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Marilia, não fazia ideia de como aconteceu, mas Maraisa, de algum jeito livrou-se das roupas de cama que carregava, pegou a loira pela gola da camiseta, e começou a esbarrar sem pausa, as costas da loira contra a parede.

– Você só quer conversar? - Ironizou, enquanto continuava a esbarrando. - Quer conversar sobre o que, exatamente?
- Teve um último esbarrão, antes de Maraisa, segurar ainda com mais força a gola da camiseta da ex amiga, e praticamente grudar o rosto no dela.
- Quer conversar sobre como você me fez parar aqui? Quer conversar sobre meu filho que vai ficar um ano sem mãe? Quer conversar sobre o meu marido que vai ter que segurar as pontas sozinho? Quer conversar sobre como você fodeu mais uma vez com a minha vida? - A morena praticamente cuspiu as palavras contra a loira, que a olhava assustada. Jamais imaginou que um dia veria Maraisa, surtada daquele jeito. Sabia que o encontro delas não seria fácil, mas jamais imaginou que a amiga iria querer partir para a agressão física.

– Eu sinto muito. - Marilia, mais uma vez foi sincera. Maraisa, mais uma vez não acreditou.

– Não. Você não sente muito. Você é egoísta. Você só pensa em você. No seu próprio umbigo. - A acusou. - Eu não quero conversar. Não quero saber das suas desculpas. Você não me engana mais. Seus discurso de boa moça, comigo não cola. - Maraisa, latiu aquilo tudo, olhando nos olhos da loira, para que ela não tivesse dúvida de que estava falando sério. - Fique longe de mim. Fique bem longe de mim. Faça de conta que eu não existo, como você fez tão bem por todos esses anos. Faça isso, ou eu juro que da próxima vez, meto a mão na sua cara.

Depois de tal ameaça, ela largou a loira, pegou suas roupas de cama que tinha deixado com Maiara, e fez uma saída triunfal do banheiro. Deixando Marilia, um pouco assustada e Maiara, incrédula.

– Sinto de longe um cheiro de couro antigo. - Maiara, deixou escapar seu pensamento.

– Oh não! - Marilia, murmurou, enquanto tentava se recuperar. - Quer dizer, poderia ter acontecido... - Balançou a cabeça em sinal de negativo. - Mas, eu fui uma idiota. - Lamentou-se.

– Você pisou na bola. - Maiara, farejava de longe a tensão que existia entre as duas.

– Eu fui uma idiota. - Repetiu mais para si, do que para a detenta metida.

– Ok, idiota. Eu gostaria mesmo de conhecer essa história, mas assim como a sua... hum... ex amiga? Você não parece muito comunicativa. Então eu vou nessa, antes que a morena gostosa volte aqui, e resolva me esbarrar contra essa parede. Tudo bem, eu aceitaria levar uns esbarrões dela sem problema nenhum, só que por outros motivos. - O pensamento alto de Maiara, fez Marilia, lhe lançar um olhar nada amigável, o que fez a ruiva sair dali rapidinho.

– Atenção senhoras! - Maiara, pediu ao entrar com Regina, em seu novo lar. - Essa é Pereira, nossa mais nova companheira.

A apresentação foi feita como se Maraisa, fosse uma rainha. Só faltou mesmo, Maiara, tocar as cornetas e rufar os tambores, coisa que só não fez, porque não tinha cornetas e muito menos tambores.

- Pereira, aquela senhora ali é a Lucas, popularmente conhecida como, vovó. Não acredite na cara de velhinha boazinha que ela tem, se ela fosse mesmo boazinha, não estaria aqui. - A tal Lucas, lançou um olhar tão indignado para Maiara, que se Maraisa, ainda não estivesse nervosa pelo encontro com Marilia, ela teria achado engraçado.

- Essa outra ali, que está escondendo o rosto atrás dos cabelos, não é a Samara do poço, então você não precisa se preocupar. Você pode chama-la de French. Se você conseguir fazer com que ela penteei os cabelos, daremos uma festa em sua homenagem. - French, mostrou o dedo do meio para Maiara, antes de dar as costas para elas e deitar-se virada para a parede. - Ela esteve na solitária até ontem, então ainda está meio noiada. - Maiara, meio que desculpou-se com Maraisa, que apensas assentiu com a cabeça.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora