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VOLTEEEEEEEEEEI (Rochelle voices)! Perdão pelo sumiço, meus amores. Agora voltei de vez, estamos na reta final da fanfic, mas ainda há muitas emoções e reviravoltas para acontecer. Boa leitura, beijos.

*

(...) Três anos e quatro meses, mil duzentos e dezessete dias, incontáveis horas que graças à matemática, Marilia não sabia como calcular, enfim, o dia que certa vez era tido como inalcançável, tinha finalmente dado as caras.

Marilia tinha cumprido todo o seu tempo da prisão, já não estava mais no mesmo espaço que as outras detentas. Estava em uma sala de espera, enquanto aguardava o conselheiro aparecer com os papéis que ela tinha que assinar. Alguns minutos, era esse o tempo que restava para a loira dentro da prisão. Poucos minutos a separavam do mundo lá fora, poucos minutos a separavam dos seus medos, receios, e de Maraisa, a única certeza em meio a tantas incertezas.

Mal conseguiu dormir à noite, pensando em como seria sua vida a partir do momento que pusesse os pés para fora da prisão. Tudo bem, ela e Maraisa já tinham feito e refeito muitos planos durante os últimos nove meses, só que até então eram só planos, algo para o futuro.

A verdade é que estava um pouco assustada diante de tal futuro, que finalmente estava começando a se tornar presente. Tinha medo de fazer tudo errado de novo, medo de enfiar os pés pelas mãos mais uma vez, medo de que as coisas não saíssem como planejado, mas ao contrário das outras vezes, estava disposta a enfrentar todos esses medos.

Sabia que a vida não seria só o mar de rosas que planejaram, sabia que enfrentariam alguns problemas, que brigariam muitas vezes, que bateriam boca, e que provavelmente ainda trocariam muitas juras de ódio, mas de algum jeito também sabia que dariam um jeito, no que quer que fosse, elas dariam um jeito, e no final do dia, antes de deitarem para dormir, fariam as pazes.

Dali alguns minutos, quando enfim pusesse os pés para fora daquele lugar, se dedicaria a ser uma pessoa melhor, a pessoa que Maraisa merecia que fosse. Com certeza ainda errante, com certeza ainda um pouco teimosa, ainda sem muita paciência para as pessoas, mas disposta a fazer o que quer que fosse para pôr sua vida nos eixos, e vive-la bem, ao lado das pessoas que amava.

Ao ouvir mais um barulho estrondoso de trovão, suspirou. Claro que estava chovendo, já deveria esperar por aquilo, seu currículo de falta de sorte era bem grande, então estranho seria se estivesse fazendo um lindo dia de sol. Estranho seria pôr os pés para fora daquele lugar, sem tomar um banho de chuva. Estranho seria se Maraisa estivesse lhe esperando lá fora encostada em seu carro, trajando um short e uma de suas camisas de verão, de braços cruzados, cara de má, usando seus óculos de sol, ao invés de lhe esperar dentro do carro, graças a maldita chuva. Estranho seria se seu plano de correr em direção a namorada assim que a visse, desse realmente certo.

– Você realmente não gosta de mim, não é mesmo? – Reclamou com Deus, ao olhar para o teto do lugar. Suspirou, e nervosa com toda a situação começou a remexer nas fotos que tinha guardado na caixa junto com seus outros pertences, e que estava sobre suas pernas. Sorriu antes de seu indicador cutucar o nariz de sua sobrinha. – Vamos enfim nos conhecer. – Resmungou para a imagem, sem deixar de sorrir. – Espero que você tenha menos medo de mim, do que eu provavelmente vou ter de você. – Voltou a resmungar. Sem pressa foi passando as poucas fotos que tinha ali, sorrindo e relembrando o momento em que cada uma aconteceu.

– Mendonça?! – Ao ouvir seu nome sendo chamado, Marilia voltou ao presente. Ao levantar a cabeça e procurar pelo dono da voz, viu o conselheiro Menotti. – Os documentos, é só assina-los e está liberada. – Marilia concordou com a cabeça, largou a foto dentro da caixa, pegou os papeis, a caneta e tentou ler o que estava escrito lá. Nervosa, desistiu na segunda linha, seu advogado já tinha lhe explicado sobre o que assinaria, então resolveu apenas assinar. Rabiscou seu nome lá algumas vezes e devolveu as folhas ao homem, que lhe abriu um sorriso até que simpático. – Boa sorte lá fora, Srta. Mendonça, e espero não ver o seu traseiro aqui nunca mais. – Estendeu a mão para a loira que sorriu e o cumprimentou.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora