Capítulo 27

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Demos banho nas crianças, a janta delas, colocamos um desenho que eles gostavam, logo nossa comida chegou a gente comeu conversando sobre nossas viagens. O Lukkas foi dormir estava cansado. Os bebês já estavam caindo de sono então escovamos os dentinhos deles, trocamos fralda, colocamos pijamas neles e os fizemos dormir. O Matteo dormiu em 10 minutos e a Manu como sempre brigando com o sono. Logo a casa estava bem silenciosa. Fui escovar os dentes colocar um pijama quando a Natalie bateu na porta.

Nat: Posso?

Eu: Claro – ela entrou.

Nat: Isso é pra você. – era uma caixa de MDF.

Eu: O que é isso?

Nat: Abre. – eu abri e tinham álbuns de gestação, álbuns dos bebês e alguns pen drives. – Eu fiz anotações sobre a minha gestação toda, sobre o parto, fiz muitas fotos e vídeos, fiz álbuns deles também, livro do bebê. E eu fiz para mim e para você. De alguma maneira eu sabia que um dia você ia saber de tudo e ia querer ver todo esse momento. – as fotos dela grávida eram lindas. Eu estava fascinada. As anotações, eu poderia ficar a minha vida toda lendo cada palavra ali.

Eu: Uau...

Nat: Esse pen drive é do dia anterior ao parto, do dia do parto e do dia seguinte. – coloquei na minha TV e dei o play. Começava com vídeos caseiros dela mostrando a barriga, falando do dia dela, da amiga dela a filmando, do Lukkas e dos pais dela também.

Eu: Você ficou tão linda grávida... – eu estava emocionada. O vídeo tinha a saída dela de casa, a chegada na maternidade, a ida dela para a sala de parto, quando ouvi o primeiro choro eu chorei junto. Era como se eu estivesse vivendo aquilo. Ela vendo o que era porque ela não sabia o que era. Eu chorava aos soluços já. Eu poderia ver aquele vídeo para o resto da minha vida que eu iria me emocionar da mesma maneira. Eu nem percebi que Natalie tinha me deixado sozinha. Eu fiquei vendo cada vídeo, cada foto, cada vídeo, li cada página com cuidado. Me emocionei, ri, imaginei como seria estar ali. Era um misto de sentimentos muito estranho. Era bom e ruim ao mesmo tempo.

NATALIE NARRANDO...

Ela não apareceu em casa o dia todo, não mandou nenhuma mensagem. Eu senti falta. Fiquei pensando o dia todo se eu ia embora ou não. Eu a amava tanto que chegava a doer. Nossa separação foi um erro, não contar dos bebês foi um erro. Está tudo diferente agora, e a única certeza que tenho na minha vida é que eu a amo demais. Fiquei incomodada de saber que ela se relacionou com outra pessoa, mas entendi que não estávamos mais juntas, estávamos divorciadas e fiquei feliz de saber que não rolou sexo. Ela chegou já era de madrugada, falei com ela rapidamente e voltei pra cama. Ela estava triste, estava cansada, o dia dela com certeza foi pesado. Ela dormiu até certa hora, eu coloquei a Manu no chão enquanto cuidava do Matteo e a danadinha engatinhou para o quarto da Pri. A porta estava aberta então eu a coloquei na cama falando pra ela não acordar a mamãe como se ela fosse me entender. Ela acabou dormindo ao lado da mãe dela, mas não demorou muito, ela acordou dando tapinhas no rosto da Pri que acordou sorrindo. Cuidamos das crianças o dia todo, até que uma conversa foi inevitável. Ela estava triste, pensativa e então me contou do bebê que morreu no hospital com a mesma doença do nosso filho. Conversamos, choramos, discutimos e nos perdoamos. Era necessário. A gente se ama e se vamos fazer isso juntas, temos que nos perdoar. Após o jantar eu peguei a caixa que eu guardava com tanto cuidado a bastante tempo. Era a caixa dela com todas as lembranças possíveis da minha gravidez, do nascimento das crianças e do desenvolvimento delas. Ela estava emocionada, impactada com tudo. Eu sai do quarto a deixei vendo tudo e ela nem me viu sair. Resolvi ligar pra minha mãe.

Mãe: Oi filha tudo bem por ai?

Eu: Oi mãe, tudo bem e ai?

Mãe: Tudo bem. Como as crianças estão?

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora