Meu residente veio me ver, ele checou minha pressão.
XX: Doutora sua pressão está muito baixa, é um milagre a senhora não ter desmaiado ainda.
Eu: Eu não comi nada o dia todo. E eu estou com muita dor de cabeça, visão turva, um pouco confusa, sabe se a Diorio está no hospital? - o cisto poderia ter voltado.
XX: Sim, ela deve ter entrado as 20 horas.
Eu: Desculpa eu esqueci seu nome... qual seu nome mesmo?
XX: Richard Montreal...
Eu: Richard... Eu estou ficando gelada, a minha pressão está caindo ainda mais, é a adrenalina que está caindo... E eu vou desmaiar a qualquer segundo não me deixa bater a cabeça... – não consegui terminar e desmaiei. Quando acordei estava no soro na observação.
Diorio: Apresenta o caso doutora Pugliese...
Manu: Formal ou informal doutora Diorio?
Diorio: Pode ser informal...
Manu: Minha mãe, mais de 50 anos, estressada, saiu de casa sem comer e ficou sem comer o dia todo e não parou de trabalhar um segundo. Passou mal numa cirurgia e depois de uma queda de pressão caiu igual um saco de batatas no chão. Foi feito tomografia não deu nada e fizemos uma punção lombar devido ao cisto subaracnoide que ela teve a muito tempo na época dos dinossauros e encontramos um acúmulo de LCR que já foi resolvido e que estava causando as dores de cabeça, alteração na visão. Ela provavelmente já sentia dores de cabeça e cansaço, mas achou que era porque estava ficando velha e porque minhas irmãs e eu e a mamãe também só dava dor de cabeça a ela. – que abusada.
Diorio: Ótimo doutora Pugliesinha... – cruzou os braços e me encarou. Eu só rolei os olhos.
Eu: Vocês são ridículas.
Manu: Mãe, se você tivesse desmaiado em cima daquela paciente, teria matado o bebê dela e ela. – falou irritada. – Saiu de casa feito um cavalo depois daquele ataque de pelanca que sobrou pra mim e pra Maddison e a gente nem tinha feito nada. Você não é eterna e nem é super heroína. – ela estava muito irritada.
Diorio: Já soube da briga com a Oly e de tudo que houve. Priscilla, você vai ter um troço se não se controlar. Adolescentes fazem merda o tempo, e essa merda foi muito grande, mas você não pode descontar no seu corpo. Você tem um trabalho que consome sua energia, atenção e disposição dobrados. Você está se desgastando por coisas que podem ser resolvidas com uma conversa.
Manu: É mãe... Você se exaltou e se exaltou muito. Aquilo realmente não foi necessário. Eu achei que ia bater na Olívia.
Eu: Eu não vou ficar aqui ouvindo sermão de vocês. – falei irritada. Comecei a tirar o esparadrapo que segurava o acesso na minha mão.
Diorio: Priscilla, precisa de fluidos...
Eu: Eu preciso de sossego... – tirei o acesso e me levantei. Fiquei um pouco tonta, senti um pouco de dor nas costas, a anestesia local tinha passado. Eu subi para o meu escritório, olhei a hora e já eram quase meia noite. Eu dormi pra caramba. Eu estava com fome também, então eu tomei um banho no meu banheiro, me troquei e fui até o restaurante dos médicos, pedi um sanduiche, batata frita, coca cola e um sorvete de chocolate. Pedi para embalar que eu ia levar. Subi para a minha sala tranquei a porta e fui para o meu quartinho lá, liguei a TV coloquei uma série e comecei a comer. Eu não queria ir pra casa. Natalie já tinha ido embora mais cedo. Terminei de comer tomei meu sorvete escovei os dentes deitei e dormi. Não queria ir pra casa. Na manhã seguinte assinei uns papeis peguei o resultado do toxicológico da Olivia e a concentração daquele medicamento que ela usou estava alta. Eu já imaginava, mas queria saber se ela estava usando alguma coisa além daquilo e o exame não acusou nada além daquilo. Fui pra casa, eu estava com dores nas costas por causa da punção, avisei que não trabalharia no dia seguinte também. O resultado das admissões começaram a ser enviados. Deixei o carro na garagem fui até a caixa de correio e peguei as correspondências e tinham duas cartas, uma de Harvard e uma de Cambridge. Eram as cartas da Oly. Eu entrei em casa ela tomava café com a Natalie com a Maddie e com o Lukkas...
Lukkas: Bom dia.
Eu: Bom dia... Você ainda é vivo.
Lukkas: Saudade – me abraçou. Não via o Lukkas com a mesma frequência de antes. E ele e o marido andavam estranhos. – Me empresta sua casa de hóspedes de novo?
Eu: Empresto o que houve? – eu falo sempre, que todo mundo já morou na minha casa de hospedes.
Lukkas: Vou me mudar com as crianças, vou procurar um apartamento novo.
Eu: E o Adrian?
Lukkas: A gente está separando.
Eu: Sério? – fiquei realmente surpresa.
Lukkas: Não dá pra aceitar um chifre. – fiquei ainda mais surpresa.
Eu: Nossa... E como você está? Como as crianças estão?
Lukkas: A Vivian está magoada, o Victor está com raiva do pai e eu não quero olhar na cara dele. Ele já pediu perdão já chorou, já pediu pelo amor de Deus para não tirar as crianças dele e eu não vou fazer isso, a gente só não vai ficar casado mais. Eu estou chateado, eu amo o Adrian, mas não vou aceitar uma traição.
Eu: Entendo... Fique o tempo que precisar... – o abracei. – Isso é pra você. – dei os envelopes pra Olivia e subi. Logo eu me troquei e desci. – O que foi? Que silencio é esse?
Nat: Ela está catatônica olhando para os envelopes.
Eu: Abre Olivia. Você está esperando isso a semanas.
Oly: Eu... Eu não quero decepcionar vocês...
Eu: Já falamos sobre isso. – suspirei – Eu passei mal ontem, e eu sinceramente não quero me estressar de novo.
Nat: Como assim você passou mal ontem? – a Manuella com certeza não contou pra ela.
Eu:Não importa. –eu subi para o meu quarto e deitei. Eu estava chateada, estava cansada, com dore deprimida. Eu estava frustrada como mãe. Porque eu nunca impedi minhas filhasde nada. Eu nunca as privei de nada. Eu sempre fui a mãe que conversa sobre tudo,que tenta entender tudo mesmo não gostando de muitas situações e saber queminha filha estava usando medicações clandestinas e perigosas porque na cabeçadela, eu ficaria decepcionada se ela não entrasse em nenhuma universidade demedicina, aquilo realmente me pegou. Pode ser idiota, mas me pegou, porque eununca exigi nada das minhas filhas além de respeito, de responsabilidade, esinceridade comigo e a Natalie.
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NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.
FanficMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 32 anos sou chefe de cirurgia no maior hospital de Boston, o Massachusetts General Hospital. Minha especialidade hoje é cirurgia fetal e a cirurgia geral e pediátrica. Moro em Boston a quase 2 anos, desde...