Capítulo 117

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Lavei o cabelo dela a ajudei a sair do banho a se secar, fiz os curativos nela. Ela não se olhava no espelho.

Eu: O que quer para o jantar?

Nat: Uma pizza daquelas que só você faz e as nossas filhas pertinho de mim. – sorriu de leve.

Eu: Não coma as meninas amor... Elas são chatas, mas a gente as ama – brinquei e ela riu.

Nat: Só um pouquinho com salzinho. – brincou.

Oly: Ninguém vai me comer...

Manu: Nem a mim...

Nat: Com salzinho – fez bico.

Oly: O que vamos jantar hoje?

Eu: Pizza da mamãe aqui.

Manu: Delicia... O que acham de maratonar Harry Potter...

Nat: Uh... Isso é bom...

Pri: Dei valor agora... Cadê a Maddison?

Manu: Na faculdade, tem prova até as 19 horas. – eu desci montei as pizzas de sabores diferentes, eu já tinha tomado banho. Quando a Maddie chegou vermelha feito um pimentão eu coloquei as pizzas no forno. A Natalie desceu para o cinema colocou o primeiro filme. A Maddie desceu e deitou na barriga da Nat.

Nat: O que foi filha?

Maddie: Minha cabeça vai explodir...

Nat: Está com dor?

Maddie: Não. Eu descobri que sou burra. – eu comecei a rir.

Eu: Mas descobriu isso hoje filha?

Maddie: Não tem graça mãe. Eu fui malzona na prova.

Eu: E era de que?

Maddie: Sobre ginecologia. Eu me dei muito mal eu tenho certeza. Eu não sei nada sobre vaginas e úteros e sobre mulheres, eu devo ser reptiliana, eu sou muito burra e nem conheço o corpo feminino – ela estava divagando e estava emburrada.

Oly: Eu sei tudo sobre vaginas...

Eu: Eu não precisava ouvir isso...

Nat: Eu também sei tudo sobre vaginas.

Eu: Eu também sei. – dei de ombros.

Manu: Por que vocês são assim? – resmungou.

Maddie: Eu odeio vocês. – fez bico e nós rimos.

Eu: Odeia nada. É só uma prova filha, vai ficar tudo bem.

Nat: A mãe tá fazendo pizza, isso vai te animar. – fez carinho nela. As meninas me ajudaram com as pizzas e o refrigerante e começamos a ver o filme. Vimos 2 filmes e fomos pra cama. Natalie escovou os dentes e tomou os remédios. Eu fiz o mesmo e deitei com ela. – Como é bom estar na minha cama.

Eu: Nada como a casa da gente.

Nat: Vai trabalhar que dia?

Eu: Estou de licença.

Nat: Por que?

Eu: Pra cuidar de você.

Nat: Amor não precisa, eu vou ficar bem.

Eu: Eu sei que vai, mas eu preciso cuidar de você, cuidar de mim, das nossas meninas. Temos muitas coisas para resolver. Tribunal, advogados, enfim... precisamos de um tempinho para nós – dei um beijo nela. – Eu te amo.

Nat: Eu te amo... – ela dormiu rápido eu demorei um pouco ainda a dormir. Natalie acordou as cinco da manhã chorando.

Eu: Amor... O que foi?

Nat: Eu estou com medo. Onde eu estou? - chorava assustada.

Eu: Em casa... – acendi o abajur... – Calma a gente está em casa, fica calma.

Nat: E se ele aparecer aqui? – chorava.

Eu:Ele não vai aparecer aqui amor, ele está preso. A gente mora num condomíniomuito seguro, ninguém entra aqui sem ser avisado, sem autorização fica calma. – a abracei e ela chorou muito. Ela tremia tantoem meus braços que eu estava assustada. Fazia carinho nela, tentava acalmá-lade todas as formas e nada estava resolvendo. Isso não seria fácil. 

A primeira semana Natalie sentava no jardim, tomava café na varanda, até que sair virou um tormento pra ela. Ela não queria mais sair na porta. Ela chorava todas as noites antes de dormir e acordava chorando maioria das vezes de madrugada. Na terceira semana, Natalie não falava uma palavra, ela parecia orbitar em volta dela mesma. Ela não conversava comigo, não conversava com as filhas, a terapeuta ia até nossa casa e ela não falava nada, só ficava olhando para o nada, era como se ela estivesse catatônica. Eu tive que coloca-la no soro porque ela não bebia água, quase não comia. – Amor, precisa falar comigo, precisa se alimentar. Eu vou ser obrigada a internar você, está me ouvindo Natalie? Você precisa reagir, ou eu vou ter que internar você... – falei já um pouco sem paciência. Ela me olhou e deixou uma lágrima cair.

Nat: Me deixa morrer... – aquilo me doeu tanto.

Eu: Não... Claro que não... Somos sua família, eu sou sua esposa, você tem uma mulher, você tem filhas, você tem pais. Precisa reagir, pelo amor de Deus, você já está assim a três semanas.

Nat: Alguma coisa... Alguma coisa vai acontecer...

Eu: Não vai... Você está segura.

Nat: Não estou. Eu sei que vai acontecer alguma coisa, eu sinto dentro de mim. 

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora