Cheguei no hospital fui pra minha sala um dos médicos do conselho me esperava. – Doutor Andrew o que houve?
Andrew: Dois pacientes seus, estão com staphyloccocus aureus doutora. Eu estava de plantão quando eles chegaram. Os dois foram operados no inicio da semana, foram cirurgias comuns, eletivas, e estão com o mesmo tipo de bactéria. Foram operados na mesma sala também e pela senhora. Comuniquei ao conselho e chamamos o CDC.
Eu: Não podiam me ligar antes de tomar decisões? – falei irritada.
Andrew: Doutora, não precisamos da sua permissão para tudo. Isolamos a sala de cirurgia, o CDC já fez analise da sala e a sala está limpa. Todos que fizeram a cirurgia com a senhora foram testados e estão bem, precisamos testar a senhora também.
Eu: Ok... – suspirei. Logo chegou alguém do CDC enfiou um cotonete no meu nariz que parecia ter cutucado meu cérebro. – Quanto tempo para ter o resultado?
XX: Em 1 hora.
Eu: Ok. Serei investigada? – perguntei ao Andrew.
Andrew: Não. Isso aqui não é uma inquisição doutora, só queremos saber como eles pegaram a mesma bactéria. Se veio da senhora o que é normal afinal o Staphyloccocus aureus, é muito comum em quem trabalha em hospital, vamos tratar da senhora até poder ser liberada para tratar seus pacientes novamente. Ninguém morreu, graças a Deus. Foram tratados, a bactéria foi controlada e estão reativos e recuperando. Acabei de checar e nenhum dos dois correm risco de morte.
Eu: Ótimo... Mas como eu passaria a bactéria pra eles usando luvas, me lavando por 5 minutos? Eu me lavo o dobro do tempo necessário.
Andrew: Houve uma troca de sabão antisséptico por falta no mercado, e assinamos a compra de um mais barato até que o que compramos pudesse chegar, e aconteceu o mesmo com as luvas. – suspirou. – As luvas tem micro furos, são microscópicos mesmo, então pode ser que tenha passado através dos micro furos, sabe que não é difícil. Por isso pedimos para vir aqui na sua folga. – ele me explicou algumas coisas e saiu. Eu estava me sentindo imunda. Meu celular tocou era a Natalie eu não atendi. Assinei alguns papeis para adiantar e logo meu resultado chegou. Fui até a sala de reuniões o conselho estava reunido com um responsável do CDC.
Andrew: Sente-se doutora. – me sentei.
XX: Doutora Pugliese, liberamos a sala de cirurgia, a equipe que trabalhou com a senhora e toda a equipe do hospital. Os pacientes que foram atendidos pela senhora dois dias antes e até o dia de ontem foram chamados e todos passarão por exames. Já fizemos exames na maioria deles já que maioria está internada aqui, e os poucos que já receberam alta virão no decorrer do dia fazer os exames, para checar se está tudo bem com eles. Todos até agora deram negativo, os que estavam com septicemia foram operados e estão se recuperando bem agora.
Eu: Ok... E eu? Foi eu? Eu que contaminei essas pessoas?
XX: Sim doutora, a senhora é a transmissora. Acontece com quem trabalha em hospitais, não é incomum a senhora sabe disso. E não passaria Staphyloccocus para os seus pacientes se o sabão antisséptico fosse de qualidade e se as luvas não fosse defeituosas. Será tratada com antibióticos injetáveis para erradicação mais rápida, as luvas serão substituídas e o sabão também em quatro dias, ai poderá atender seus pacientes cirurgicamente.
Eu: Ok. Obrigada... – me levantei e sai. Fui pra minha sala, assinei uns papéis, pedi a minha secretaria que adiantasse todos os papeis possíveis pra mim, porque eu não vou poder atender pacientes então vou aproveitar e vou ficar em casa com a minha filha. Ela ia reunir os papeis pra mim em meia hora. Logo a doutora Karen veio falar comigo.
Karen: Posso?
Eu: Oi, claro.
Karen: Vamos fazer sua medicação?
Eu: Vamos. Eu sou alérgica a penicilina.
Karen: Ok. Vou te aplicar um antibiótico Oxalicina. Vamos fazer um exame de sangue primeiro, um eletrocardiograma para saber se a bactéria não está desenvolvendo uma endocardite silenciosa ok? Vamos fazer um ultrassom do seu abdome também, para saber se não está desenvolvendo alguma ulcera.
Eu: Tenho sentido uma dores no estomago ultimamente, achei que era o estresse.
Karen: Pode ser uma ulcera por conta da bactéria.
Eu: Ok. Eu vou assinar uns papeis e desço em 15 minutos pode ser?
Karen: Claro. Estarei na minha sala. – eu assinei todos os papéis, pedi a Charlotte que providenciasse um tablet do hospital pra mim, eu ia checar os pacientes e ver o que eu precisava remotamente. Eu desci para fazer todos os exames. Fiquei uma hora fazendo tudo. – Chefe, está desenvolvendo uma gastrite, não é nada grave e provavelmente não tem nada a ver com a bactéria, mas pode ser nervosismo. Passou por muitas coisas nas ultimas semanas.
Eu: Sim – suspirei.
Karen: Vou te medicar, com antibiótico, um remédio para o estômago e pode acontecer de ter um pouco de enjoo nos próximos três dias, é normal.
Eu: Sim eu sei... – ela me aplicou e doeu bastante aquilo. A agradeci e subi. Peguei minhas coisas o tablet do hospital e fui embora. Natalie estava na cozinha com a Manu, a Manu comia ovo mexido, ela ama ovo. – Oi filhinha.
Nat: Onde estava? Acordei e tinha saído.
Eu: No hospital.
Nat: O que houve? Está de folga?
Eu: Problemas lá e comigo. Já foi resolvido – sai da cozinha e subi para o meu quarto, fui tomar um banho, estava me sentindo imunda. Sai do banho me troquei e a Natalie estava sentada na cama brincando com a Manu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NATIESE EM: ENTRE O AMOR E O ORGULHO - RECOMEÇOS.
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 32 anos sou chefe de cirurgia no maior hospital de Boston, o Massachusetts General Hospital. Minha especialidade hoje é cirurgia fetal e a cirurgia geral e pediátrica. Moro em Boston a quase 2 anos, desde...