55

922 107 60
                                    

"Eu sei me comportar, Maraisa Pereira."

*

(...) O vestido preto de malha que usava, era um modelo simples, com mangas e um pequeno decote, mas a ex-namorada ficava tão bem nele, claro que ficaria ainda melhor fora dele, mas enfim, a imagem dela lá dentro, com as mãos na cintura e o olhar curioso e ao mesmo tempo provocador que lançava, fizeram Marilia suspirar e pôr as mãos na frente do rosto.

– Como algo que não envolva nós duas sozinhas em um mesmo lugar, porque sinceramente, não sei se posso lidar com isso sem agarrar você. – A resposta preocupada, frustrada e sincera, fizeram a morena rir.

– Então foi um tormento para você passar a noite sozinha comigo? – Resolveu provocar.

– Não. Claro que não. – Respondeu rapidamente. – Mas ontem você estava assustada, acuada e amedrontada. Não conseguia olhar para você e pensar em algo que não fosse cuidar de você. Mas hoje você acordou nitidamente melhor, e se trocou na minha frente, e eu gosto tanto da sua lingerie, e pelo amor de Deus! Eu não sei o que você faz para ter um corpo assim tão perfeito. – Elogiou, enquanto Maraisa continuava rindo.

– Boxe e yoga, é o que eu faço. Passo duas horas diárias na academia. Aliás, me esqueci completamente disso ontem. – Contou.

– Você continua a porra de uma gostosa! – O elogio não era para sair em voz alta, mas acabou saindo, e deixou a morena um pouco envergonhada.

– Obrigada! – Murmurou. – Pelo que eu posso ver, você também continua muito bem. – Elogiou, ao olhar para os braços malhados da amiga.

– Continuo correndo, fazendo abdominais e me pendurando em barras improvisadas. Como agora tenho mais tempo livre, posso me dedicar mais aos exercícios. – Explicou. Maraisa concordou com a cabeça e sorriu sem humor, imaginando com mais o que ou com QUEM, a loira andava gastando seu tempo livre. – Então, você vai me salvar da recepção pós funeral da minha avó? – Retomou o assunto.

– Sim eu vou. Você pode dormir fora de casa? – A pergunta simples da morena, fez o coração de Marilia reagir e ela tirar as mãos da frente do rosto.

– Tipo aonde? – Arqueou as sobrancelhas e mentalmente pediu a Deus, que fosse onde ela estava pensando.

– Na minha casa. Podemos dar continuidade na noite do pijama lá. – Ahhh, teve vontade gritar, de levantar e fazer a dança da vitória, de beijar aquela mulher linda em sua frente, mas teve que conter-se, se não Maraisa poderia mudar de ideia.

– Com certeza. – Sua resposta talvez tenha saído empolgada demais. – Só você e eu? – Tentou disfarçar o interesse por trás de tal pergunta.

– Algodão. – Droga! O cachorro. O Husky Siberiano, que provavelmente faria picadinho dela, caso se metesse a besta com Maraisa. – E talvez Léo. – Ok, o Léo. Gostava do Léo, adorava seu melhor amigo, mas será que se desse alguma propina para o garoto, ele por um acaso dormiria fora de casa e levaria Algodão junto?

– Ok, espero que seu cachorro não queira me comer viva, nem arrancar nenhuma parte de mim. – Maraisa sorriu.

– Ele não vai, defendo você, prometo. – Marilia suspirou e lhe correspondeu o sorriso.

– Promete mesmo? – Pediu em tom manhoso.

– Prometo! – A morena repetiu.

– Ok, então. – Concordou.

– Ok? – Maraisa suspirou, teve vontade de jogar-se naquela cama e de repente rolar por ali com Marilia.

– Ok. – Se olharam por um tempo, sem nada dizerem. De novo Marilia pensava em agarrar a amiga, enquanto Maraisa continuava com o pensamento de rolarem por aquela cama. Antes que decidisse mesmo fazer aquilo, e aí, adeus trabalho, e adeus funeral, a morena resolveu agir.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora