Capítulo 3

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Donna

Clarice estava saindo quando cheguei, Dom se inclinava em cima do balcão dando um maldito sorriso de lado passando a mão na barba. Coloquei minha bolsa em cima entre suas mãos.

- O que vai querer hoje, um Channel, Herman. - diz ele me olhando.

- O seu pai. - dou um sorriso.

- Como? - diz ele levantando a sobrancelha.

- Quero que marque uma reunião com seu pai.

- Marca você, eu não falo com ele desde aquele dia, onde estava?

- Enquanto você estava com a Jane, eu estava fechando um acordo com Michael. - tiro um pino de dentro da minha bolsa.

-Não brinca, você roubou minha chance de conhecer ele.

- Se você pensasse menos em sexo e mais no dinheiro, talvez fosse você nesse reunião.

- O que é isso? - diz ele apontando para o pino em cima do balcão.

- Uma amostra da droga dele, por isso, a reunião seu pai tem que aprovar primeiro, se isso não acontecer. - me inclino para perto. - Tudo foi em vão, iremos ter uma margem de lucro grande em menos de dois anos, estaremos ganhando o dobro de quanto ganhamos hoje.

- Qual o valor?

- 1,5 milhão de dólares, entrada e saída. - respirei fundo. - Eles até distribuição do produto.

- Já testou? - diz ele pegando da mão.

- Não, mas podemos fazer isso se quiser, hoje na minha casa. - coloco minha mão na barra da blusa.

- Não dá, Francis está na cidade.

- Três é melhor que dois. - pego a bolsa. - Na minha as 20 horas, e leve roupa para passar a noite.

- Mais roupas, cadê as outras?

- Joguei fora. - vou para minha sala.

- Francis, pediu para entregar isso. - ele tira um envelope do bolso. - É do meu pai.

Peguei o envelope colocando dentro da gaveta.

- Você pode ir, se quiser. - me sentei tirando os sapatos.

- Eu to curioso para saber, o que é.

Apoio os cotovelos no braço da cadeira.

- Robert, me devia um favor. - respirei fundo. - Quero que marque uma reunião com ele, diga que eu mesmo irei vê-lo pessoalmente.

- É claro, chefe. - diz ele se levantando.

Dom, sai da sala. Peguei o envelope dentro havia um pen drive, coloquei no computador uma pasta foi aberta na tela abri a pasta dentro tinha uma foto de uma garota, minha filha. Robert, havia a encontrado.

- Irei fechar a loja. - disse Kelly na porta.

- Preciso que faça um favor. - olho para ela. - Quero que vá para Londres, atrás da minha filha.

- Mas, a sua filha vive com o pai dela.

- É eu sei, Peter a levou de mim, ele manteve ela longe por 10 anos, e agora que eu achei ela, vou tê-la de volta.

- Donna, como a pessoa que sempre esteve ao seu lado. - ela diz se aproximando. - Não faça isso, assim que eu pisar em Londres, ele vai saber. - coloco as mãos na mesa. - Peter é um homem cheio de influências, ele não te matou ainda por causa dela.

- Eu tenho a chance de ter minha filha de volta, a filha que ele levou quando só tinha 3 anos. - me inclino na cadeira olhando para a foto. - Ela mudou, uma vez você me disse para mim, não baixar a minha cabeça para ninguém se a 10 anos, eu tivesse ignorado esse conselho não seria a mulher que sou hoje. Já que você não quer fazer isso, eu mesma farei.

- Ele vai te matar, parece que não entende isso.

- Fui casa com ele a 15 anos, sou a mãe da filha dele. Mas não sou a mesma de antes, sábado quero um avião pronto para partir. - me levanto pegando a bolsa. - Não se preocupa, se aconteceu alguma coisa comigo você será a primeira saber . - falei colocando a mão no seu ombro. - Pode fechar, a loja.

.....

Clarice

Fiquei passando aquela cena toda hora na minha cabeça, a fumaça da minha comida queimada tomou conta da cozinha, Laila entra abrindo as janelas.

- Quando decidiu matar a gente? - ela diz apagando o fogo.

- Desculpa, me perdi no meus pensamentos.

- Você chegou e nem deu tempo da gente conversar, como foi o seu primeiro dia? - pergunta ela parada na minha frente.

- Foi, legal. - coloco a panela queimada na pia. - Fiz algumas vendas hoje, arrumei o estoque, comecei a fazer amizade com a outra moça que trabalha comigo.

- Espero que dessa vez, você consiga ficar nesse trabalho.

Olhei para ela pegando na sua mão.

- Se juntarmos dinheiro, podemos ir embora desse lugar.

- Você sempre pensou em nós duas, mas está na hora de pensar em você.

- Não quero ficar sozinha, e nem você.

- É tem razão. - ela olha para pia fazendo cara de nojo. - Que tal ligar naquele restaurante caro que você gosta e pedir algumas.

- Vai pagar com que dinheiro?

- Recebi adiantado do cliente, então vamos gastar. - diz ela pegando o telefone.

Sentamos na varanda, ficamos a noite inteira conversando e comendo. A única coisa cara que entrou nesse casa foi um prato de 2 mil dólares, uma prato de caranguejo Devon, com trufa branca, caviar Beluga em folhas de ouro e também lagostas escocesas revestidas de ouro, quatro abalones e quatro ovos de codorna recheados com caviar. Esse foi a melhor coisa que comi em 22 anos.

- Se ficarmos comprando comida cara, nunca vamos sair daqui. - falo limpando as mãos.

- Não reclama, só por hoje. - diz ela me olhando. - Eu recebi uma ligação hoje, era do presídio.

- Se for falar do seu pai, não quero saber. - me levanto abrindo a porta de vidro.

- Ele também é seu pai.

- Obrigada pela comida, mas agora tenho que ir dormir. - entro no banheiro.

Me sentei na borda da banheira, coloquei a mão jogando o cabelo para atrás, Leila abre a porta se agacha ao meu lado.

- Ele te fez mal, um vez. - ela coloca as mãos na minha perna. - Eu prometo que não vai te tocar um dedo.

- Tá bom, é melhor ir me deitar. - levantei indo para meu quarto.

As horas foram se passando e o sono ainda não tinha dado as caras, já eram 1 hora da manhã quando descido tomar um remédio para dormir. Fui até a cozinha pegar um copo de água, olhei para o lixo jogado dentro da pia coloquei as caixas em um saco, desci a garagem para jogar o saco no lixo quando um dos moradores sai do carro.

- Boa noite, Clari. - disse um dos moradores.

- Boa noite, Sr Klay.

Cruzei os braços esperando o elevador chegar.

- Eu trouxe a sua revista. - diz ele me entregando o envelope.

- Obrigado.

Voltei para a casa, me deitei no sofá com a TV ligada. Peguei no sono quando acordei já está de manhã olhei no relógio que marcava 9 horas, estava muito atrasada comecei a me arrumei as presas.

Queen of HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora