Capítulo 46

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Nat: A gente precisa conversar.

Eu: Não, a gente não precisa.

Nat: Priscilla, não vamos ficar brigando pra sempre, pelo amor de Deus, isso é ridículo. – peguei o tablet do hospital. – Por que está com o tablet do hospital?

Eu: Eu vou ficar em casa até quarta feira.

Nat: O que está acontecendo? Conversa comigo pelo amor de Deus.

Eu: Eu estou com Staphyloccocus. Dois pacientes meus deram entrada com septicemia. O CDC foi chamado fizeram uma geral nas salas de cirurgia, nos médicos e enfermeiros do hospital e em mim. Eu sou o agente transmissor, por causa da porcaria da luva que compraram a algumas semanas, e o sabão antisséptico então eu infectei meus pacientes. Eu tomei uma injeção muito dolorosa, estou enjoada, fiz um monte de exame e é isso.

Nat: Que coisa... Porque não me atendeu, eu fiquei preocupada.

Eu: Sua única preocupação é me acusar de adultera Natalie eu não quero brigar e eu estou muito nervosa então, por favor, me deixa sozinha.

Nat: Quer que eu saia da sua casa? – eu suspirei.

Eu: Essa casa também é sua, e ela é enorme Natalie. Eu só pedi pra ficar sozinha, eu fui acordada com uma emergência que me envolvia. Tem noção que dois pacientes poderiam morrer por minha causa? Por algo que eu nem sabia que sou portadora? Então brigar hoje não é uma opção. Pode me chamar de adultera amanhã, desconfiar de mim amanhã porque hoje... – me deu ânsia de vomito e eu corri para o banheiro vomitar. Ela veio atrás segurando meu cabelo.

Nat: Precisa se deitar. Vou fazer algo leve pra você comer.

Eu: Eu não quero nada – escovei os dentes e ela saiu. Eu me deitei, o enjoo veio com força. Ela logo veio com uma sopa pra mim, estava bem frio ainda e tinha começado a chover.

Nat: É de legumes. Está bem gostosa, a Manu adorou.

Eu: Obrigada. – me sentei e tomei a sopa. Logo ela voltou com a Manu. – Quer mais? Você não tem fundo não menina?- assoprei e coloquei na boca dela. Acabou nós duas tomando a sopa. Manu dormiu, Natalie desceu com a bandeja e voltou.

Nat: Me desculpa. – suspirou – Eu não deveria ter feito aquele escândalo, eu não deveria ter falado com você daquele jeito e menos ainda desconfiado de você.

Eu: Você sempre soube que a Catherine é louca. Você lembra da faculdade o inferno que ela fez na nossa vida quando voltamos. Você sabe de tudo que ela é capaz. O que ela fez lá na minha sala não é nada perto do que ela é capaz. E ter um filho não a melhorou em nada, ela continua podre. Conversei com ela depois que operei o filho dela e ela parecia minimamente normal pra mim, parecia ter amadurecido, cheguei até a pensar em oferecer a ela uma vaga no BCH e ainda bem que eu não ofereci, eu quero essa mulher longe de mim. Ela não mudou e nunca vai mudar. E eu cresci, eu mudei muito, com você, com meu trabalho, com nossos filhos e eu achei que você já tivesse entendido isso. Hoje a gente ia sair pra jantar, tomar um bom vinho, transar até o amanhecer – abri a gaveta e peguei a caixinha vermelha e abri – E eu ia te pedir em casamento, peladas, na cama tomando uma taça de champanhe. Mas eu sou uma adultera que você não confia...

Nat: Amor... Eu exagerei, e eu reconheço isso. Eu te amo e eu me senti ameaçada por essa mulher de volta.

Eu: Eu te amo e é isso. Se eu não te amasse, não estaríamos aqui agora. Você me conhece muito bem Natalie. Ficou casada comigo por anos. A gente mudou juntas Natalie, a gente terminou o colégio juntas, entramos para a faculdade e nos formamos juntas. Passamos metade das nossas vidas juntas. Me conhece o suficiente pra saber que eu jamais faria algo desse tipo com você. Quando eu me envolvi com ela, foi quando terminamos, e você se envolveu com outra pessoa também. A gente se separou e nesse tempo todo aqui, separada de você, eu sai com uma mulher muito louca por sinal e nunca nem transei com ela por te amar demais. Confia em mim.

Nat: Me perdoa? – sentou no meu colo e me deu um beijo – Me perdoa, por favor...

Eu: Não duvide mais de mim.

Nat: Não vou. – me beijou longamente.

Eu: E então, aceita se casar comigo de novo?

Nat: Não.

Eu: O que? – não entendi.

Nat: Não quero esse pedido esquisito. Faça de novo em outra ocasião, de preferência que você possa beber e a gente possa transar bem gostoso depois. – eu ri.

Eu: Ok. – a beijei de novo.

Nat: Vamos ver um filminho?

Eu: Vamos... Nosso final de semana vai ser esse, filme, bebê, fralda, comida.

Nat: Eu gosto disso.

Eu: Eu também.

Nat: Saudade do Matteo...

Eu: Eu também sinto. Sensação de que sempre está faltando alguém. – meus olhos encheram de lágrima.

Nat: É... Um vazio muito ruim.

Eu: Sim. – nos abraçamos. Passamos o final de semana todo de preguiça. Ela foi trabalhar na segunda, ela ia ficar de plantão então eu ia cuidar da Manu sozinha a noite toda. A Manu agora chora de madrugada pra ir pra nossa cama, precisamos desacostuma-la da nossa cama urgente. Eu comecei a treinar o xixi no troninho com ela, mas ela não quer de jeito nenhum. Comprei uma replica de privada pra bebês, pra ver se ela faria. E ela fez uma vez só. A Natalie chegou no outro dia de manhã eu estava terminando de trocá-la.

Nat: Por que tem uma privadinha no meio do nosso quarto?

Eu: Estamos treinando xixi no vaso.

Nat: Algum sucesso?

Eu: Fez uma vez só. Vai ser mais difícil do que eu esperava.

Nat:Com certeza. –beijou a Manu – Bom dia cheirosa...Cheirinho de sabonete. Vamos mamar, que a mamãe está explodindo e precisa muitotomar um banho e dormir. – Natalie tirou a blusa foi dar de mama, eu leveia privadinha para o banheiro, desci fiz uma bandeja de café da manhã pra ela eela tomou enquanto dava de mama. Logo a Manu dormiu eu a coloquei no berço e aNatalie foi tomar banho pra dormir. Trabalhei de casa até na quarta depoisvoltei a atender. 

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora