22 • Conflitos internos

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Eu ouvia meu avô falando com aquelas pessoas com uma frieza arrepiante correndo por meu corpo. O fogo de ódio que queimava no início, se transformou em um cubo de gelo, frio e sólido.

— Minha neta. - Virei pro vovô quando ele me chamou. Sua expressão ainda estava severa, mas sua voz era suave. — Você encontrou todas essas pessoas e agiu de maneira responsável e madura. Então irei deixá-la decidir o que devemos fazer com esses traidores.

Todo viraram pra me olhar e eu comecei a ficar meio nervosa com toda essa atenção. Mas não havia tempo pra timidez neste momento, eu tinha que dar a sentença desses assassinos.

— Não precisamos de todos para saber de seus planos, alguns são o suficiente. - Minha voz saiu mais fria que o normal. Virei pra olhar Daemon que tinha um sorriso orgulhoso no rosto, ele entendeu o que quis dizer e acenou alegremente.

Indo até a velha babá dos meus irmãozinhos e alguns outros espiões, ele os pegou e os enviou a masmorra onde iria lidar com eles mais tarde. Antes de continuar olhei Aemond, também havia pessoas que ele conhecia entre os espiões, mas ele balançou a cabeça minimamente, me dizendo que não iria interferir. Suspirei e sorri pra ele, antes de virar novamente pros criminosos.

— Vocês cometeram o pior pecado que poderia existir. Brincaram com dragões, nos tratando como ingênuos e desfilando ousadamente em nossa casa. Sabe o que acontece aqueles que desafiam dragões? - Um rugido tomou conta do lugar, fazendo o chão e as paredes tremerem.

Os nobres e todos ali tremiam de pavor e medo, menos claro, os Targaryen que já estavam muito familiarizados com esse som.

Então como um estrondo, Vermithor pousou ruidosamente na torre do outro lado do pátio e inclinou seu corpo pra frente, apoiando-se em suas asas que ficaram uma de cada lado do pátio. Ele encarava as pessoas ajoelhadas na minha frente mostrando seus enormes dentes. Olhei meu companheiro e sorri.

— Eles queimam em fogo e sangue. - Completei.

Voltei meu olhar aos miseráveis que tremiam ajoelhados na minha frente. Seus olhos cheios de lágrimas, clamando por misericórdia.

* Valiriano *
Dracarys.

Vermithor abriu sua boca com o fundo da sua garganta se iluminando, como se uma porta do inferno estivesse se abrindo, ele expeliu suas densas chamas alaranjadas. Derretendo toda pele e carne dos criminosos, e queimando seus ossos até virarem cinzas. Seu rugido furioso ressoava junto dos gritos de agonia dos ratos que ousaram entrar no ninho dos dragões.

Todos observavam fixamente aquelas pessoas agonizando no fogo que parecia vivo. Com horror e temor. Não há misericórdia na guerra.

Eu não conseguia tirar os olhos do fogo, não sabia o que estava sentindo, mas era uma sensação estranha. Como se algo fosse acontecer ou pior, como se algo me observasse de dentro do fogo.

Então uma voz saiu dali, fazendo minha alma estremecer e um frio tomar conta do meu corpo.

* Valiriano *
A mesma sensação... essa presença... você me lembra ela... - Era uma voz grave e rouca, como se estivesse saindo das profundezas do inferno. — Quem é você?

Meu corpo tremeu por que eu ouvi como se ele tivesse me perguntado isso ao meu lado, falando diretamente no meu ouvido. Olhei pros lados apavorada procurando quem tinha acabado de falar aquilo. Mas todos estavam longe de mim.

Minha mãe notou meu pânico e correu pro meu lado, me abraçando.

— Qual o problema minha filha? O que aconteceu?

Olhei pra ela quase chorando, tentando controlar minha respiração caótica. Consegui focar em seus olhos e me tranquilizar um pouco, respirando fundo.

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora