11 • Passado

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Passado

Naquele dia a pequena Visaena andava com passos bravos pelos corredores do castelo.

- Por que o papai tem que sair e eu não posso ir junto?! - Resmungos saiam dos lábios da menina, que estava com as bochechas infladas, mal humorada. - Eu sou filha dele! Ele tem que me levar onde vai! Não é justo!

A pequena ia em direção ao seu esconderijo secreto reclamando baixinho. Laenor havia saído mais cedo e não levou sua filha, o que a deixou muito magoada e injustiçada já que a criança era muito apegada a ele, e jamais saia do seu lado.

Ao chegar no jardim ela se assustou quando viu outra cabeleireira platinada sentada embaixo da árvore que ela gostava de ficar. Isso deixou Visaena mais brava ainda, que com passinhos raivosos foi até o intruso.

- Ei você! Aqui é o meu lugar! - Assim que falou a criança a sua frente levantou a cabeça assustada e foi quando Visaena pode ver melhor a aparência dela. Era um menino que parecia ser um pouco mais velho que ela, seu rosto e roupas estavam cheios de fuligem e cinzas negras, parecia que ele havia acabado de sair de uma chaminé. - Você está bem?

Vendo a aparência suja do menino, ela se arrependeu um pouco de ter sido tão dura com ele.

Mas quando tentou se aproximar o menino gritou com ela.

- Sai daqui! Me deixe sozinho!

Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto cheio de lágrimas, estava na cara que ele tinha chorado a poucos momentos atrás. Mesmo com o grito do garoto, Visaena não se importou e continuou indo em direção a ele, sentando-se ao seu lado. Os dois ficaram em silêncio, a pequena princesa não sabia o que dizer pro seu novo amigo que chorava.

- O que você ainda faz aqui... - Um murmúrio saiu do seu lado e ela virou pro menino, que continuava com o rosto enterrado nos joelhos.

- Papai diz que é triste e solitário chorar sozinho. - O garoto virou pra menina ao seu lado. Ela olhava o céu com seus olhos brilhando. - Então sempre que eu encontrasse alguém triste, eu devia estar lá com essa pessoa.

Ele ficou um pouco surpreso quando ouviu ela dizer isso. Seu pai parecia amar muito ela. Quão bom seria se seu próprio pai fosse assim e não ligasse só pra sua irmã mais velha?

Visaena notou que o garoto ficou mais cabisbaixo e um arrependimento bateu em seu peito. Ela ficou com medo de ter falado algo errado. Então decidiu mudar de assunto.

- Eu me chamo Visaena, qual o seu nome?

Ele levantou um pouco a cabeça e olhou pra menina. Depois de pensar um pouco, disse seu nome. - Aemond.

Os olhinhos da pequena Princesa brilharam ao notar quem era o garoto chorão ao seu lado. - Você é meu tio! - Ela gritou animadamente, assustando o menino.

- Você é minha sobrinha? - Aemond franziu um pouco as sombrancelhas tentando lembrar do nome da filha de sua irmã. Quando lembrou se sentiu um pouco triste, a pessoa que foi boa com ele era irmã do bastardo que lhe deu um porco e riu dos seus sonhos a poucas horas atrás.

Vendo seu tio emburrado novamente, Visaena ficou confusa. Ela não sabia por que ele mudava de humor toda hora, ele era um menino muito complicado, pensou ela.

Depois de um tempo em silêncio, ela resolveu perguntar. - Por que você estava chorando tio Aemond?

Aemond olhou pelo canto dos olhos pra sobrinha, em conflito se devia ou não responder ela. Mas acabou sedendo, ela não havia feito nada a ele.

- Eles me deram um porco. - Seu murmúrio foi muito baixo, o preocupando um pouco, se perguntando se ela havia ouvido.

- E qual é o problema? Eu amo porquinhos! Tio Aemond não gosta?

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora