Capítulo 94

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PRISCILLA NARRANDO...

Que loucura essas ultimas semanas. Estamos próximos de viver um caos mundial, ganhamos o maior prêmio de medicina dos Estados Unidos e nossa filha fez um aborto. As vezes eu acho que eu não vou aguentar tantas coisas ao mesmo tempo. A preocupação entre o conselho é que o novo coronavirus como vem sendo chamado na China, saia do controle e chegue aos Estados Unidos e o pior, ao mundo todo. Seria uma pandemia, seria um verdadeiro inferno sem meios de combater a principio. Estávamos na dúvida se já fazíamos contato para a compra de materiais de proteção e higiene em grande quantidade e o principal, respiradores. Essa semana vamos definir tudo isso. Boston tem quase 700 mil habitantes e 20 hospitais. Seriam 35 mil pacientes para cada hospital numa infecção de toda a população, ou seja, não daríamos conta. Estávamos conversando também sobre adiantar o internato dos alunos de todas as faculdades de medicina, porque vamos precisar de mais gente. Não podemos expor nossos cirurgiões a um vírus afinal de contas, as outras doenças não darão uma pausa. Eu contei pra Natalie, não dava para esconder da minha mulher a minha preocupação, ela deu ideias, a gente já fazia planos caso tudo isso explodisse. Agora a bomba para desarmar se chamava, Agatha. Tínhamos que contar a ela do aborto da Maddison. Nosso coração doeu muito com a fragilidade dela com toda a situação e com o medo dela de nos contar antes. Quando Natalie e eu fomos pra cama a gente falou sobre isso. Natalie lembrou de como os pais dela e minha mãe no inicio acharam uma loucura assumirmos a Maddison legalmente como guardiãs e depois assumirmos junto com a Agatha todas as responsabilidades e decisões sobre ela. E com tudo isso, acho que nunca tive tanta certeza de uma decisão tomada para minha vida e a Natalie não estava diferente. Agatha era uma ótima médica, ela era uma boa mãe, a Maddie foi muito amada desde que ela soube que estava grávida. O tempo que ela passou conosco, Maddie só falava coisas boas que ela e a mãe faziam. Agatha vem de um lar muito desestruturado, e o desequilíbrio dela vinha disso. Maddie precisava de estrutura, e depois do que aconteceu com a Agatha a insegurança dela só aumentou e Natalie e eu percebemos com o decorrer do tempo como ela tinha medo de tudo, como ela ficava apavorada quando a babá chegava 5 minutos além do horário habitual com a Maddie da escola, como ela se desesperava quando a Maddie tinha uma febre ou com o que ela comia numa lanchonete com medo de alguém ter colocado algo na comida dela. Ela estava num estado paranoico absurdo então Natalie e eu decidimos pelo bem da Maddie propor a Agatha compartilharmos a guarda dela. Ela não levaria nosso nome a menos que fosse necessário, mas teríamos uma documentação, clara e objetiva, nos dando liberdade e direitos sobre ela, porque a Agatha não tinha condições de ser mãe da Maddie e tomar todas as decisões sobre ela sozinha. E de fato, Maddie ficou muito melhor passando mais tempo com a gente, a Agatha ficou mais segura decidindo sobre a vida da Maddie com a gente. Ela precisava de uma estrutura familiar. No dia seguinte fomos trabalhar cedo, tínhamos plantão, a Agatha estava de plantão também. No momento oportuno a chamamos para conversar na minha sala.

Agatha: Oi, pediu pra me chamar?

Eu: Sim, está muito ocupada?

Agatha: Não. Acabei de almoçar, tenho um tempinho agora pra descansar. O que houve?

Eu: Conversamos com a Maddie ontem... – contamos a ela tudo o que aconteceu e ela ficou parada ouvindo sem dizer nada.

Agatha: Eu sou uma péssima mãe. Eu falhei com ela, eu falhei muito com a minha filha. – começou a chorar.

Nat: Agatha, não é isso. A Maddie se descontrolou com o fim do namoro, ela começou a fazer um monte de coisa pra chamar atenção e pra sufocar o que aconteceu e infelizmente deu no que deu. Não foi sua culpa, não foi nossa culpa. – conversamos com ela longamente, pedimos muito que não tivesse briga, porque isso não ajudaria em nada e a afastaria dela. Ela não estava de plantão, então ia passar lá em casa para conversar com a filha, eu só desejava que essa conversa fosse saudável. Na hora jantar mandei uma mensagem pra Nat.

Oi vida, vou jantar agora, já comeu?

Ela logo respondeu...

Oi vida, acabei de sair de uma cirurgia e estou faminta, te vejo no refeitório.

Eu respondi de volta...

Ok...

Tirei meu jaleco e fui para o refeitório. O refeitório dos médicos mudou bastante, a comida era péssima e uma das primeiras mudanças que fiz foi na nutrição, na qualidade dos pratos, e no atendimento. Somos médicos, não cobaias de um experimento. Tínhamos que estar bem alimentados. Ele funcionava 24 horas e estava funcionando muito bem, comida muito boa e bem caseira e de qualidade. Natalie chegou.

Eu: Oi...

Nat: Oi vida... – me deu um selinho. Lavamos as mãos e fomos nos servir. Pegamos suco e nos sentamos numa mesa mais afastada. Muitos médicos estavam jantando aquela hora. – Amor, vamos viajar?

Eu: Viajar assim, sem mais nem menos?

Nat: É... Sei lá, a gente só trabalha e cuida das meninas, saímos pra jantar as vezes, o sexo continua gostoso, mas quero fazer algo só nós duas sabe. Nem que seja só um final de semana, não fazemos isso faz tempo.

Eu: O que acha de Las Vegas? Um final de semana tipo do nosso casamento. – sorri.

Nat: Com muito sexo, bebida e sexo?

Eu: Falou sexo duas vezes amor.

Nat: E não foi sem querer – piscou pra mim.

Eu: Pode folgar sexta?

Nat: Deixa ver – pegou o celular dela e eu peguei o meu. – Posso...

Eu: Eu também...

Nat: Vamos jantar e comprar passagens reservar uma suíte.

Eu: Combinado... – a gente jantou, comeu sobremesa e fomos pra minha sala. Sentamos para olhar passagem enquanto eu via o hotel. Conseguimos um hotel dentro do cassino era o que queríamos. Vamos viajar na quinta a noite e voltar no domingo a noite.

Nat: Prontinho. Passagem reservada, a gente embarca na quinta as 22 horas.

Eu: ótimo... O hotel já está reservado e podemos entrar após a meia noite. – a beijei. – O que acha de uma rapidinha aqui agora hein? – a porta foi aberta como um furacão nos assustando.

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora