NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.

Capítulo 19

Eu: Filha já são 20:30, não está na hora de você dormir não? Vai ficar ai gritando feito uma maluquinha? – ri.

Pri: Ahhhhhhhhh... - imitava ela e ela levantava os braços e gritava.

Eu: Isso mesmo Priscilla, coloca fogo na sua filha que ela não vai dormir nunca mais.

Pri: Ela não está com sono.

Eu: Está sim. Ela está brigando com o sono por sua causa.

Pri: Ta bom, eu vou parar. Pode colocar a mesa, tirar a carne do forno que eu a faço dormir?

Eu: Tá.

Pri: Vamos dormir menina maluquinha – a pegou e a beijou. – Dá beijo na mamãe.

Eu: Boa noite filha. Te amo. – dei um beijo nela e ela subiu. Depois de 20 minutos a Pri desceu. Ela já tinha dormido.

Pri: Prontinho, está dormindo feito um anjo. Vamos jantar.

Lukkas: Pri, sua casa é linda.

Pri: Obrigada. Eu amo essa casa, é a casa dos meus sonhos.

Eu: Ficou muito bonita, bem decorada.

Pri: Do jeito que a gente sonhou. – eu olhei para o Lukkas que sorria malicioso. – E então Lukkas, o que acha que vir trabalhar aqui? Estamos precisando de psicólogos no hospital. O BCH está com uma mudança no quadro geral de funcionários e precisamos muito de psicólogos.

Lukkas: A Dani me fez esse convite e estou pensando em aceitar, o problema é arrumar um lugar pra morar aqui está bem difícil.

Pri: Pode ficar aqui o tempo que precisar, ate encontrar um apartamento. Essa casa é imensa, tem uma casa independente também a casa de hospedes, é super confortável, aconchegante se preferir ficar lá, você quem sabe. Mas é muito bem vindo aqui, fique o tempo que precisar. O salario é ótimo os horários são ótimos também, seu currículo é ótimo. Podemos agilizar isso enquanto ainda está aqui.

Lukkas: Com quem eu tenho que falar?

Pri: Chefe Keaton... Uma excelente pessoa, vou falar com ela amanhã de manhã agendar uma entrevista com ela.

Lukkas: Ok. – sorriu. Ia ser bom ter o Lukkas por perto.

Pri: E você Nat, como ficou o trabalho?

Eu: Tive que sair quando o Matteo começou a adoecer muito em seguida, eu viajei muito pra cuidar dele, então não dava pra trabalhar. Continuei me atualizando é claro, mas não abro ninguém a meses e estou morrendo de saudade disso.

Pri: Vamos ver como vai ficar a situação do Matteo e volta a trabalhar, vai enlouquecer sem trabalhar.

Eu: Já estou enlouquecendo. – jantamos conversando sobre coisas aleatórias, o Lukkas subiu, eu ajudei a Pri a guardar a comida, a lavar a louça. Esterilizei as mamadeiras das crianças.

Pri: Vinho? – veio com duas taças.

Eu: Obrigada. – peguei a taça e ela me serviu. – Tá bom, não enche. Eu ainda amamento.

Pri: Ok... – fomos para a sala a lareira estava acesa nos sentamos no tapete. – Está bem? Está confortável?

Eu: Sim, obrigada. Por que está fazendo tudo isso Pri?

Pri: Por que são meus filhos, porque é você. Era pra você estar aqui comigo desde o começo.

Eu: Mas não aconteceu como planejávamos – suspirei.

Pri: Não. Aquele dia eu cheguei em casa mais cedo pra te contar que eu tinha conseguido a chefia do MGH e que tinha conseguido uma posição importante para você também além da pesquisa que queria fazer.

Eu: Tudo foi para um lado muito errado depois daquela confusão – suspirei.

Pri: Foi... – suspirou.

Eu: Teve alguém?

Pri: Oi?

Eu: Teve alguém nesse tempo que veio pra cá?

Pri: Sim e não... E você?

Eu: Como assim? – achei estranho e meu coração deu uma leve pontada de ciúmes.

Pri: Eu conheci uma pessoa um tempo depois do divórcio. Não chegamos a namorar exatamente, não era um compromisso. Não tinha sexo, nunca transamos. A gente saia pra jantar, a gente se beijava, trocava carinho e trabalhávamos juntas. Mas ela era muito desequilibrada, quase me fez perder o emprego, queria morar junto em pouquíssimo tempo, depois falava de casamento e sempre querendo transar, e eu sempre me esquivando, porque eu não conseguia. Eu nunca te esqueci Natalie, eu nunca quis te esquecer, e por mais que eu pensasse que você já estivesse com alguém porque eu soube que estava grávida, eu te amava demais... Eu te amo demais pra ter outra pessoa. Convites e indiretas não faltaram, antes e depois da Agatha, mas não rolou e ficar com ela foi um erro. Eu me dediquei a cuidar de crianças sendo lar temporário e ao meu trabalho. E você teve alguém nesse tempo?

Eu: Não. Eu nunca consegui me envolver com ninguém. E mesmo se eu quisesse eu não tinha tempo. Aquele papo de que um bebê toma todo o tempo de uma mãe, é tão real que dois bebês toma o tempo que uma mãe nem tem – dei uma risada anasalada. – Mas o meu tempo com eles é tudo de mais precioso que eu tenho.

Pri: Eu conheço meu filho a 48 horas e a minha filha a menos de 24 horas e eu estou tão rendida, boba e apaixonada que parece que eu vou explodir. – sorriu.

Eu: Eles causam esse efeito em nós – sorri.

Pri: Eu senti sua falta, todo esse tempo.

Eu: Eu também senti Pri. – ela se aproximou. Meu coração batia muito rápido, eu estava com saudade dela. Ela colocou a mão na minha nuca e me beijou. – Que saudade...

Pri: Eu também, estava morrendo de saudade. – nos beijamos longamente. Logo cai na real e me afastei.

Eu: Eu vou dormir, daqui a pouco um deles acorda querendo mamadeira e eu preciso descansar enquanto posso – coloquei a taça na mesinha.

Pri: Eu também já vou subir, só vou fechar a casa.

Eu: Obrigada, por tudo.

Pri: Não tem que agradecer. Vocês são minha família. – dei uma olhada nas crianças, escovei os dentes e me deitei.

Eu:O que significa isso Natalie? Será que é o certo? Você a ama, mas será que elate ama mesmo ou só está movida pela emoção de conhecer os filhos? Ela teveoutra pessoa... Que droga –falava sozinha. Não demorei muito a pegar no sono, eu estava exausta.