"Você me faz perder completamente a noção das coisas, Marilia."*
Maraisa estava trancada em seu quarto há pouco mais de duas horas. Para sua surpresa, seu pai e sua madrasta, também apareceram para a festa, e os dois junto com ela, trocaram um total de dez palavras, durante a meia hora que passaram sentados no sofá da morena, tentando de todos os jeitos, engatarem uma conversa.
Sorriu satisfeita ao ganhar o primeiro pedaço do bolo, e forçou um sorriso quando Anna, ganhou o segundo. Ficou de olho na aprendiz de nora por um bom tempo. Bufou algumas vezes quando viu o filho e a "namoradinha", trocarem sorrisinhos e gracinhas, e rolou os olhos todas as vezes que os dois deram-se as mãos. Lançou um olhar nada amigável para a menina, quando a mesma trocou algumas piadas e risadas com o amigo do filho, enquanto Léo não estava por perto.
Seu pai era quase um estranho, não tinham intimidade para conversar sobre qualquer coisa, mas, mesmo assim, engatou em uma conversa trivial, e vez ou outra mencionava Marilia, com o mesmo, afim de quebrar um pouco a barreira. O celular da ex-detenta começou a tocar, interrompendo a conversa dos dois. Inclinou o corpo para frente e esticou o braço, alcançando o aparelho que estava em cima da mesa de centro. Sorriu ao ver o número desconhecido, concluindo que provavelmente era Marilia. Teve certeza que sim, era a namorada, quando a telefonista avisou que a ligação era da prisão. - Falando nela... – Comentou com o pai.
– Ponha no viva-voz. – O homem pediu, e com a intenção de envergonhar a amiga, Maraisa concordou com aquilo.
– Maraisa? – Voltou a sorrir ao ouvir a voz da loira.
– Oi?
– Que bonitinha, vejo que sobreviveu ao encontro com a sua aprendiz de nora. – Começou debochando.
– Pois é, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. – Deu de ombros.
– E como foi? Você não olhou com cara de Maraisa Má, para ela, olhou? – A pergunta fez a morena rir.
– Não. Me comportei bem, entreguei o segundo pedaço de bolo a ela sem ao menos rolar os olhos. – Marilia gargalhou ao ouvir aquilo.
– E quem ganhou o primeiro? – Indagou, já sabendo da resposta.
– A mulher que carregou ele por nove meses, vomitou muito durante esse período, ficou gorda, inchada e sem ver os próprios pés. Por último, mas não menos importante, o pariu. – De novo Marilia gargalhou.
– Vulgo, Maraisa Pereira. – A morena sorriu e concordou.
– Essa que voz fala. – Concordou.
– Você fez língua para ela quando ganhou o primeiro pedaço? – A pergunta fez a morena rir.
– Não, só usei meu ar de superior. – Admitiu, arrancando mais risadas da namorada.
– Que droga! Não acredito que perdi isso. Maraisa, você com ciúmes do seu filho é algo impagável. – Pegou no pé da amiga.
– Sou nada, sei me controlar muito bem, obrigada! – Marilia discordou.
– Sabe nada, aposto que em algum momento, você lançou um olhar ameaçador para a coitada. Um olhar do tipo: "se você magoar o meu filho, eu te mato, vadia!" – Okay, talvez aquilo tivesse acontecido, algo completamente sem querer, que durou dois segundos ou cinco, mas Marilia não precisava mesmo ouvir a confirmação.
– Você está me difamando. – Tentou não rir.
– Não estou não, mas sei que você não vai admitir, então vamos mudar de assunto. – Respirou fundo. – Nenhuma surpresa desagradável apareceu nessa festa?
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ESCAPE | MALILA
FanfictionMaraisa foi sentenciada a 13 meses de prisão por ter cometido um pequeno delito no passado. Na prisão, ela acaba esbarrando com sua ex melhor amiga e delatora, Marilia Mendonça. Mulher que partiu seu coração ao abandona-la sem nenhuma explicação lóg...