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E chegamos ao PENÚLTIMO capítulo (😭😭)! Esse é leve e muito fofo, tem um lembrança muito gostosinha delas. Espero que gostem, boa leitura e até logo.

"Nunca se vá, Marilia. Fique comigo até mesmo quando eu não for mais tão agradável aos olhos..."

*

– Você falou mesmo tudo isso? – Me indaga com curiosidade.

– Falei. – Confirmo. – Temos um vídeo que pode provar isso. – Ela sorri.

– Eu acredito na sua palavra, Marilia. – Garantiu. – Você fez um belo discurso. Achei encorajador e corajoso. Quantos dos seus colegas lhe olharam de cara feia? – Sua pergunta me faz rir.

– Alguns, mas cara feia nunca me abalou. Então eu ignorei e um dia eles superaram. – Conto.

– Você é o meu orgulho. – Me faz sorrir.

– E você o meu.

– Gostaria de lembrar disso tudo, de todos esses momentos, das suas conquistas, do quanto fomos felizes. – Confidencia.

– Eu sei. – Afago suas costas. – Tudo que eu lhe contei, fomos nós que escrevemos, então tenha certeza que aconteceu assim, sem exageros, nem invenções, nem mesmo na parte dos orgasmos múltiplos. – Ela ri.

– Como eu já disse, eu acredito na sua palavra, Marilia. – Balanço a cabeça concordando. – Conte-me mais. – Pede.

– Sobre o que você quer saber? – Questiono.

– Sobre o que você quiser me contar. – Paro meus olhos na sua mão que afaga minha perna e lembro de algo.

– O nosso casamento. – Levanta a cabeça dos meus ombros e me encara.

– Aconteceu mesmo? – Sua pergunta me faz rir.

– Claro que aconteceu, Maraisa Pereira. – Mostro a aliança em minha mão esquerda, antes apontar para uma aliança idêntica no anelar esquerdo dela. – Claro que uma pequena colaboração minha, mas aconteceu. – Conto enquanto folhei o diário, em busca de tal acontecimento. – Aqui, preste atenção. – Peço.

Maraisa estava um pouco irritada, não podia mesmo acreditar que Marilia a tirou do trabalho, a fez cancelar uma reunião, apenas por aquele motivo.

Tudo bem, tinham combinado de um dia voltarem ao colégio onde estudaram e tudo mais, mas tinha em mente marcar tal coisa com antecedência, assim poderia se organizar, ir com tempo, sem pressa, sem precisar cancelar, nem remarcar nada. Mas Marilia sendo Marilia, resolveu aquilo sem seu consentimento, e resolveu apenas avisa-la. Avisa-la não seria exatamente a palavra, convoca-la, intima-la. Ligou dizendo que a amiga precisava estar ali dentro de vinte minutos e não lhe deu espaço para questionamentos, então ali estava.

Sorriu, pendurou a bolsa no ombro e caminhou em direção ao lugar. Parou em frente à entrada e suspirou, abriu a porta do lugar e deu um passo à frente, entrando no mesmo, então paralisou. Estava tudo bem diferente lá dentro também. Fechou os olhos e inspirou o máximo daquele cheiro, que de certa forma lhe trazia tantas recordações.

– Não precisa ter medo. – Sorriu ao ouvir a voz de Marilia. Tal frase lhe trouxe uma sensação de déjà vu, fez seu coração bater mais forte e seus olhos se abrirem, deparando-se com a amiga diante de si.

Prendeu os olhos nos olhos claros da amiga e a olhou profundamente, enquanto lembrava do momento em que se conheceram. Exatamente ali, há muitos e muitos anos. Passaram por tantas coisas desde então, encontros, desencontros, fatalidades, e de algum jeito, a ligação que tinham, a amizade que começou ali, venceu até a morte. Pensar em tal coisa a fez sorrir.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora