58 • Balerion

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A noite caiu e Visaena foi com seus irmãos e tios para o quarto preparado por Harwhel. Eles ainda tinham de esperar os batedores retornarem com os relatórios sobre a formação inimiga.

Ela estava exausta, a reunião durou a tarde toda e isso quase queimou seus neurônios. Na verdade Visaena era muito boa com armas, ela era uma guerreira nata e muito habilidosa, mas não lidava bem com planejamentos. Poderia ser até irônico, já que a menina é como uma traça sempre devorando livros atrás de livros, ela herdou essa paixão pelas histórias do seu pai, que sempre lia pra ela desde pequena. Como uma forma de manter Laenor sempre por perto, a menina começou a passar todo o seu tempo na biblioteca.

Mesmo com essa paixão pelos livros, ela não desenvolveu muito bem suas habilidades de planejamento e só de conversar sobre isso já fazia sua mente se embolar.

Então ela se sentia pesada, com sua cabeça latejando de dor. Visaena tomou um banho rápido e se jogou na cama, afundando no colchão macio e deixando-se ser engolida pelos cobertores.

Não demorou muito para que seu corpo começasse a relaxar e seus olhos ficassem pesados. Ela estava quase pegando no sono, quando um som na janela fez sua mente ficar em alerta instantâneamente.

Visaena colocou a mão embaixo do travesseiro, onde sempre escondia sua adaga feita de aço valiriano, apertando o cabo da arma ansiosamente. Ela deixou sua respiração o mais uniforme possível, disfarçando para enganar a outra pessoa.

Os passos foram se aproximando cada vez mais, eles eram pesados e lentos. A Princesa notou que a enorme sombra que se erguia sobre ela devia pertencer a um homem, pois sua silhueta dava pra ver claramente a musculatura enorme dele.

Quando o homem ficou a poucos passos da cama, Visaena levantou em um salto, puxando sua adaga e apontando pro pescoço do intruso.

O som de aços se chocando ecoou pelo quarto quando a pessoa se defendeu e afastou a adaga da menina. A Velaryon saltou da cama, se firmando no chão e puxando sua segunda adaga, empunhando as duas e olhando furiosamente pro homem na frente dela.

— Bem que avisaram que a cria de Daemon era problemática. — O homem limpou o sangue que escorria do pequeno corte em seu rosto. Ele olhou pro vermelho nos dedos e sorriu maliciosamente, passando a língua pelos lábios e lambendo o sangue. — Você é uma ferinha com garras ein, sua alteza.

Visaena sentiu seu sangue ferver quando ouviu Prahas chamá-la daquela forma. Aquele desgraçado estava tramando alguma coisa, ela já suspeitava dele desde a reunião. Ele desprezando ela e seus irmãos a deixou furiosa, mas se controlou, pois ele ainda era um dos aliados dos outros lideres.

Mas agora não tinha mais por que se segurar. Esse verme ousou invadir seu quarto a noite e deixou claro que tinha segundas intenções, como se alguém o tivesse enviado até aqui.

— Comece a se explicar imediatamente e você talvez possa preservar sua cabeça.

Prahas riu da ameaça da menina, ele não estava nem um pouco com medo. Ela era só uma garotinha, não achava que devia ter esse cuidado todo como aqueles dois o alertaram.

— Se acalme Princesinha. Vamos só brincar um pouquinho e depois vou levá-la para ver seu papai, que tal? — Ele sorriu, mostrando seus dentes amarelos.

O estômago de Visaena se embrulhou, ela sentiu ânsia de vômito vendo a expressão nojenta daquele homem. Mas sua mente deu um estalo quando ouviu ele citar seu pai, ela tinha uma ideia do que ele queria fazer.

— Por que quer me levar ao meu pai? Meu pai morreu, a anos atrás. — Ela apertou o cabo das adagas, pronta pra pular no pescoço dele a qualquer instante.

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora