Laila
Os médicos disseram que não poderia ficar no hospital, por conta da Clarice, estar na UTI. Voltamos para minha casa, fiquei sentada no sofá ao lado da Kally, escutava os gritos e socos do Francis, vindo de banheiro. Mesmo não conhecendo a Donna, podia sentir a dor deles.
- Tem um quarto no segundo andar. - me levanto olhando para ela. - Pode passar a noite aqui, não é bom que saia nessa estado.
- Obrigada. - diz ela.
Fui para meu quarto, me sentei na cama começando a chorar, Francis entrou vindo na minha direção.
- Sinto muito pela a Donna.
- Vai ser difícil, mas vamos dar um jeito. - ele se ao meu lado apertando sua mão.
Me levantei, indo até o banheiro fiquei me olhando no espelho, meus olhos estavam vermelho, joguei um pouco de água no rosto. Voltei para a cama onde Francis, me esperava fiquei parada na sua frente começei a tirar sua gravata.
- Estou com medo. - falo passando a gravata na mão.
- Não fica, você não esta sozinha. - ele diz abraçando.
Passei minha mão sobre sua cabeça acariciando, troquei de roupa para dormir, passei a madrugada acordada. Fiquei vendo a neve cair sobre o vidro da janela, Francis dormia ao meu lado, ele passou a mão por minha cintura me puxando para perto dele.
....
Abri os olhos, com a luz que entrava estava tudo calmo e silêncio, um silêncio vazio, sem barulho de carros, pássaros ou qualquer outra coisa. Me levantei, sai do quarto indo até a cozinha onde ele estava preparando o café fiquei parada com os braços cruzados e a cabeça apoiada na parede.
- Oi. - ele diz vindo na minha direção.
Ele me abraçou beijando minha testa, passei minhas mãos envolta da cintura dele. Fiquei sem falar nada escutando sua voz.
- William, chegou de madrugada e foi direto para o hospital. - ele dizia próximo ao meu ouvido.
- Vou me arrumar. - falo me afastando. - Quero ficar com ela, quando acordar.
- Antes de ir come alguma coisa. - ele indica com a cabeça.
- Estou sem fome, cadê a Kally?
- Saiu cedo, não sei para onde.
Acenei com a cabeça indo para o quarto.
Kally
A única coisa que saia da minha boca eram gritos de dor, raiva, desespero, minha respiração estava ofegante, sentia uma dor vindo do meu peito. Perder a Donna, era como ficar sem uma parte do corpo, estava parada em frente a casa dos pais dela, não sabia como iria contar que a filha morreu. Vejo Julian, na porta olhei para ele me virando em direção ao carro.
- O que faz aqui? - ele pergunta parando na minha frente. - Esta chorando?
Acenei, abraçando ele tão forte, que me sentia segura.
- Donna, ela... - paro me afastando.
- Ela saiu disse que iria para Nova York, e que voltava logo.
- Ela não vai voltar. - falei colocando a mão na boca.
- Como assim?
- Donna, sofreu um acidente. - segurei sua mão. - Ela morreu, Julian.
- Não. - ele se afasta. - Isso é mentira, ela não pode ter morrido.
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Queen of Hearts
Mystery / ThrillerEsta obra é inspirada no livro Inevitável Paixão, disponível no Em uma Nova York marcada pelo contraste entre o glamour e a criminalidade, uma jovem em busca de um emprego encontra uma oportunidade em uma loja que parece ser uma fachada elegante. D...