Quando Harry entrou na sala, Lupin estava sentado em uma das poltronas com um sorriso levemente tenso no rosto. Suas mãos estavam cruzadas no colo e Harry teve a vaga impressão de que ele estava tentando parecer não ameaçador.
— Olá, Harry. — Sua voz era calorosa e ele não se levantou. — Feliz Natal.
— Feliz Natal — Harry respondeu, e sentou-se na beira da lareira elevada. Ele sentiu frio e certamente não queria se sentar na cadeira ao lado de Lupin, então... a lareira. Ele cruzou as mãos entre os joelhos, lutando contra a vontade de envolver os braços em volta de si mesmo.
— Não me ocorreu que Molly não teria avisado que eu estava vindo — Lupin disse lentamente. — Me desculpe se eu choquei você.
— Não, está tudo bem — disse Harry. — Fiquei surpreso. — Pareça normal. Engraçado, talvez. — A última vez que te vi, joguei você contra a parede.
— Uma estante, na verdade — Lupin disse, e dessa vez seu sorriso pareceu um pouco mais genuíno. — Essa foi uma magia muito impressionante. Albus me disse que você está trabalhando no desenvolvimento dela.
— Sim, eu estive. Tenho trabalhado nisso o ano todo. — Amigável. Normal. Totalmente bem. — Quero ver?
— Claro.
Harry olhou em volta por um momento e então apontou para a mesa, e uma caneca vazia voou para sua mão. Ele a largou, encheu-o com água com a ponta do dedo e conjurou um único caule verde. Enquanto ele a segurava entre os dedos, uma margarida floresceu na ponta, desenrolando pétalas brancas em torno de um centro amarelo dourado. Ele colocou-a na água e, quando ergueu os olhos, a boca de Lupin estava aberta.
— Isso...— ele começou. — É surpreendente.
— Snape é um professor muito bom. — Simplesmente saiu da boca dele. E não foi isso que Severus lhe disse para dizer. Conserte. — Impossivelmente difícil, no entanto.
— Bem — Lupin disse com uma pequena risada. — Estou feliz que algo bom tenha resultado disso. Na verdade, já faz um tempo que queria me desculpar com você, mas tenho estado na clandestinidade, quase literalmente, trabalhando para a Ordem. Não consigo me corresponder com ninguém há meses. Mas sinto muito, de qualquer forma, pelo meu comportamento na sede. Foi... inapropriado. — Ele olhou para a flor e depois para Harry. — Você pode me perdoar?
Harry não falou por um longo momento. Feliz e normal. — Claro — ele disse lentamente. — Quero dizer, é claro. Foi um dia muito estranho. — Ele sorriu. — Eu também sinto muito. Por machucar você.
— De nós três, acho que foi você quem ficou mais ferido.
— Estou bem — respondeu Harry, desconfortavelmente ciente de como ele estava por baixo das roupas naquele momento. Ele tentou pensar em algo mais para dizer. Algo mais. Não sobre Snape. — Não sei se alguém te contou, mas sou o novo capitão de quadribol. Isso ocupa muito do meu tempo. Minha equipe é muito boa. Ron é meu goleiro e Ginny é uma das minhas artilheiras.
— James ficaria muito orgulhoso. Ele odiava ser capitão, no entanto. Disse que era muita pressão.
— É muita pressão. Especialmente se você perder. — Harry sorriu novamente, e Remus sorriu, e Harry de repente se sentiu muito cansado. Ele queria ir embora e queria Severus. — Bem, acho que vou ajudar a Sra. Weasley na cozinha — disse ele. — Com... as cenouras.
Ao sair da sala, ele olhou por cima do ombro e viu Lupin ir até a lareira para pegar a margarida. Ele tocou no punho e pensou, está tudo bem, depois te conto. E então: isso é exaustivo. Então ele foi até a cozinha, lavou as mãos e a Sra. Weasley deu-lhe algo para cortar.
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Pacify | Snarry
FanfictionPacificar: 1. Acalmar a raiva ou a agitação de 2. Reduzir a um estado de submissão Ele cumpriria seu dever. Salvaria Draco, se pudesse. Protegeria os alunos, se e quando a escola caísse nas mãos dos Comensais da Morte. E Potter. No que lhe dizia res...