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"Deve ter sido algo como amor à primeira vista então.."

– Você não existe! - Suspirou e pegou sua rosa. - Você com certeza não existe! - Abriu um sorriso digno de uma boba perdidamente apaixonada.

– Por que você diz isso? - Indagou ao arquear as sobrancelhas.

– Porque isso tudo é perfeito demais para existir. - Respondeu. - Tudo isso que você fez, estando onde está. - Sorriu incrédula. - Isso não existe, pessoas como você, não existem. Essas coisas estão presas dentro de livros estúpidos de romance. - A loira sorriu.

– E o que é a nossa vida, se não um livro estúpido de romance? Isso existe sim, tudo isso existe. Esse é o nosso livro. E particularmente, eu acho ele muito melhor do que esses livros bobos que você lê desde adolescente, sabe por quê? Porque isso é real, nós somos reais. Não tem nada de vilões, mocinhos e donzelas, não, essas coisas são chatas demais, previsíveis demais, ou seja, não combina em nada com nós duas. - A morena suspirou e deu um leve aceno com a cabeça, concordando.

– Como você acha que vai terminar essa história? - Murmurou com medo de ouvir a resposta.

– Eu não sei. - Soltou com o ar. - Mas quem se importa? Se as páginas anteriores valerem a pena, quem vai se importar com a última? - A morena acabou sorrindo, a verdade era que ela se importava, mas resolveu não falar sobre aquilo.

– Marilia Shakespeare, você anda muito poeta. - Ao ouvir tal coisa, a loira gargalhou.

– Deve ser a idade, junto com essa coisa de amor. - Respondeu meio envergonhada, o que fez Maraisa sorrir.

– E o que são essas bochechas vermelhas aí? - Não perdeu a chance de implicar.

– Por que você não vai pegar no pé da sua vovozinha, hein? - Indagou ainda mais sem jeito. - Vem, vamos jantar. - Roubou a caixa de chocolates da morena, pegou sua mão, entrelaçou seus dedos e a puxou.

– E o que nós vamos jantar? - Maraisa quis saber.

– A essas horas, provavelmente um pedaço de gelo, porque já deve ter esfriado e muito. - Avisou em tom de desculpas. - Como você pode ver, eu não consegui uma mesa, mas consegui essa toalha. - Usou um tom de desculpas.

– Nossa! Que gafe! - A morena debochou enquanto tirava os scarpins, logo em seguida sentou-se sobre a toalha.

– Chata! - Maraisa lhe sorriu e jogou um beijo.

– Está tudo perfeito, Marilia. Agora deixa de ser neurótica e senta aqui comigo. - Pediu, batendo com a mão ao seu lado. O convite fez a loira sorrir, abandonar os sapatos e sentar-se ao lado da namorada.

– Aqui está o nosso jantar. - Apontou para a cesta de piquenique.

– Quer que eu faça as honras? - A morena olhava curiosa para a cesta.

– Deixa comigo. - Marilia inclinou-se e puxou o jantar para perto. Maraisa sorriu quando viu do que se tratava.

– Pizza! - Pelo tamanho e formato da caixa, não podia ser outra coisa além de pizza. - De que sabor é? - Os olhos da morena se iluminaram. Quanto tempo ela não via uma pizza?

– De que sabor poderia ser, se não o seu preferido? - Marilia indagou ao abrir a caixa.

– Pepperoni! - Exclamou e fechou os olhos, inspirou o máximo que pôde o cheiro bom daquele pedaço de céu. - Ah meu Deus, Marilia! Meu estômago, se antes ele amava você, depois dessa pizza ele vai construir um monumento em sua homenagem. Você é com toda certeza a melhor namorada do mundo. - A empolgação da morena fez a loira gargalhar. - Você é a melhor!

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora