Capítulo 51

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4.5 K vocês são maravilhosxs... Obrigada por tudo!!! Obrigada também pelas manifestações de carinho. Estou melhor, graças a Deus. Hoje estou mais quieta, mas tem dias que a energia da gente cai um pouco né?! Vamos para mais alguns capítulos...

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NATALIE NARRANDO...

Me casei em Las Vegas, tivemos um final de semana perfeito, o final foi um pouco ruim, bateu saudade do meu filho, eu tive uma mastite que eu não tinha desde os primeiros meses de vida dos meus filhos, porque eu fiquei dois dias sem amamentar e sem tirar leite. Aquilo me arrastou para a lembrança do quanto meu filho adorava mamar no peito, o quanto a nossa conexão ali era linda e forte. Que saudade absurda que eu sentia. Chegamos em casa quase matamos a babá de susto, ela amava ver filmes de terror e estava tão entretida que nem nos ouviu chegar. Foi bem engraçado. Ver minha filha foi uma delicia, que saudade da minha pequena. Na segunda soltamos o vídeo do casamento e as fotos. A família ficou enlouquecida, nossas mães acharam um barato. Dois meses depois, estávamos em casa era domingo, eu fazia algumas anotações num artigo que eu ia publicar e a Priscilla veio com o papo de voltar a ser lar temporário para crianças. Aquilo me fez sentir péssima eu não queria uma criança que não fosse minha na minha casa. Eu e a Priscilla acabamos brigando por isso. Eu não estava preparada para substituir meu filho, eu sei que não era isso, mas estranhamente, era essa a sensação que eu tinha. Fui numa aula de musica para bebes com a Manu e a Priscilla surtou achando que eu tinha ido embora com ela, aquilo foi realmente esquisito. Ficamos a semana toda sem nos falar. Fui atender uma emergência no hospital uma cirurgia, ela estava de plantão e nos encontramos no corredor. Eu fui grossa...

Lohana: Uau...

Eu: O que?

Lohana: Você foi hostil. O que está acontecendo?

Eu: Tenho uma cirurgia.

Lohana: Eu sei, vamos operar juntas. Temos umas 5 horas pra conversar. – eu suspirei. Olhei os exames e entrei na cirurgia, ela ia me auxiliar, ela já tinha feito um parto de emergência e eu precisa de mais um par de mãos e eu não queria nenhum interno, não queria ensinar ninguém. Estava de TPM, queria ir pra casa.

Eu: Bisturi... – eu abri o paciente e começamos a cirurgia.

Lohana: E então?

Eu: Ela quer voltar a ser lar temporário.

Lohana: Legal... – falou animada e eu a olhei – Ou não?

Eu: Eu não quero, e ela está chateada e eu estou com raiva porque ela não me entende.

Lohana: E o que você quer que ela entenda?

Eu: Que eu não quero substituir meu filho.

Lohana: Não Natalie... Não leve as coisas para esse lado, porque ela não está substituindo o filho de vocês. Desde que a Priscilla chegou ela sentiu no coração de ser lar temporário para crianças em transição de abrigos, para casa da família, ou para casa de família adotiva. Ela já recebeu crianças por meses, já recebeu crianças por uma noite, por três dias. Por uma noite ou três dias porque os pais morreram num acidente e precisavam ficar com alguém e aqui os orfanatos costumam ser difíceis para essas crianças, os abrigos não dão o aconchego que elas precisam para voltarem para suas famílias. É difícil dar adeus pra elas, mas mesmo assim ela os acolhia porque era importante, é muito importante para as crianças. Isso não substitui o filho de vocês, eles tem pais, eles tem família. Ela abriu o coração pra fazer isso porque é uma coisa boa. Se lá atrás quando seu filho era vivo, você estivesse numa situação vulnerável, você ia querer o que? Que seus filhos fossem para um abrigo e fossem separados ou ficassem com alguém que desse conforto e segurança até você poder pega-los novamente?

Eu: Eu sei Lohana, mas eu não estou pronta pra isso ainda. Eu não estou pronta pra ver outra criança na minha casa. Meu filho se foi a 4 meses e eu as vezes entro no quarto da Manu achando que vai ter outro berço lá e ele vai estar lá me esperando para pegá-lo.

Lohana: Ok, eu entendo. Sua perda é recente. Mas posso falar o que eu acho?

Eu: Claro...

Lohana: A perda não é só sua. A Priscilla faz parte disso tanto quanto você. Ela não teve tempo com o filho dela como você, ela foi tão resiliente como maioria das pessoas jamais seriam, e ela sente tanta saudade quanto você. Isso não é uma troca, não é uma substituição. Diga a ela que você não está pronta ainda, mas coloca no seu coração que você pode fazer isso por uma criança em algum momento sem se sentir ferida, e que a Priscilla te ama, e ama o Matteo e a Manuella e ela não quer substituir ninguém, só ajudar. Quando se sentir pronta pra isso, você fala com ela e vocês fazem isso juntas. Não fique com raiva dela. – eu apenas suspirei. Fizemos a cirurgia em menos de cinco horas, falei com a família e fui falar com a Priscilla. 

NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora