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Desde já peço desculpas pelo capítulo grande. Certifique-se de que leu os três anteriores. E, ao meu ver, é uma das partes mais tristes da fanfic. Desejo-lhes sorte, boa leitura.

*
"Adeus!

Lembre-se que vou ama-la para sempre, não importa o quão mentirosa você seja..."

– Não se preocupe comigo. - Soltou com o ar. - Vou sobreviver. - Tentou sorrir.

– Sabe, você pode me achar uma boba idiota, mas sei lá, minha intuição me diz que um dia vocês vão rir de tudo isso. Posso ver as duas velhinhas, cheias de rugas e dores de velhos, sentadinhas nas cadeiras de balanço, de mãos dadas, rindo enquanto contam toda a história um tanto quanto complicada que tiveram, aos netos.

Ao ouvir tal coisa, a morena visualizou a cena, e sorriu junto com Maiara, mas tal sorriso logo desmanchou-se, aquilo não iria acontecer, não tinha como, então era melhor não se iludir.

– Quem sabe em uma outra vida? - Ao ver o quanto falar sobre o futuro perturbava a morena, Maiara suspirou e resolveu mudar de assunto.

– Agora que nós somos amigas, que você é quase minha chefe e é também algo como minha tutora, eu estava pensando que talvez pudéssemos nos abraçar? – Sugeriu um pouco sem jeito.

– Bom, eu não costumo abraçar meus funcionários, nem sou muito bom com essa história de abraços, mas, como somos amigas, acho que podemos tentar. – Deu de ombros e em um impulso, sentou-se e abriu os braços. Achou graça por ver a ruiva sempre tão desinibida um pouco hesitante e tomou a iniciativa de puxa-la para um abraço. Fechou os olhos e suspirou, quando os braços da detenta apertaram-se em torno de si.

Não era exatamente aqueles braços que desejava naquele abraço, mas mesmo assim, ele não deixava de ser reconfortante. Era bom poder contar com alguém as vezes, bom desabafar, choras as mágoas, lamentar-se. Era bom saber que alguém se importava, ao ponto de ouvir sem pedir nada em troca.

– Obrigada por tudo! – Agradeceu ainda de olhos fechados.

– Obrigada você! Obrigada pelos conselhos, pelas conversas, pela atenção. Sabe, quando nos conhecemos, tudo que desejava ao ver você, era de algum jeito conseguir perder um dia ou talvez dois com você, você sabe como... – Admitir aquilo a deixou com as bochechas vermelhas e fez a morena rir sem graça. – E não sei exatamente como e nem quando, esse desejo passou. Agora sempre que olho para você tudo que eu vejo é uma amiga, daquelas que a gente não tem vontade de beijar, nem fazer outras coisas. – Maraisa balançou a cabeça em sinal de descrença. – Não que você tenha deixado de ser gostosa, não, longe disso, mas é que você é muito mais do que um rosto bonito, Pereira. Você é uma pessoa incrível, e meu ego se enche de orgulho sempre que penso que você é minha amiga.

– Só para constar, fico feliz que você tenha desistido da ideia de perder dois dias comigo, porque honestamente, não ia acontecer. – Avisou rindo. – Essa história de mulheres... Marilia foi a única pela qual me interessei até hoje, mas enfim, obrigada pelos elogios. Você também é uma pessoa incrível, precisa parar de se autodepreciar, e mesmo que não entenda, precisa de alguma forma aceitar a morte da sua namorada e precisa seguir em frente. Você precisa fazer isso. – Maiara balançou a cabeça concordando.

– Eu sei. – Foi tudo que respondeu.

– French parece uma pessoa bem legal, e ela está totalmente na sua. Pelo o que posso ver, você também sente alguma coisa por ela. Não fuja, não tenha medo, apenas, viva o que você tem para viver, talvez ela seja a pessoa capaz de cicatrizar seus machucados.

– Vou pensar. – Resmungou, fazendo Maraisa se desfazer do abraço e encara-la.

– Você promete? – Pediu. – Promete que antes de terminar com aquela coitada, vai pelo menos parar para pensar no que sente por ela? – Maiara desviou os olhos. – Por favor? – Insistiu. – Por mim? – A detenta suspirou e voltou a encarar a amiga.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora