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(...) Fevereiro chegou na prisão de Litchfield e com ele chegou mais um domingo de visitas. Maraisa estava abraçada ao filho enquanto o ouvia tagarelar sem parar sobre o tal Super Bowl, o menino estava simplesmente em êxtase pelo seu time estar quase na final do campeonato.

A morena ouvia a tudo atentamente, por mais que não desse muita bola para aquilo. Segundo o filho, ela tinha algum tipo de problema, porque ela era a única americana que ele conhecia, que não gostava de futebol americano, mas na verdade a morena não tinha nada contra aquele esporte, só não achava que aquilo merecesse tanta atenção. O país praticamente parava na final do campeonato, faziam daquilo um feriado nacional não proclamado, e era daquele exagero que ela não gostava.

– Olha só, papai prometeu que se o Patriots for para a final, ele vai me levar até o Arizona para assistirmos ao jogo no estádio. - Léo contou animado.

– Não sei se gosto dessa ideia. Você é muito boca suja quando assiste a esses jogos. Não gosto de imaginar você no meio daquela multidão, xingando pelos pulmões a mãe de alguém. Pode acabar se metendo em encrenca. - O garoto rolou os olhos ao ouvir aquele papo tão de mãe.

– Mãe, isso se chama torcer. O estádio vai estar cheio de torcedores, então você não precisa se preocupar com isso. Você entenderia se desse só um pouquinho de importância para jogos. - Foi a vez da morena rolar os olhos.

– Não tenho paciência para jogos, Léo. Não acho que um monte de trogloditas se esbarrando, se batendo e empurrando, enquanto tentam correr com uma bola, mereçam minha atenção. Prefiro gastar meu tempo com outras coisas. - Disse o que sempre dizia.

– De algum jogo eu aposto que você gosta, e eu ainda vou descobrir. - Não era possível a mãe não gostar de nenhum tipo de esporte.

– Baseball. Yankees é o fraco dela. - Uma voz que Maraisa não ouvia há muito tempo se fez audível. Enquanto ela sorria meio sem graça para o dono da voz, Léo o lançava um olhar curioso. - Olá, Maraisa! - O homem lhe sorriu.

– Henrique! - O saudou. - Nossa, quanto tempo! - Sorriu meio sem jeito. - Como você está?

– Poderia estar melhor, se você tivesse se casado comigo. - Sua resposta deixou a morena completamente desconcertada.

– O quê? - Léo murmurou com a mãe.

– Olá, garoto dos filmes da Netflix! Não sei o que meu irmão disse para você fazer essa cara, mas ignore, ele tem problemas mentais. - Marilia avisou sorrindo, enquanto dava tapinhas nas costas do irmão.

– Não ligue para nenhum dos dois, eu não os eduquei bem. - Ruth, juntou-se aos filhos.

– Você não vai nem me dar um abraço, depois desse tempo todo? - Henrique questionou com Maraisa, sem tirar o sorriso cafajeste do rosto. Muito desconcertada a morena se pôs de pé, e parou em frente ao ex-namorado, não sabendo exatamente como agir.

– Você não precisa fazer isso. - Marilia avisou. Na verdade ela não queria que a morena fizesse aquilo. Sabia que os dois já tinham se envolvido, sabia que Henrique foi o primeiro homem a arrancar suspiros da amiga, assim como o primeiro homem a lhe arrancar as roupas, e saber daquilo tudo a fazia sentir medo de uma aproximação entre eles.

– Tudo bem. - Murmurou para loira, antes de levantar a cabeça e encarar Henrique. Completamente sem jeito, ela lentamente foi abrindo os braços para abraça-lo, como ele e Marilia tinha muito em comum, ele sorriu e puxou a morena para o abraço.

– Maraisa Pereira, a mulher que partiu o coração dos irmãos Mendonça. - Murmurou enquanto lhe apertava em seus braços.

– Cala a boca! - Pediu rindo.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora