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"Simplesmente pelo fato da loira ser o amor da sua vida..."

*

Claro, claro que as coisas não podiam ficar tranquilas por muito tempo, estava tudo muito bom para ser verdade, aquilo não combinava com a sua vida ferrada. Quando pôs o nome de Jennifer na lista, ainda não tinha começado a se envolver com Maraisa de fato, e mesmo assim, só pôs porque... porque era uma idiota. Jennifer lhe escreveu uma carta, parecia arrependida, dizia que queria a ver pessoalmente para se explicar e desculpar, que elas poderiam ser amigas e seguir a vida sem ressentimentos, e a loira cedeu. Mas já fazia mais de um mês que tinha posto o maldito nome na lista, nem lembrava-se mais que um dia Jennifer existiu em sua vida, e agora ela estava lá, como em um filme de terror, voltou para inferniza-la.

– Hey! – Marilia estava tão perdida nos seus pensamentos que nem percebeu que a ex-namorada os tinha alcançado e estava parada em sua frente, com um sorriso largo, como se tudo entre elas estivesse muito bem.

– Hey! – Murmurou.

– Posso te dar um abraço? – Pediu.

– Você merece um abraço? – Seu tom de voz saiu ressentido e Maraisa não deixou de perceber tal coisa.

– Por favor, gata! Pelos velhos tempos. – Voltou a sorrir e abriu os braços. Marilia espiou Maraisa pelo canto dos olhos, e deduziu que talvez a morena fosse pular no pescoço de Jennifer caso o tal abraço acontecesse, e se aquilo acontecesse, a morena acabaria na solitária.

– Acho que um aperto de mão está de bom tamanho. – Marilia avisou ao estender a mão. Sua ex sorriu, concordou e apertou sua mão, mas não se contentou só com isso, então a puxou para um abraço, o que fez Maraisa respirar fundo, contar até dez e absorver.

A tal Jennifer era mais jovem do que ela imaginava, e infelizmente, mais bonita também. Alta, magra, corpo esbelto. Seus cabelos negros e ondulados iam até o meio das costas, tinha um sorriso branco brilhante perfeito, e olhos incrivelmente azuis. Suas roupas estavam mais para festa, do que para uma visita a prisão. Usava um vestido justo vermelho, com uma jaqueta de couro preta. Calçava sandálias de salto, que eram da cor de sua jaqueta. Era desinibida e muito segura de si.

Seus braços continuavam em volta de Emma, que tinha os braços baixos, juntos as laterais do corpo, ela visivelmente não correspondia aquilo, mas mesmo assim a morena estava com raiva. Se perguntava o que aquelazinha fazia ali e por que a loira pôs o nome dela na lista. Perguntou-se também se era daquele jeito que Marilia se sentia quando a via com Danilo.

– Você já pode me largar agora. – A loira ordenou e foi obedecida. Rapidamente deu dois passos para trás, se afastando de Jennifer e parando ao lado de Maraisa. Olhou para a morena, querendo que ela fizesse o mesmo, mas os olhos irritados da namorada permaneceram exatamente onde estavam, o que nada mais significava do que: eu não quero falar com você.

– Você é? – Jennifer apontou para Regina, que abriu um sorrisinho irônico.

– Maraisa Pereira. – Respondeu cheia de confiança e segurança, algo que não fazia parte de si naquele momento. Viu os olhos da tal Jennifer crescerem em sinal de surpresa e incredulidade.

– Meu Deus! Eu pensei que você fosse obra da mente de Marilia. Já ouvi muito falar de você, muito mesmo, principalmente quando estávamos transando. Você é um mito. – Estendeu a mão para Maraisa. – Sou Jennifer Fox. – Muito sem vontade Regina apertou a mão da mulher.

– Eu também já ouvi falar de você e sei exatamente a filha da mãe que você é. – Marilia arqueou as sobrancelhas ao ouvir aquilo e sentiu uma imensa vontade de rir. Já Jennifer estava surpresa com a grosseria gratuita.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora