Sangue do Dragão | HOTD | Aemond Targaryen

7 • Corridas e Prêmios

Quando o Sol começou a cair no horizonte, eu notei quanto tempo havia se passado. Eu e mamãe continuavamos agarradas, ela parecia que jamais iria me deixar ir novamente e eu queria aproveitar mais aquele aconchego dos seus braços.

Mas uma batida leve na porta nos despertou daquele momento. - Entre. - Ela falou ainda comigo em seus braços.

Daemon entrou, assim que nos viu ele deu um sorriso caloroso e fechou a porta atrás de si, vindo em nossa direção. Ao chegar na nossa frente se ajoelhou e olhou nos meus olhos. Vi seu olho ficar úmido também e como se pedisse permissão ele levantou sua mão calmamente, tocando meu rosto. Então abriu um sorriso choroso e alegre.

- Olá minha filha. - Ele falou amorosamente, como se estivesse esperando por esse momento a séculos.

Observei seu olhar cheio de amor, mas com um pouco de medo. Acho que ele estava com medo de que eu o renegasse, não o culpo, pois foi o que eu fiz durante toda minha vida. Mas não iria fazer mais isso, depois da conversa com Luke e os garotos pela manhã eu prometi a mim mesma que iria amar, proteger e jamais abandonar minha família novamente. E agora eu tinha um segundo pai, um pai e uma mãe denovo.

- Olá papai.

Assim que falei ele franziu as sombrancelhas e começou a chorar, abraçando eu e minha mãe, quase nos esmagando.

* Valiriano *
- Minha filha. Minha criança. Eu estou aqui agora meu amor. - Sua voz trêmula e instável, mostrando o quão sentimental ele estava naquele momento. Jamais pensei que veria o grande Daemon Targaryen assim. Mas agora eu sabia, aquela pessoa era meu pai.

Encontrei os olhos da minha mãe e nós duas rimos. Ela começou a acariciar as costas de Daemon o tranquilizando. - Pronto, pronto. Veja isso, você já é um homem adulto. Se controle!

Ele soltou uma risada baixa se divertindo com aquilo, mas continuou nos abraçando.

- Esposa me deixe ser um pouco emotivo agora. Minha filha finalmente me chamou de pai, deixe-me aproveitar.

Nós três rimos juntos e ele só nos soltou depois de muito tempo. Nós três nos sentamos no pequeno sofá, eu no meio dos dois. Jogamos conversa fora, falando tudo que aconteceu durante esses anos e Daemon me disse o quanto sempre desejou assumir minha paternidade, contar que ele era meu pai de verdade, mas que não podia por causa de Jace, Luke e Joff. Eu sabia disso, se ele falasse que era meu pai, seria o mesmo que assumir que os meninos eram filhos de Sor Harwin e não do papai.

Pensar assim me fez cair em mim, Laenor não era meu pai de sangue e isso causou um tremor no meu coração. Mas não deixei transparecer. Eu não queria que minha mãe e Daemon ficassem preocupados e eu sabia que uma hora isso iria passar, por que eu sempre soube disso, só não queria admitir. E isso jamais faria o amor que sinto pelo meu pai e nossas memórias juntos desaparecer, Laenor Velaryon seria pra sempre meu amado pai, o homem que me criou e me ensinou sobre o mundo, quem jamais permitiu que eu deixasse de sonhar.

Isso tranquilizou um pouco meu coração. Fiquei aliviada, como se um enorme peso fosse tirado dos meus ombros. Olhei pra Daemon e ele me olhou de volta, sorrindo alegremente.

- Eu não sei se vou conseguir te chamar de pai ainda... - Comecei a falar e não consegui mais encarar seu rosto, então baixei os olhos pra nossas mãos entrelaçadas. - Mas eu vou tentar... vou tentar te chamar assim.

- Querida. - Minha mãe falou me fazendo virar pra ela. Ela estava com uma expressão triste, parecendo em conflito, aquilo me deixou mais ansiosa ainda.

- Visaena. - Dessa vez Daemon me chamou. Olhei pra ele hesitantemente e ele estava com o mesmo sorriso caloroso que sempre me dava, o sorriso de um pai do qual eu sempre temia. - Querida, você não precisa se esforçar a me chamar assim. - Seu aperto na minha mão aumentou. - Você pode me chamar assim quando sentir que está pronta. Eu não irei deixar de te amar por isso. - Ele sorriu e acariciou minha bochecha, juntando nossas testas e fechando os olhos. - Você sempre será minha menina. Minha preciosa menininha. Como sempre foi.