Depois de duas horas Agatha chegou com a Sonia.
Agatha: Como ela está? – estava assustada.
Eu: Em cirurgia ainda. Não temos noticia.
Agatha: A culpa é minha. Eu deveria ter saído da cidade com ela enquanto eu podia. – chorava.
Eu: Você seria procurada de qualquer jeito Agatha. O que era pra acontecer, aconteceria de qualquer forma. Senta ai e se acalma. Se desesperar não vai mudar em nada as coisas.
Agatha: Como consegue ficar calma?
Eu: Surtar vai trazer a minha filha de volta? Não vai. – falei nervosa. – Eu estou explodindo por dentro, mas não vai trazer a Maddison intacta de volta Agatha, então chega... – eu estava com raiva dessa situação. Depois de mais 5 horas de espera a cirurgia acabou.
Diorio: Ela está estável, a cirurgia foi como o esperado. Ela está em coma induzido vai ficar assim 24 horas. O corpo dela precisa descansar. Tudo que precisava ser resolvido foi resolvido. Fizemos exames sensoriais e ela tem todos. – nos explicou tudo. Eu, Natalie e Agatha entramos para vê-la e logo fomos embora.
Nat: Ela vai ficar bem não vai?
Eu: Vai. Ela é forte e vai sair dessa. – a abracei. – Vamos tomar um banho e vamos descansar vem... – fomos tomar banho juntas e deitamos. Dormimos até as 10 da manhã. Fomos para o hospital a gente ia trabalhar. Passamos para ver a Maddie, ela estava reagindo bem, estava responsiva isso era bom. Sempre que dava eu ia até a UTI dar uma olhada nela. Eu estava de plantão de 36 horas então quando ela acordou eu estava lá. Fui até a UTI vê-la. – Como ela está Diorio?
Diorio: Está bem, está orientada, o cansaço é normal, a dor de cabeça é normal como você sabe. A dor no corpo também.
Eu: Ela lembra do que aconteceu?
Diorio: Sim. Ela sabe que ultrapassou o sinal vermelho num cruzamento ela disse que foi sem querer, ela estava desatenta e logo aconteceu o impacto. Perguntou se a pessoa que bateu nela estava bem.
Eu: Quanto tempo ela vai ficar aqui?
Diorio: Na UTI ela fica mais 24 horas pelo menos, depois ela vai para o quarto, deve ficar uns 5 a 7 dias e pode ir pra casa. Vai precisar de repouso afinal ela passou por três cirurgias em uma, então ela precisa descansar, evitar subir e descer escadas. – falou mais algumas coisas e eu entrei para vê-la.
Eu: Hei filha... Como você está?
Maddie: Vai embora. Você não é minha mãe... – aquilo doeu.
Eu: Maddison... – a lágrima caiu dos olhos dela.
Maddie: Eu confiei em vocês, e vocês mentiram pra mim. – falava sentida.
Eu: Filha... – me sentei de frente pra ela – Eu e a Natalie não sabíamos que você não sabia da sua história. Até a poucos dias, a gente achava que você só não gostava de falar sobre o assunto. Então nunca tocamos nele para não invadir seu espaço. Até que a sua mãe falou que nunca te contou a verdade.
Maddie: Poderiam ter me contado.
Eu: Não Maddie, não podíamos. Somos suas mães, mas essa história é sua e da Agatha. Não tínhamos o direito de invadir essa história. Não era nossa para contarmos. Filha, eu te amo... a mamãe ama você também. Você é nossa, do nosso coração e dói saber que você agora não sente que somos suas mães. Temos uma família estranha, mas nunca faltou amor – deixei cair uma lágrima. – Por mim e pela Natalie, isso nunca aconteceria. Essa família não chegaria perto de você, e você não precisaria passar por isso. Se soubéssemos que você não sabia da verdadeira história desde o começo, eu e a Natalie teríamos conversado com a Agatha antes. Por que se nós estivéssemos no lugar dela, a gente ia esperar você ter idade suficiente para amadurecer e absorver o assunto e contaríamos a você, porque não é certo, não é justo que uma pessoa viva a vida toda sem saber a verdade sobre ela. Eu sinto muito que a sua mãe não tenha te contado e eu sei que tudo isso é uma droga, mas ela tentou te proteger de alguma forma.
Maddie: Foi por isso não foi? Foi por isso, que você e a Natalie me assumiram legalmente com a minha mãe? Por que ela não era estável suficiente para cuidar de mim como deveria e que a qualquer situação de risco ou de desequilíbrio dela, vocês me teriam. – me olhou.
Eu: Sim... Quando você foi pra casa com ela, sua mãe não estava sabendo lidar com tudo o que tinha acontecido a ela, e cuidar de você como se deve. Natalie e eu estávamos preocupadas e nós te amávamos demais e não queríamos que você ficasse vulnerável. Então eu e a Natalie assumimos com ela a responsabilidade sobre você. Qualquer coisa, teríamos como ficar com você sem problemas. E também – sorri – Já amávamos você incondicionalmente, você já era nossa no nosso coração, e é nossa.
Maddie: Eu não sei se quero falar com essas pessoas. Eu não quero ter o nome deles.
Eu: A sua tia e a sua avó querem conhecer você, querem conversar com você. Elas não se envolviam mais com aquele homem desde que souberam o que ele fazia. Elas são boas pessoas e só querem ver você, conversar e se você quiser, querem manter uma amizade, um contato com você. Se você sentir no seu coração, encontre com elas. Elas já sabem do acidente, já saiu em jornais e na internet então elas ligaram pra sua mãe, ligaram pra mim, estão muito preocupadas. São boas pessoas Maddison. Se quiser dar uma chance, faça de coração aberto, talvez seja bom. Você tem uma irmã, a Taylor sua tia quem cuidou dela, hoje ela mora sozinha tem a vida dela, se chama Susan, tem 28 anos, vê a Taylor e a Janice varias vezes na semana. Ninguém vai te obrigar a nada ok? – meu celular tocou. – E por falar nelas... É a Taylor. – eu atendi. – Taylor...
Taylor: Priscilla, oi... Desculpa deve estar no trabalho.
Eu: Tudo bem, pode falar.
Taylor: Como a minha sobrinha está? Mamãe não dormiu a noite toda, chorou bastante preocupada. Eu ainda nem consegui trabalhar, não paro de pensar. – perguntou preocupada e estava no viva voz. Maddie suspirou.
Eu: Ela está bem na medida do possível. Está com dor o que é normal no caso dela, mas ela está bem, já está acordada.
Taylor: Ai que bom, graças a Deus.
Maddie: Pede pra elas virem aqui se quiserem – falou baixo.
Eu: Taylor?
Taylor: Sim?
Eu: Se quiserem vir visita-la, ela vai recebe-las.
Taylor: Se...sério? – ela até gaguejou.
Eu: Sim. Eu estou na UTI com ela. Amanhã ela deve ir para o quarto então poderá receber visitas.
Taylor: Claro. Vamos sim... Claro que vamos a mamãe vai ficar muito feliz.
Eu: Temos três horários de visitas, pela manhã as 9:30, a tarde as 14:30 e a noite as 18:30.
Taylor: Vamos a tarde, para ela descansar dormir mais um pouquinho.
Eu: Tudo bem. Mas ela está bem, está fora de perigo tá?
Taylor: Tá, obrigada. A mamãe quer saber se ela gosta de chocolate. – Maddie fez careta e eu ri.
Eu: Não... Ela está ouvindo a conversa, a Maddie é a única humana na terra que não come chocolate. Ela gosta de tudo, menos de chocolate.
Taylor: Meu Deus, como ela vive? – Maddie deu risada e gemeu de dor. – Oh a risada dela. – falou boba.
Eu: Minha filha não sabe como é bom o prazer de um chocolate. – conversamos mais dois minutos e desligamos.
Maddie: Espero que eu não me arrependa.
Eu: Não vai... – eu fui bipada – Tenho que voltar ao trabalho. Eu volto pra te ver depois.
Maddie: Mãe?
Eu: Oi?
Maddie: Desculpa... Por tudo. – fui até ela.
Eu:Eu te entendo filha... E eu te amo e respeito seu momento. – dei um beijo nela. – Te amo, te amo e te amo – dei vários beijos nela e sai. Fui fazerum atendimento acabei entrando numa cirurgia. Quando sai, passei pra ver aMaddie, era umas 15 horas a Agatha estava com ela, as duas conversavam echoravam, eu achei melhor não entrar. Mandei mensagem de voz pra Nataliecontando como foi tudo com ela e ela ficou mais aliviada. Antes de ir emborapassei pra dar um beijo na minha filha e a Agatha ainda estava lá com ela,pareciam ter se entendido.
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NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.
Fiksi PenggemarMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 32 anos sou chefe de cirurgia no maior hospital de Boston, o Massachusetts General Hospital. Minha especialidade hoje é cirurgia fetal e a cirurgia geral e pediátrica. Moro em Boston a quase 2 anos, desde...