"Você acha que pode me desculpar por essas mentiras?"
*
Graças a toda aquela confusão, as duas acabaram perdendo toda a manhã de trabalho, quando chegaram na cafeteria a mesma estava um caos, e como não há nada de ruim que não possa piorar, Tinker também não foi trabalhar, graças a uma virose que lhe colocou no hospital. Maraisa acabou parando no caixa, e teve que recrutar o filho para ajudar Nathalie, a atender as mesas, enquanto Maiara preparava os cafés.
Maraisa conseguiu cobrir a marca em seu rosto com maquiagem, e usou uma echarpe para cobrir o pescoço, mas não pôde fazer quanto a sua voz, e seus olhos ainda um pouco avermelhados. Sabia que Léo pediria explicações sobre aquilo, na verdade já tinha pedido e a morena prometeu dá-las assim que chegassem em casa. Foi então que Maiara convidou a amiga e o garoto para uma competição de videogame, sutilmente a lembrando que eles não iriam para casa.
No final do dia estava exausta, seu corpo doía, sua cabeça doía, seu pescoço doía e sua garganta incomodava e muito, podia jurar que ainda sentia as mãos do marido lhe apertando. A echarpe que usava estava começando a lhe sufocar.
Finalmente o expediente tinha acabado, o último cliente tinha saído e a morena estava concentrada contando o dinheiro que tinha no caixa. Quando ouviu a sineta da porta tocar, avisando que alguém tinha acabado de entrar, bufou e xingou-se por não ter passado a chave na mesma.
– Desculpe, mas já fechamos. – Avisou sem tirar a atenção do que fazia. Voltou a bufar ao ouvir passos se aproximando ao invés de dar meia volta e ir embora. – As maquinas já estão desligadas. – Sua atenção continuava nas notas de cinquenta.
– Eu estava pensando que talvez você pudesse me vender uma água. – Ao ouvir aquela voz, Maraisa entrou em choque. Suas pernas amoleceram, seu coração acelerou, a caneta que estava em sua mão caiu e as borboletas adormecidas em seu estomago, acordaram com força total. Lentamente Maraisa levantou a cabeça, e deparou-se com Marilia paradinha a poucos metros de si. A loira trajava um jeans rasgado, uma camiseta preta, e tinha um camisão xadrez pendurado na cintura. Seus pés que estavam dentro de um par de all star sujo e surrado, faziam seu corpo subir e descer, mostrando o quanto ela estava nervosa, e suas mãos dentro dos bolsos traseiros da calça só confirmavam aquilo.
Maraisa queria muito dizer alguma coisa, mas além de surpresa, estava tão nervosa quanto Marilia. – Eu posso pagar. – Marilia voltou a falar, tirou cinco dólares do bolso traseiro e mostrou para Maraisa, que apenas concordou com a cabeça e sem saber direito como, conseguiu caminhar até a geladeira de refrigerantes. Ao voltar, colocou a água sobre o balcão e pegou o dinheiro, o guardando no caixa, em seguida entregou o troco a loira, que juntou as sobrancelhas e encarou a amiga.
– Você paga para as pessoas tomarem água? – Maraisa lhe lançou um olhar de interrogação.
– Como? – Xingou-se por sua voz estar daquele estado.
– Eu dei cinco dólares e você está me devolvendo cinquenta. – Apontou para nota.
– Desculpa. – Pediu. Nervosa, devolveu a nota de cinquenta ao caixa. Já não lembrava mais nem o preço de uma água, então com certeza não saberia dar o troco, o que a fez pegar a nota de cinco e devolver a Marilia. – Cortesia da casa. – Tentou sorrir.
– Faço questão de pagar. Dou o troco para a caixinha dos funcionários. – Maraisa apenas assentiu e voltou a guardar o dinheiro. – Você está gripada? – Indagou. – Sua voz... – Com certeza de todos os assuntos que poderiam ter, aquele não era um.
– O que você está fazendo aqui? – Indagou.
– Não se preocupe, não tem ninguém atrás de mim, ninguém me seguiu e nem sabe que estou aqui. Juro. – Marilia tinha entendido errado, não foi aquilo que a morena quis perguntar.
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ESCAPE | MALILA
FanfictionMaraisa foi sentenciada a 13 meses de prisão por ter cometido um pequeno delito no passado. Na prisão, ela acaba esbarrando com sua ex melhor amiga e delatora, Marilia Mendonça. Mulher que partiu seu coração ao abandona-la sem nenhuma explicação lóg...