Capítulo 143

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Logo os barulhos ficaram mais perto e ele acordou assustado.

Rodrigo: Merda... Merda... – ele me soltou e colocou uma arma na minha cabeça. – O que você fez? Você informou alguém?

Eu: Como eu ia informar alguém? Você está com meu celular, está com meu relógio – falei nervosa.

Rodrigo: Cala a boca... – sussurrou puxando meu cabelo fazendo minha cabeça doer por causa do ferimento.

XXX: Rodrigo, solta a moça, agora... Já sabemos que você está ai. Você está cercado. – uma voz grossa do outro lado da porta gritou.

Rodrigo: Sem chances... Ou me dão o que eu quero ou ela morre...

Eu: Calma Rodrigo... Calma... – alguém meteu o pé na porta. E eu gritei.

XX: Solta a moça...

Rodrigo: Se chegar perto, ela morre. – colocou a arma no meu ouvido.

Eu: Calma, por favor... – comecei a chorar. Já tinha mandado a calma para o espaço.

Rodrigo: Afaste-se e saia do prédio, ou eu atiro na cabeça dela.

XX: Olívia abaixe a cabeça. Agora...

Rodrigo: Se mexer sua cabeça agora eu atiro em você... – ele não ia atirar em mim. Ele estava tremendo. Eu olhei para o homem que apontava arma pra cabeça dele e ele olhava para a janela, tinha alguém lá fora. Ele olhou pra mim de novo enquanto outro cara tentava negociar com ele. Ele apenas fez um leve aceno com a cabeça para que eu me abaixasse. Eu respirei fundo e abaixei. Quando eu fiz isso e Rodrigo tentou entender o que acontecia um tiro foi disparado. Senti o sangue dele voar em mim e ele cair imediatamente no chão. O homem a minha frente me puxou e quando eu olhei, Rodrigo estava morto no chão com um tiro na nuca. Um atirador do lado de fora do prédio quem atirou na cabeça dele. Me tiraram do prédio rapidamente.

XX: Está ferida?

Eu: Na cabeça. Ele me deu uma coronhada. Está sangrando e eu estou enjoada e com dor, acho que é pela concussão. – Eu não chorava mais, eu estava apavorada demais para chorar. Em menos de 10 minutos uma ambulância chegou, eu fui levada para lá, me examinaram e me levaram para o hospital. No caminho os paramédicos me fizeram perguntas, sobre agressões, abuso, eu respondi tudo. Eu estava com alguns esfolados apenas, com o machucado na cabeça e nos pulsos por ele ter me amarrado na pilastra. Chegamos no hospital me levaram para uma sala de trauma, fizeram vários exames em mim, fui medicada, me levaram para fazer uma tomografia eu estava com muita dor de cabeça. Os exames acusaram um leve trauma de crânio.

XXX: Olívia, vou te fazer umas perguntas ok? Para saber o seu grau de orientação.

Eu: Ok...

XXX: Pode me dizer seu nome completo e sua idade?

Eu: Olívia Smith Pugliese. Eu tenho 19 anos, fiz em julho.

XXX: Onde você estuda?

Eu: Harvard.

XXX: Que curso você faz?

Eu: Estou no primeiro ano de Medicina.

XXX: Onde e com quem você mora?

Eu: Moro no condomínio Park Long Village em Brookline. Moro com as minhas mães Priscilla e Natalie, e as minhas irmãs Manuella e Maddison.

XXX: Ok... Você está com náusea? Sua visão está alterada?

Eu: Não mais. Eu só estou com muita dor de cabeça.

XXX: É por causa do trauma. Você teve uma concussão, e um leve trauma de crânio. Você tem um sangramento que não é significativo, mas vamos drená-lo para evitar futuros problemas e vamos manter você aqui por dois dias para observação ok?

Eu: Ok. Minhas mães já chegaram?

XXX: Já devem estar chegando tá? Fique tranquila. Vamos te dar um sedativo para o procedimento, vamos fazer medicação por causa da exposição e ferimento aberto ao sangue dele, para evitar doenças. Quero que memorize três palavras pra mim ok?

Eu: Tá...

XXX: Casa, gato, vida.

Eu: Casa, gato, vida. Ok. – me levaram para uma sala. Fizeram fotos, eram para a polícia. Começaram a medicação, fizeram medicação contra HIV já que eu estava com uma ferida aberta na cabeça e atiraram na cabeça dele e voou sangue em mim. Por precaução fizeram medicação para evitar doenças. Logo vieram dizer que minhas mães tinham chegado, a tia Diorio entrou primeiro.

Diorio: Oi meu amor.

Eu: Oi tia... – eu comecei a chorar. Eu senti um alivio tão grande em ver um rosto conhecido finalmente.

Diorio: Vai ficar tudo bem ok? Vão te levar para drenar o sangue que está acumulando no crânio. É rápido e logo você ficará bem tá?

Eu: Tá... Minhas mães tia?

Diorio: A Natalie não se sentiu bem e desmaiou quando chegou aqui, ela está na medicação, está desidratada. A Priscilla está vindo, ela está conversando com o médico. – a mamãe abriu a porta.

Mãe: Oi meu amor – me abraçou. – Que bom te ver minha filha, eu te amo muito. – chorava.

Eu: Eu te amo mãe. Como a mama está?

Mãe: Ela está na medicação, ela está desidratada, mas está bem. Você vai para o procedimento agora e daqui a pouco a gente se vê tá bom?

Eu: Tá...

Mãe: Vai ficar tudo bem amor.

Eu: Tá bom... – ela foi comigo até a porta do centro cirúrgico. Permitiram a tia Diorio entrar para ficar comigo lá. Ela só não ia operar. Quando acordei já era fim da tarde, eu dormi demais. Minhas mães estavam ali, minhas irmãs também. Estavam todas dormindo. Eu gemi um pouco de dor de cabeça. E a mama acordou.

Mama: Oi amorzinho. Que bom te ver. Como está se sentindo?

Eu: Com dor de cabeça, mas estou bem. Você tá melhor?

Mama: Estou sim filha foi só um mal estar. O procedimento foi ótimo tá? Em dois dias no máximo você vai pra casa.

Eu: Tá bom. Eu tive tanto medo mãe. Eu mantive a calma o tempo todo, mas eu tive tanto medo. – deixei cair uma lágrima.

Mama: Eu sei filha. Me perdoe por isso. Eu não queria que você passasse por isso. – falava triste.

Eu: Você não tem culpa mãe. Ele está morto agora, não vai mais machucar nossa família, não vai mais atrapalhar em nada. – minha mãe acordou.

Mãe: Oi meu amor, quer alguma coisa?

Eu: Eu estou com sede.

Mãe: Vou chamar o médico para te examinar e ver se já pode beber água ok?

Eu: Tá... – logo o médico veio, me examinou, perguntou as três palavras que ele pediu para decorar e eu respondi. Eu já podia me alimentar, então eu tomei água, logo trouxeram algo para comer. Minhas irmãs ficaram ali comigo até a noite. Mama foi embora com as minhas irmãs, minha mãe foi em casa tomar um banho, ela ia dormir comigo no hospital. Eu passei as 48 horas necessárias ali e fui pra casa. As primeiras noites em casa foram muito difíceis. Eu tinha pesadelos com o Rodrigo, eu achava que ele estava o tempo todo atrás de mim e eu não me sentava nem no jardim de casa com medo dele aparecer. Eu ia a faculdade fazer provas, mas minhas mães ou minhas irmãs me levavam e me buscavam porque eu tinha medo de dirigir e alguém me apagar de novo. Eu desenvolvi síndrome do pânico. Comecei a fazer terapia três vezes na semana para me ajudar com isso e aos poucos parecia resolver. Eu só me senti um pouco aliviada quando vi no noticiário que o corpo dele havia sido levado para o Brasil e que a família já tinha enterrado. Eu senti pela primeira vez que eu estava finalmente segura e que minha família estava segura e que agora poderíamos levar uma vida normal e sem medo. 

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora