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AGUENTA CORAÇÃO!

*

– O QUÊ? - Indagou um pouco alterada pelo que acabará de ouvir.

– A Rainha Má não queria matar a mais bela, de fato. Ela só queria o coração da Branca de Neve. Só que não o coração físico. E sim no sentido figurado, o coração no sentido de amor, paixão, química, lance de pele. - Explicou animada. - A rainha ama a enteada, e pelas atitudes da Branca, ela pensa que o sentimento é recíproco e na verdade é. Mas, a Branca é jovem, imatura, cheia de dúvidas e medos, e quando a rainha se declara, a Branca fica sem saber o que fazer e resolve dar no pé sem nem uma explicação. Então a rainha passa a ser a Rainha Má, seu amor se transforma em ódio e ela começa a perseguir a Branca de Neve. - Maraisa teve uma sensação de déjà vu ao ouvir aquela história. O semblante da morena tornou-se sério, ela apertou a mandíbula, estreitou os olhos e encarou a ruiva.

– De onde você tirou essa história? - A mudança de humor da morena junto com seu tom de voz irritado, deixaram Maiara e French sem entenderem. Já Marilia estava tão surpresa e chocada quanto Maraisa. Aquela nova história da Branca de Neve era sinistramente parecida com a história das duas. Maraisa parecia transtornada, o que fez a loira concluir que aquela história a magoava muito mais do que ela deixava transparecer.

– Da minha cabeça. Qual o problema? O que tem nela que deixou você assim irritada? - Pelo tanto de perguntas da ruiva e pela cara de quem não estava entendendo nada, Maraisa constatou que Maiara não estava entendendo nada.

– Estou fora! Arrume outra Rainha Má. - Antes que alguém pudesse falar alguma coisa, a morena levantou-se dali e se foi.

– Maraisa, espera! - Marilia pediu, mas a morena já estava longe e mesmo que não estivesse, ela não esperaria.

– Qual o problema dela? - French questionou chocada com a cena.

– De onde você tirou essa história? - Marilia voltou-se para Maiara, e lhe lançou um olhar nada amigável.

– Da minha cabeça, já disse. - A loira fechou a cara e fechou também a mão em punho, antes de choca-la contra a mesa.

– A VERDADE! - Esbravejou. Ato que chamou a atenção de outras detentas por ali. - A verdade. - Pediu com mais calma. - Por favor. - A ruiva coçou a cabeça, suspirou e assentiu concordando.

– Ok. Pereira, ganhou um livros do marido. Aquela trilogia de 50 tons de cinza. - A loira assentiu. - Teve uma tarde que eu estava sem fazer nada, vi um dos livros em cima do travesseiro dela e peguei para dar uma olhada. Não sei porque, mas as últimas páginas do livro estão em branco e ela aproveitou aquilo para usa-las como diário ou algo assim. Só li uma página, e nessa página fala sobre uma tal Marilia. - O coração da loira acelerou ao ouvir aquilo. Ela tinha medo de saber o que Maiara leu lá. - Fala sobre o primeiro dia que vocês se encontraram aqui. Fala como você é dissimulada. Ela odiou o seu "oi, Maraisa Pereira". - Marilia desviou os olhos dos da ruiva.

– E o que isso tem a ver com a história da Branca de Neve? - Murmurou.

– Bom, lá está escrito que você a tratou como se vocês ainda fossem melhores amigas, como se você não tivesse se mandando sem dar uma explicação decente, como se não tivesse sumido no mundo. Como se tivesse respondido aos emails, telefonemas, mensagens e postais. - A ruiva fez uma pausa para respirar. - Juntei isso com a informação que você me deu, naquele mesmo dia quando eu disse que sentia de longe o cheiro de couro, e você disse que não era aquilo, mas que poderia ter sido, se você não tivesse agido como uma idiota.

– Pera aí, deixa eu ver se entendi direito. - French tirou os cabelos da frente do rosto para olhar nos olhos de Marilia. - Pereira, era afim de você e você dispensou ela, é isso mesmo? - A loira nada respondeu, só concentrou os olhos na sua bandeja de comida.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora