Prologo

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Eu nunca gostei quando o Tio Daemon vinha nos visitar. Os olhares que ele e minha mãe trocavam, os cochichos dos servos pelos corredores, e principalmente, a maneira terna e carinhosa que ele me olhava. Estar com eles me causava arrepios e era incômodo, então eu sempre fugia pra ficar com meu papai.

- Daemon está visitando hoje? - Estou sentada ao lado do meu pai quando ele me pergunta.

- Como o senhor sabe?

Ele começa a rir e me pega no colo, fazendo carinho na minha cabeça.

- Por que você sempre foge quando ele vem.

Fiquei chateada por ter sido pega, mas meu pai me conhece tão bem, então é claro que ele já tinha notado. Talvez todos já saibam disso também, por isso minha mãe parou de pedir pra ficar com ela quando o Tio Daemon vem.

Mas resolvi não pensar mais nisso e passar a tarde ao lado do meu pai. Ele ficou comigo o tempo todo, ele leu pra mim vários livros sobre a Antiga Valiria, quando ficamos cansados fomos até a cozinha pegar uns lanches e voltamos pra biblioteca. Eu amava passar tardes assim ao lado dele, era tranquilo e eu me sentia em paz.

Eu amava meu pai, ele sempre me protegeu e me ensinou diversas coisas. Mas aquelas cobras maldosas adoravam sussurrar pelos cantos que eu e meus irmãos éramos bastardos. Principalmente meus irmãos, que não nasceram com as características da nossa família e ouvir aquelas pessoas falarem mal deles fazia meu sangue ferver, se eu pudesse queimava todos até virarem cinzas!

Mas eu não tinha um dragão. Isso era a única coisa que me fazia sentir que eu não fazia parte da nossa família.

Os ovos dos meus irmãos nasceram e cada um deles tem seu dragão, mas o meu nunca eclodiu. Minha mãe e meu pai tentaram me dar outros, mas todos perderam seu calor e viraram pedra.

Eu era uma Targaryen nascida pra jamais ter um dragão.

Meu pai notou meu humor cabisbaixo enquanto eu estava pensando nisso. Ele então acariciou meus cabelos e falou comigo gentilmente.

- Qual o problema meu pequeno lírio?

Eu olhei para ele e senti meus olhos ficarem quentes, algo molhado já queria escorrer deles. Mas antes que eu pudesse responder um guarda entrou correndo na biblioteca.

Meu pai franziu as sombrancelhas e olhou pra porta, pronto pra repreende-lo. Mas o guarda falou primeiro.

- Sua alteza, um corvo chegou de Derivamarca. Sua irmã, Laena Velaryon entrou em trabalho de parto e infelizmente não resistiu. Ela faleceu senhor.

Olhei rapidamente pro meu pai e vi seus olhos arregalados em choque, com seu corpo tremendo ele começou a chorar ajoelhado no chão. Eu senti uma dor no peito em vê-lo daquela forma, eu nunca fui muito próxima da tia Laena, mas eu sei que ela era uma mulher incrível e gentil.

Abracei ele e ele retribuiu, agarrando-se ao meu pequeno corpo enquanto soluçava e chorava, se eu pudesse tiraria toda dor e tristeza que ele estava sentindo naquele momento.

Não me lembro o que aconteceu depois, só sei que minha mãe quando chegou e nos viu assim, gritou de dor também e correu até nós nos abraçando tremendo.

Jamais me esqueci daquele dia. Não só pela morte da minha tia, mas por que foi também o dia que eu perdi a pessoa mais importante da minha vida. O dia que meu pai encontrou-se com o Estranho.

***---***

Aqui terminam as introduções. A partir do próximo capítulo já começa a história.

Ainda não sei se ela vai começar contando a infância deles e depois dar o famoso salto temporal, estou pensando ainda nisso. Mas acho que irei começar com eles já maiores e escrever pequenos flashbacks ao decorrer da história contando sobre o passado deles.

O que vocês acham? Ir com flashbacks ou começar na infância mesmo?

Obrigada por ter lido e releve qualquer erro, as vezes uns escapam 😅

Por favor favoritem e me digam o que acharam 😊 bye, bye 🫰🏻🐉

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora