Capítulo 106

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Voltamos para as cirurgias eletivas, com todas as restrições necessárias, com distanciamentos, com higiene. O Brasil ainda sofria muito com tudo isso, eu não conseguia viajar para ver minha mãe, e nem ela podia vir me ver. Eu estava preocupada com a minha família lá. Meu irmão foi infectado pela segunda vez na linha de frente e precisou de internação.

A formatura da Manuella é em dezembro e estávamos torcendo muito para que a nossa família pudesse vir e para que a formatura acontecesse também, porque se não melhorasse a situação mais um pouco, a formatura seria adiada. As aulas presenciais só retornaram na faculdade de enfermagem e medicina, as escolas não retornaram e a Olivia estava tendo surtos de pânico, ansiedade e raiva. Ela é muito inteligente, mas não estava mais aguentando aulas online. Ela por muitas vezes se sentia perdida e os professores do colégio não estavam dando conta de assessorar todos os alunos, de atender a todos remotamente e isso estava frustrando muito todos os alunos. No grupo de pais, conversávamos sobre isso, porque não era só na nossa casa que isso acontecia. A escola entendendo a necessidade de apoiar os alunos decidiu voltar com as aulas presenciais do ensino médio que eram as turmas que estavam sofrendo mais com essas aulas remotas. Decidiram dividir as turmas para não ficarem com salas cheias, adaptar toda a escola para o retorno. Era dia 01 de agosto, era para ser a formatura da Olivia já, mas com o coronavírus, os alunos do terceiro ano pediram para ter mais seis meses de aulas presenciais para fazerem os testes SAT para a faculdade porque não se sentiam preparados para as provas devido o ultimo ano ter sido remoto. Nós pais concordamos. Meio ano de atraso não era nada. Só queríamos nossos filhos saudáveis e seguros e todos tem uma vida toda para estudar. Eu acordei cedo fiz o café da manhã, a Adriana ainda não voltou a trabalhar, ela teve covid e ficou internada um mês. Natalie e eu continuamos pagando o salário dela e dando um valor a mais e mantendo o plano de saúde dela em 100% para ela e todos da casa dela, desde o inicio de tudo isso, ela precisava e podíamos fazer isso. Assim como pagávamos da faxineira, da lavadeira, do jardineiro e do piscineiro. Fiz um café da manhã reforçado a Olivia desceu com as coisas dela.

Oly: Bom dia mãe.

Eu: Bom dia princesa. – sorri. – Fiz tudo que você gosta.

Oly: Obrigada mãe.

Eu: Quer levar lanche?

Oly: Quero. – peguei uma bolsinha térmica dela que ela levava lanche pra escola, peguei uma garrafinha de suco de laranja na geladeira, peguei um iogurte com sucrilhos, peguei morangos coloquei num potinho.

Eu: Quer sanduiche de quê filha?

Oly: Tem atum?

Eu: Tem. – fiz um patê de atum pra ela, fiz um super sanduiche coloquei num saquinho fechei, coloquei um fit frash que é um pinguim de gel congelado para colocar dentro de bolsa térmica para manter a comida conservada e fechei a bolsa.

Oly: Saudade disso – sorriu.

Eu: Disso o que?

Oly: De tomar café da manhã enquanto você ou a mama faz o meu lanche me perguntando o que eu quero. Mais de um ano sem fazer isso.

Eu: É verdade. – sorri. Tomei café com ela, logo ela foi escovar os dentes e desceu. – Pegou o álcool em gel?

Oly: Peguei...

Eu: Máscara?

Oly: Aqui está... – levantou a máscara.

Eu: Garrafinha pra água?

Oly: Aqui também.

Eu: Por favor filha, distanciamento social, máscara extra se precisar, só tire a máscara para se alimentar e beber água ok?

Oly: Eu vou me cuidar mãe – me abraçou. – Eu te amo, vai ficar tudo bem.

Eu: Eu te amo. Se cuida... – ela entrou no carro colocou a máscara e saiu. A Natalie desceu alguns minutos depois.

Nat: Bom dia vida.

Eu: Bom dia vida... – dei um selinho nela.

Nat: A Oly já foi?

Eu: Acabou de sair. Fiz o lanche dela, dei todas as instruções de distanciamento e higiene.

Nat: Ela vai ficar bem.

Eu: Ela vai... – dei um beijo nela. – Quer panquecas?

Nat: Quero waffles...

Eu: Vou fazer – fiz os waffles dela, a Maddie desceu e quis ovos com bacon, a Manu estava de plantão e era minha folga e da Natalie. Maddie foi pra aula dela, ela já tinha aula desde maio. Eles não fizeram aquele período de férias de junho e julho porque ficaram um ano em casa, então ela já estava tendo aulas presenciais a algum tempo.

Nat: Estamos sozinhas.

Eu: Estamos... – ela sentou no meu colo.

Nat: O que acha da gente transar bem gostoso hein? A gente não transa a uns 15 dias.

Eu: A gente transou antes de ontem amor... – ri.

Nat: Pra mim parecem 15 dias – me beijou.

Eu: Ok... Tira a roupa... – dei um tapa na bunda dela. Natalie e eu passamos o dia todo transando. Acho que a gente precisava disso. O mundo todo pegando fogo e a gente quase não curtia uma a outra com prazer, sentindo todo aquele contato, ultimamente. Quando saímos do quarto a Manu estava emburrada e quando olhando para o sofá o Gael.

Eu: Meu Deus... – sussurrei. Com certeza eu estava vermelha.

Gael: Pri, Nat... – deu um sorrisinho.

Eu: Oi Gael.

Nat: Oi Gael... – sorriu. A Manu foi para a cozinha.

Eu: Que foi?

Nat: Tá com essa cara por que? Brigaram?

Manu: Pelo amor de Deus, o mundo todo tá morrendo e vocês duas parecem dois porquinhos da índia no cio. – falava irritada.

Eu: O Gael está aqui a muito tempo? – arregalei os olhos.

Manu: A uns 3 orgasmos de vocês... – arrepiou – Eu vou me mudar dessa casa. Fechem a porra da porta... – saiu nervosa.

Nat: Ai que vergonha...

Eu: Vamos entrar no carro e fugir para as colinas... – coloquei as mãos no rosto. Eu não queria mais voltar pela sala, eu estava morrendo de vergonha. As meninas a gente já acostumou a envergonhar, mas o Gael era diferente.

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora