2 • Garota estranha e Amor familiar

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POV Aemond


Aquele dia já tinha começado da pior forma possível, tendo que receber minha "irmã" mais velha e meus "amados" sobrinhos. Minha mãe não estava muito bem pra receber alguém hoje, ou pelo menos era isso que ela falava. Aegon tinha se metido em algum buraco como sempre, bebendo e fodendo com tudo que vê pela frente como um cachorro no cio. Coube a mim e Helaena receber a princesa e sua família que tinham acabado de chegar de Pedra do Dragão.

A carruagem entrou nos portões de maneira apressada, talvez minha irmã tenha pedido pra ir mais rápido, não a culpo, nessa situação não era muito sábio demorar e esperar que a cobra desse o bote.

Quando todos desceram na carruagem pareceram surpresos em ver eu e Helaena ali, principalmente Rhaenyra que me deu um olhar mortal, mas escondeu logo em seguida.

- Bem vindos irmã, tio. - Helaena como sempre era muito gentil com todo mundo. Até com quem claramente não gostava dela.

- Olá Helaena, Aemond. - Rhaenyra deve ter se esforçado muito pra controlar a expressão hostil e sorrir, era até engraçado.

- Nossa mãe pediu pra levarmos vocês até o salão. Todos já estão esperando. - Resolvi falar logo e acabar com isso antes que eu não conseguisse mais controlar a risada que quase escapou. Começamos a caminhar em direção ao salão, comigo e Helaena na frente guiando o caminho, não que eles não conhecessem o castelo, era só mais uma das inúmeras sufocantes formalidades.

Durante o trajeto ela perguntou sobre Rhaenys claro, se ela já havia chegado. Outra jogada da minha mãe, ou devo dizer, do meu avô como sempre, pra dificultar as coisas mais ainda. - A Princesa Rhaenys ainda não chegou. Infelizmente não temos mais como espera-la então a petição irá começar assim que entrarmos. - Helaena se prontificou a responder e pude notar pelo canto do olho a expressão de Rhaenyra e Daemon escurecer. Se minha mãe soubesse disso ela ia cantarolar durante dias.

Quando o guarda anunciou nossa entrada o burburinho do salão do trono cessou. Assim que entramos já fui rapidamente pro lado esquerdo do trono, onde minha mãe e Aegon esperavam, ótimo pelo menos eles conseguiram de alguma forma achar esse bêbado. Ouvi Helaena se despedir e desejar boa sorte pra Rhaenyra, me seguindo rapidamente logo em seguida. Meu pai se alegrou e quase levantou pra abraçar a tão amada filha dele, mas meu avô o lembrou do por que ela estava ali e sua expressão animada murchou, foi até engraçado de se ver.

Senti o olhar da minha mãe sobre Helaena como se perguntasse o que ela falou com Rhaenyra quando entraram. Minha irmã se encolheu e chegou mais pra perto de mim, desviando os olhos da nossa mãe. Era sufocante. Essa família era sufocante. As vezes me sentia como uma animal preso em correntes, me enforcando cada vez mais, fazendo com que eu perdesse minha sanidade. Nosso pai só tinha olhos pra nossa irmã mais velha e seus filhos, e nossa mãe nos aprisionava e corrompia qualquer fração de liberdade ou felicidade que pudéssemos ter na vida. Ela e meu avô estavam obcecados com aquele trono, eles não ligavam se iriam se destruir e nos arrastavam junto deles.

Dei um passo pra mais perto de Helaena e senti seu aperto silencioso na bainha da minha blusa. Minha irmã nunca gostou de estar entre muitas pessoas e eventos oficiais da corte, tudo só piorava com a pressão que minha mãe colocava sobre ela.

Decidi esquecer tudo isso e me concentrar no homem Velaryon que falava com meu pai e as vezes com os outros lordes. Um simples peão desse jogo que pode ser descartado a qualquer momento. E quando esse momento chegasse eu sabia que eu seria enviado para limpa-lo.

- Antes de minha filha falar eu devo perguntar algo que não entendi desde que começamos. - A voz do rei me tirou dos meus desvaneios, fixando minha atenção nele. - Só quem pode falar pelo Lorde Corlys é sua esposa, a Princesa Rhaenys. Onde ela está? Por que não a vejo aqui?

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora