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"Como eu sonhei todas as noites durante o último ano."

*

Subiu as mãos até os cabelos da morena, as emaranhou lá, e os puxou, a fazendo levantar a cabeça.

Seu nariz brincou com o da amiga, enquanto seus lábios ameaçavam beijar os dela. Esquivou-se quando Maraisa tentou dar início a um beijo, e sorriu quando a amiga soltou um suspiro frustrado. Fez aquilo outra vez, antes de prender o lábio inferior da morena entre os dentes, e enfim dar início a um beijo.

Apesar de ter começado devagar, e preguiçoso, já não era mais um beijo sem intenções. O desejo foi se fazendo presente à medida que suas línguas se aprofundaram, suas respirações tornaram-se ofegantes, e suas mãos inquietas.

O hálito de vinho da morena, junto com seu perfume, e a respiração pesada, serviam como afrodisíaco para Marilia. E a bendita bala Halls que a loira dividia naquele beijo, fazia o mesmo com Maraisa. Um gemido abafado fugiu da boca de Maraisa, ao imaginar aquela sensação refrescante em outra parte do seu corpo.

O som que a morena deixou escapar, serviu como estopim para Marilia, que desistiu da boca da morena, desceu as mãos até a sua cintura, a segurou com firmeza, impulsionou o corpo para frente, firmou os pés no chão e se pôs de pé. O piano voltou a emitir sons nada melódicos, quando de novo fez com que a amiga, se sentasse sobre as teclas.

Suas mãos agarraram-se a echarpe da amiga a puxando, trazendo o rosto dela para perto do seu. Voltou a tomar-lhe os lábios, dessa vez com pressa, com o desejo que já corria por suas veias. Sutilmente puxou a peça envolta ao pescoço da ex-namorada, a deixando ir ao chão.

Enquanto uma das suas mãos desceu até o cinto da amiga, com a missão de desataca-lo, outra subiu até a nuca da morena, lhe puxou os cabelos, lhe arrancando suspiros e lhe fazendo levantar a cabeça. Voltou a prender o lábio inferior da amiga entre os dentes, e o mordiscou com mais de força do que deveria, lhe arrancando um gemido de protesto.

Trilhou beijos lentos e sensuais, até o pescoço da morena. A respiração ofegante da amiga, junto com as mãos firmes e decididas dela sobre sua bunda, e o cheiro de perfume acentuado naquela região do pescoço, fizeram Marilia perder o bom senso, e ser um pouco rude, tornando o pescoço da morena, uma vítima de seu descontrole.

As carícias mal tinham começado e Maraisa já estava entregue, mal conseguia raciocinar, seus pensamentos estavam nublados, tudo que conseguia fazer era sentir, sentir os lábios de Marilia contra sua pele, a mão dela puxando-lhe os cabelos, a respiração pesada contra o seu pescoço, os lábios devorando o mesmo, e o prazer que aquilo tudo lhe proporcionava. Era uma massa de modelar nas mãos da loira, e só Deus sabia o quanto gostava daquilo.

Marilia enfim conseguiu desfazer-se do cinto da amiga, e imediatamente a fez ficar de pé. Em questão de segundos o vestido da morena estava no chão. Ao parar os olhos na peça íntima que a ex-namorada estava usando, Marilia desistiu dos beijos, e sem nenhuma gentileza, a fez voltar a sentar-se sobre o piano.

Abriu um sorriso malicioso para o espartilho vinho com detalhes em renda preta que Maraisa usava, e calcinha também de renda preta, que fazia parte do pacote. Seus olhos lhe devoraram de cima a baixo. Mordeu os lábios e ergueu a cabeça ao céu, agradecendo a Deus por aquela mulher, antes de voltar a prender os olhos naquela que era sua perdição.

– Você é a mulher mais maravilhosa de todo mundo. E é minha, minha mulher, só minha. Isso me torna a pessoa mais sortuda de todo mundo. – Sua voz saiu rouca, e baixa. Maraisa pôde sentir o desejo da amiga estampado ali. Não teve tempo para responder qualquer coisa, os lábios de Marilia tomaram os seus, os devorando, enquanto as mãos da loira foram atraídas pelos seios da amiga.

ESCAPE | MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora