34

967 104 56
                                    

"Você é a melhor namorada de prisão de todo o mundo..."

– Cheguei e minha diabete hoje está altíssima, então me poupem. - French anunciou-se. Marilia beijou os lábios da namorada, pegou sua mão e então voltou-se para a detenta descabelada.

– Tudo pronto? - Indagou. Ao parar os olhos nas duas mulheres, French assoviou. - Duas gostosas se pegando! Ah minha santa periquita! Eu daria a vida para assistir isso. - Se expressou em voz alta, deixando a morena constrangida.

– Sonha! - Marilia ria.

– Nós três bem que poderíamos trocar uns beijos e quem sabe algo mais. - Sugeriu, fazendo os olhos de Maraisa crescerem.

– O quê? - Indagou assustada.

– Olha só, French, eu sei que nós duas somos lindas, gostosas e irresistíveis, mas para de sonhar, isso não vai mesmo acontecer. Eu não vou dividir a minha namorada com você. - Marili tentava não rir. - E o que sua irmã diria sobre isso? Ela acharia no mínimo uma traição. - A detenta descabelada balançou a cabeça muitas vezes concordando.

– Por favor, parem de se vestir assim. - Pediu. - Se uma lésbica ensandecida encontra vocês assim, não vai dar certo. - Avisou.

– Relaxa, French! Amanhã voltaremos para o laranja fashion de sempre. - Marilia a tranquilizou.

–Falando nisso, o que acontece conosco caso algum guarda nos veja vestidas assim? - Uma ruga de preocupação invadiu a testa da morena.

–Vocês farão parte dos pensamentos deles enquanto se masturbam. - Embora a pergunta não tenha sido feita a French, foi ela quem respondeu. Marilia riu ouvindo aquilo, já a morena fez cara de nojo.

–Não vai acontecer nada. Maiara é amiga da guarda responsável pelo horário noturno, então ela convenceu a mulher a fazer vista grossa. - Marilia tranquilizou a namorada, que sorriu aliviada.

– Okay, agora que você já tem sua resposta, Realeza, vamos indo. Afinal, eu também sou filha de Deus e também tenho um couro para queimar. - A detenta apontou para a saída da cela e se obrigou a parar de secar as duas colegas.

– Onde a gente vai, hein? - Maraisa questionou com Marilia pela décima quinta vez. A loira sorriu, largou a mão da namorada e correu até sua cama, pegando sua jaqueta, depois foi até a cama da morena e fez o mesmo. Antes de voltar para a namorada, colocou na boca uma das balas que Maraisa tinha passado a amar.

– Paris, Maraisa, Paris! - A morena rolou os olhos e bufou, desistindo de saber. Marilia sorriu, e puxou a namorada curiosa pela mão, a rebocando dali.

O barulho dos saltos contra o chão, era tudo que se podia ouvir entre as três. Maraisa estava nervosa, seus pensamentos alternavam sobre o lugar misterioso que estavam indo, e seu encontro com Marilia. Quer dizer, seria naquela noite, certo? Provavelmente seria. E se ela não soubesse o que fazer, como fazer, como agir? Nem quando estava prestes a perder a virgindade se sentiu tão nervosa daquele jeito.

Balançou a cabeça tentando apagar seus medos de lá, afinal, ela não estava saindo com qualquer uma. Além de Marilia ser sempre um poço de paciência, ela também sabia sobre sua falta de experiência, e além de tudo a amava, ou seja, não tinha motivos para temer o que quer que fosse. Até porque, queria que aquilo acontecesse.

Marilia também estava nervosa, seus pensamentos também alternavam, entre saber se Maiara tinha deixado tudo certo, e a noite que teria com a namorada. Pensar sobre a noite com a namorada, fazia seu coração bater mais rápido. Finalmente aconteceria, não aconteceria? Ah é, provavelmente aconteceria. Ficava um pouco nervosa com aquilo, queria que fosse perfeito, queria que Maraisa suspirasse sempre que aquela noite lhe viesse a mente, ou seja, precisava ir devagar, ser gentil e amável, tinha que deixar a Marilia louca ensandecida bem longe, pelo menos naquela noite.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora