04. Contagem

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[Chame. Chame] apareceu no pulso de Severus por volta das dez e meia daquela noite. Ele estava esperando por isso, depois da quase morte de Ronald Weasley. Ele esperava que Harry também ficasse chateado, e estava. Ele estava quase saindo de sua pele.

— Distraia-me — Harry disse quando apareceu, subindo no colo de Severus no sofá. — Eu quase o matei. Faça-me parar de pensar. Faça-me parar.

— Eu posso colocar você em imersão — Severus respondeu, segurando-o com a mão em seu peito. — É para isso que serve. Deixe-me guiá-lo. Deixe-me... — Harry beijou-o selvagemente, interrompendo-o.

— Não... — ele disse, empurrando a mão de Severus para pressioná-la mais perto. — Não, não posso fazer isso agora. Eu preciso de você. Preciso que você... conserte isso. Conserte-me.

Conserte-me. Foi o que ele disse depois que o Ministro o encurralou. E Severus o havia consertado, não foi? Chocado seu sistema em uma reinicialização total. Ele se perguntou se Harry poderia estar bem se não tivesse lhe dado as cartas e o deixado sozinho para implodir. Talvez ele estivesse bem se Severus tivesse ficado.

Bem, Severus não o deixaria sozinho esta noite, isso era certo. Não importa o que aconteceu.

— Cores — disse ele.

— Sem cores — Harry exigiu. — Apenas - me castigue. Eu quase o matei. Eu sou tão estúpido... — Severus agarrou seu cabelo e puxou sua cabeça para trás.

— Não vou encostar um dedo em você sem as cores — disse ele, e Harry soltou um gemido de frustração, resistindo ao seu aperto. Severus apenas apertou os dedos, mantendo-o imóvel. — CORES, Potter. Ou você não ganha nada. Você conhece as regras. — Harry ergueu a mão e faíscas explodiram nas pontas dos dedos. Severus o observou fazer isso, pensando que fazia algum tempo que não via Harry tão chateado. — Certo. Você quer o chicote?

— Não. Eu preciso... mais do que isso.

— Mais? — Os dedos de Severus ainda estavam cerrados contra o couro cabeludo de Harry, e Harry puxou-os violentamente até que Severus o soltou, com medo de arrancar o próprio cabelo. — Harry, Merlin, não. — Ele o agarrou novamente, desta vez pelo pescoço, e ele ficou imóvel.

— Preciso de algo pior — ele repetiu. — O que quer que seja pior do que o chicote, é isso que eu quero.

Bem. Isso não é bom, não é?

— Você quer que eu abuse de você pelo que aconteceu com seu amigo, é isso? Você quer que eu te castigue por algo que você não fez?

— Pare de me fazer perguntas e me machuque.

Severus apertou os dedos. — Não vou — disse ele.

— Eu mesmo farei isso — Harry rebateu. — Eu mereço. Foi a porra do meu chocolate envenenado que ele comeu, e eu o levei para Slughorn e ele... quase... — Ele parou de repente. — Ou você faz isso, ou eu farei. Não vou aceitar um não como resposta.

Severus olhou em seus olhos e sabia que ele estava dizendo a verdade. Ele queria ser torturado pelo que havia acontecido.

— Não foi sua culpa — disse Severus, e Harry jogou a cabeça para trás para desalojar a mão em seu pescoço.

— Eu não quero ouvir isso — ele rosnou. — ME MACHUQUE.

Severus agarrou a frente de suas vestes - ele ainda estava de uniforme - e puxou-o de volta.

— Você me escute, seu pequeno louco. Eu faço o que eu quero com você. — Ele o sacudiu com força, apenas uma vez, e os olhos de Harry se arregalaram. — E eu proibi você de se machucar, não foi? Eu acho que você se lembra. Você jurou.

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