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Maraisa podia jurar que de algum jeito, tinha conseguido voltar no tempo, mas precisamente, na noite em que ela e Marilia quase se beijaram. Sentiu os lábios da loira contra os seus por três segundos e então foram interrompidas. Dessa vez não por Henrique, mas por French. A detenta bateu palmas, tirando a morena do transe, a fazendo se afastar o máximo possível de Marilia.

– Bravo! Bravo! Muito bom! - Elogiava enquanto continuava aplaudindo.

Marilia lhe lançava um olhar desacreditado e irritado, enquanto seu coração continuava alucinado com o que QUASE tinha acontecido. Por que diabos French fez aquilo? Ela não era do time de pessoas que a queriam ver juntas? Por que resolveu atrapalhar? Por que não ficou quietinha e deixou que se beijassem? A loira tinha uma séria desconfiança que a tal French, tinha feito aquilo de propósito.

Maraisa por sua vez tentava acalmar as batidas de seu coração idiota, enquanto se xingava muito mentalmente e se perguntava o que ela estaria fazendo naquele momento, caso French não estivesse aparecido por ali. O que tinha dado nela afinal? O que estava pensando? Até umas semanas atrás mal podia suportar a presença irritante de Marilia. A odiou por todos aqueles anos. E de repente, sem uma razão nem um porque, quase acabou beijando a ex-amiga traidora.

– O que você está fazendo aqui? - Marilia indagou com tom de voz irritado.

– O que eu estou fazendo aqui? - A detenta parou de sorrir e pôs um semblante sério no rosto, antes de se aproximar de Marilia. Ela analisou a loira atentamente e então foi até Maraisa que estava mais afastada, tirando as roupas da máquina, enquanto recuperava a razão.

Ao parar em frente a morena, a mulher tirou os cabelos da frente do rosto e a encarou. Abriu um sorriso ameaçador antes de sua mão agarrar o rosto de Maraisa nada delicadamente. Ao ver o pequeno corte no rosto um pouco inchado da morena, ela balançou a cabeça em sinal de reprovação. - Não sei se vocês sabem, mas minha irmã foi espancada hoje pela manhã. - Contou olhando nos olhos de Maraisa. - Vim perguntar se vocês não viram isso acontecer. - A morena estreitou os olhos e sem nem um pingo de delicadeza, tirou a mão de French do seu rosto.

– Acredito que já tenha encontrado sua resposta. - Respondeu sem se deixar intimidar.

– Acredito que sim. - Lançou um olhar de desprezo para Maraisa, que se sentiu culpada.

– Sei que não vai adiantar de nada, mas eu sinto muito. - Soltou com o ar. - Realmente sinto muito. - Tentou se desculpar.

– Sentir muito não vai arrumar o estrago que você fez na cara dela. - Maraisa concordou com a cabeça.

– Foi ela quem começou. Ela me procurou. Me provocou e me bateu, apenas me defendi. - A mulher abriu um sorriso sarcástico.

– Se defendeu? Se defendeu por ter ganho esse machucadinho aí? Não acha que um soco só, já seria suficiente? Você a espancou, isso é diferente de apenas se defender. - A morena se sentiu envergonhada, sabia que French estava com toda razão.

– Eu tenho problemas com isso. Quando eu fico muito irritada a ponto de partir para agressão física, não consigo me controlar. Eu perco a cabeça e não consigo pensar, não consigo parar. - Tentou se explicar. - Eu sinto muito pelo que eu fiz, French, sinto muito mesmo. Sei que está magoada, no seu lugar eu também estaria, mas não há muita coisa que eu possa fazer a não ser me desculpar. - Sim, French estava magoada. Apesar de simpatizar com Maraisa, a Mini French era sua irmã, e ninguém mexia com membros da sua família.

– Ah qual é, French? Corta essa, vai! - Marilia pediu ao se aproximar das duas.

– Isso foi por culpa sua! - A detenta apontou o dedo para a loira, a acusando. - Você saiu com as duas ontem a noite. - Voltou a acusar.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora