Capítulo 65

629 50 21
                                    

Elisangela: Que bizarro... Chama uma unidade de perícia por favor Sandro... – ele foi até o carro. – Quem mandaria um feto dentro de um frasco pra senhora?

Eu: Eu desconfio de uma pessoa que me odeia muito e quer a minha mulher a todo custo.

Nat: Priscilla... – falou me repreendendo e eu apenas fechei a cara pra ela.

Elisangela: Quanto tempo tem esse feto? Uns 4 meses?

Eu: 5 para 6. Eu sou cirurgiã fetal. Isso é material de estudo de alguma faculdade ou hospital escola.

Elisangela: E a pessoa que desconfia, tem acesso?

Eu: Com certeza. Ele é professor de medicina.

Sandro: Vão mandar a perícia da unidade aqui da Barra, chegam em 5 minutos.

Eu: No banco de digitais eu tenho certeza que vão encontra-lo. Ele já foi preso algumas vezes por ser um babaca.

Elisangela: Qual o nome dele?

Eu: Rodrigo Ferraro. A gente brigou a alguns dias num restaurante. Minha esposa e eu nos separamos a mais de 6 anos por causa dele, e ele por uma infeliz coincidência chegou no restaurante que fomos jantar a alguns dias.

Sandro: Ele persegue a senhora no dia a dia?

Eu: Não. Eu moro em Massachusetts, Boston. Estou aqui de férias. – a perícia chegou e realmente tinham digitais na caixa e no vidro. O vidro tinham diversas, afinal todo mundo coloca a mão, e na caixa haviam três. As minhas, a do entregador e a da pessoa que enviou para mim, porque no vidro tinha a mesma digital que tinha na caixa. Quando colocaram no computador deles, bingo... Rodrigo Ferraro.

Elisangela: Realmente é a digital dele. Vamos registrar a ocorrência.

Eu: Quero pedir uma medida protetiva, para mim, minha esposa, minha filha de 5 anos e toda a minha família e a família dela. Eu sei que logo ele será solto e eu não quero esse lixo perto da minha família. Eu vou embora daqui duas semanas, mas a minha família ficará aqui, e ele é um criminoso ameaçador.

Elisangela: Sim senhora. Pode nos acompanhar até a delegacia? Para fazer o pedido de restrição precisa da sua presença lá.

Eu: Claro, vou pegar minha bolsa – eu subi me troquei rapidamente peguei minha bolsa, Natalie veio comigo, fomos no carro da minha mãe. A perícia levou a caixa, o caso seria investigado embora já soubessem exatamente quem fez aquilo, ele receberia um mandado de prisão preventiva. Eu expliquei a situação ao delegado, assinei meu depoimento, a Natalie falou também, assinou e fomos embora. A medida seria expedida em alguns dias. No caminho pra casa Natalie continuava muda e isso me dava raiva. Chegamos em casa, meu irmão e minha cunhada estavam lá com a filha deles e minha filha. A gente almoçou junto e fomos arrumar nossas coisas a gente embarca no fim da tarde para o Sul. – Vai ficar muda Natalie? Não vai falar nada sobre seu namoradinho idiota não? – falei com raiva.

Nat: Que namoradinho Priscilla? Eu nunca tive nada com ele. Vamos voltar nesse assunto de novo? É sério isso? Eu não vou brigar com você e é isso que você quer.

Eu: Você está muda desde que chamei a polícia, me repreendeu na frente da policial, só falou com o delegado para prestar depoimento e parecia o tempo todo querer amenizar a situação daquele criminoso. Não sei se reparou, mas aquele feto no vidro que ele mandou, foi uma ameaça ao nosso bebê que está aqui dentro de mim. E você ainda acha que ele é um ser de luz inocente? – eu estava explodindo.

Nat: Eu não acho nada Priscilla, eu acho que ele errou sim e tem que pagar pelo que fez. Ele é maluco e eu não vou brigar com você por causa de um maluco, lunático. Queria que eu dissesse o que? Que eu rolasse no chão e chorasse? E eu não te repreendi, eu só chamei a sua atenção para que você não levasse a historia para um lado muito pesado. Que droga, você sempre volta nesse assunto, esquece isso. – falou com raiva. – E quer saber? Não precisa ir para o Sul comigo se for pra ficar com essa cara e ficar toda nervosinha, de verdade, eu não quero... Não quero estragar as férias com a minha família e com a minha filha.

Eu: Não perde a mania né? De toda vez que fica com raiva, monopolizar a Manu de enfatizar que ela é sua filha. Esqueceu que ela é minha também?

Nat: Vai para o inferno Priscilla. Não vou ficar ouvindo seu showzinho. – fechou a mala, colocou no chão e saiu do quarto. No fim do dia ela terminou de arrumar a Manuella pegou a mala dela e a da Manu e desceu para colocar no carro. Eu fui tomar banho. – Priscilla nosso voo sai em uma hora, a gente vai atrasar.

Eu: Eu não vou. Você disse que era pra eu não ir, então eu não vou. Boa viagem e aproveite.

Nat: Você está sendo infantil.

Eu: Pense o que quiser, eu não me importo. – dei as costas pra ela lavando meu cabelo. Quando sai do banho vi que não tinha ninguém em casa, minha mãe ia leva-las ao aeroporto. Eu terminei minha mala, adiantei minha passagem pra Boston e viajo de volta pra casa em três dias. Fui pra casa do meu irmão.

Lipe: Não era pra você estar no aeroporto? – falou abrindo a porta.

Eu: A Natalie e eu brigamos – contei o que houve.

Lipe: Vocês estão brigando de novo, por causa daquele imbecil.

Eu: Estamos. – fiquei lá um bom tempo e fui pra casa.

Mãe: Ela embarcou chorando e a sua filha muito triste.

Eu: Ela que disse pra eu não ir, e agora ela chora? Ela ficou toda feridinha por causa do amorzinho dela e eu que estou errada? Me poupe mãe. Você viu como ela reagiu aqui na frente dos policiais, e lá na delegacia só faltou ela chama-lo de coitado. Eu não vou ficar me desgastando, porque mais uma vez ela foi condescendente com aquele imbecil. E eu estou muito grávida pra ficar brigando. – no dia seguinte fui almoçar na casa dos meus tios, e jantar com a minha avó. No outro fui ver alguns amigos do hospital fiz minha consulta com a Ana Rosa para pegar o laudo para viajar e no outro dia eu embarquei as 8:45 da manhã para São Paulo cheguei as 10 da manhã tinha uma escala de 1h40 para troca de aeronave, e embarquei as 11:40 da manhã para NY. Cheguei em NY as 20:30 no horário do Brasil, e lá eram 19:30. 1h30 fiz outra troca de aeronave e as 21 horas o voo decolou para Boston e as 22:15 eu cheguei em Boston, estava exausta e faminta. Eu tinha pedido pra Odete fazer supermercado, e abastecer minha geladeira que eu chegaria muito tarde, e ela já disse que tinha feito porque o Lukkas estava ficando lá em casa por causa do Badu e eu já tinha até esquecido que ele estava ficando lá. Peguei minhas malas, peguei um taxi e cheguei em casa as 23:30. Olhei o que tinha na geladeira e tinha uma lasanha individual montada e uma salada também. Eu amo a Odete. Tinha um bilhete falando para deixar 35 minutos no forno então coloquei o timer e fui tomar um banho, hidratei meu corpo e desci. A Lasanha já estava pronta eu comi como se fosse a oitava maravilha do mundo. Badu não saia de perto de mim, até no banheiro enquanto eu tomava banho ele ficou deitado. Ele se sentia sozinho, estava pensando em arrumar outro cachorro pra fazer companhia a ele. Mandei mensagem pra minha mãe avisando que eu tinha chegado bem e que não era pra contar a Natalie que eu tinha ido embora. Eu estava de saco cheio de brigar. Eu recebi a medida protetiva no fim da tarde do dia anterior e soube que o Ferraro foi detido. Deixei o meu advogado no Brasil resolvendo tudo e qualquer coisa eu conversaria por skype com quem fosse preciso. Acordei quase na hora do almoço, Odete estava começando a fazer comida. Sai pra passear com o Badu pelo condomínio e voltei pra casa. Tomei um banho e fui ajudar a Odete. Contei a ela o que aconteceu e ela foi bem direta dizendo que nós duas estávamos erradas. 

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora