Natalie acordou, a Louise, psicóloga e psiquiatra do hospital ia contar a ela o que houve, ela não se lembrava de nada, por lado era bom ela não se lembrar de como ela foi ferida. Eu assisti o vídeo pela câmera de segurança da área comum do banheiro e eu fiquei enojada com tudo aquilo. Ele foi um verdadeiro monstro nojento e brutal. As meninas estavam preocupadas com a mãe delas e comigo. Elas foram pra casa da Agatha, ela achou melhor as três ficarem lá do que ficarem sozinhas em casa. Quando a psicóloga contava tudo eu sai de perto não queria ouvir tudo aquilo de novo. Fui falar com ela depois a Rafa estava chegando para ficar com ela, eu precisava ir em casa um pouco. Ela chorou, pediu desculpas e aquilo doeu demais, ela não tinha culpa de absolutamente nada. Eu fui pra casa, precisava de um banho, precisava de roupas limpas, precisava pegar roupas pra ela. Fiz uma mala pequena pra ela, arrumei algumas coisas pra mim, a Adriana tinha deixado comida pronta pra mim e eu jantei. Era a primeira vez em dois dias que eu comia algo decente. Eu estava cansada mentalmente, fisicamente e emocionalmente. Voltei para o hospital, marquei uma hora com a psicóloga e fui ficar com ela. Quando cheguei eu me deitei com ela, fiquei fazendo carinho nela até que ela dormiu. Eu consegui dormir também, acordei de madrugada com a enfermeira dando uma olhada nela. Eu sai um pouco estava com fome. Fui na cantina dos médicos comprei um sanduiche e um suco. Logo a Diorio chegou, ela estava de plantão. Pegou um lanche e sentou comigo.
Diorio: Está sem sono?
Eu: Dormi um pouco com ela, a enfermeira chegou para dar uma olhada nela e eu acordei. Aproveitei pra vir fazer um lanche, estava com fome.
Diorio: Como você está?
Eu: Com raiva, com muita raiva. Estou cansada também em todos os sentidos. Quero leva-la pra casa cuidar dela. Eu não sei como vai ser agora Diorio, eu não sei como vai ficar a cabeça dela com tudo isso.
Diorio: Estou preocupada com isso também. O fato dela não se lembrar de nada é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom que ela não vai ficar remoendo as imagens na cabeça dela e nem revivendo esse momento pavoroso na cabeça dela, e ruim porque ela vai ficar se forçando a lembrar e se sentindo culpada.
Eu: Esse é o meu medo. Ela ficar se culpando. Tenho medo disso destruí-la. - suspirei.
Diorio: Estamos aqui para ela, estamos aqui por você e para as meninas. O que vocês precisarem, estaremos aqui. Vamos passar por tudo isso juntas ok? – me abraçou.
Eu: Obrigada, por tudo... – logo voltei para o quarto. De manhã ela tomou café, eu tomei café com ela. Ela não queria conversar. Só perguntou das meninas. Depois a psicóloga foi falar com ela e depois eu fui falar com a psicóloga na sala dela.
Louise: E então Priscilla como você está?
Eu: No meio de um turbilhão. Eu não sei como agir Louise. As cenas da câmera de segurança não saem da minha cabeça. A minha mulher machucada no chão não sai da minha cabeça. A cara daquele psicopata com aquele sorrisinho nojento não sai da minha cabeça. A minha vontade é ir ao presidio com um bisturi e abri-lo inteiro e deixa-lo sangrar até morrer.– falava com ódio.
Louise: Priscilla, se acalma...
Eu: Não dá pra me acalmar Louise, a minha mulher foi estuprada, foi machucada, brutalizada e isso vai acabar com ela. – comecei a chorar. - E eu não pude fazer nada. Eu não fiz nada. - Eu chorei descontroladamente. Ela me deu um comprimido, conversamos um tempo e ela me receitou um antidepressivo. Ela fez uma receita para a Natalie de um antidepressivo e um remédio para dormir. Na hora do almoço pedi o almoço dela e o meu. E recebemos uma surpresa, a visita das meninas. Elas vieram almoçar com a gente. Natalie ficou feliz em vê-las. Foi o único momento leve que tivemos em dias. Nossas filhas amenizavam as coisas. No dia seguinte Natalie recebeu alta no fim da tarde. Eu assinei a papelada dela e fui até a sala do conselho, sempre tinha um membro do conselho no hospital e como eu sofri a medida administrativa ele ficava lá o tempo todo como chefe até a minha volta. – Posso entrar?
XX: Claro... Como está a Doutora Smith?
Eu: Ela está bem na medida do possível. Vai precisar de repouso, amor e carinho agora. Vai tomar remédios para controlar as emoções – suspirei.
XX: Está exausta.
Eu: Muito... Eu ainda estou afastada pela medida e... – ele me interrompeu.
XX: Tire um tempo. Cuide da sua mulher. Sabe que eu fui contra essa medida ridícula não sabe?
Eu: Sim eu sei.
XX:Eu assumo daqui, tire um mês fique em casa, cuide da sua mulher, das suasfilhas e de você. Vocês precisam desse tempo. Eu já fiz o pedido, o conselhoaprovou, está liberada a contar a partir da data da sua volta da medida. – me deu os papeis, eu assinei tudo peguei minhacopia o agradeci e sai. Saímos pelo estacionamento, ainda tinham repórteresquerendo uma noticia. Soltei uma nota a imprensa bem simples e sem detalhes.Chegamos em casa ajudei a Natalie a subir para o nosso quarto a tomar um banhoque ela estava louca por um banho descente.
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NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 32 anos sou chefe de cirurgia no maior hospital de Boston, o Massachusetts General Hospital. Minha especialidade hoje é cirurgia fetal e a cirurgia geral e pediátrica. Moro em Boston a quase 2 anos, desde...