27 • Noite das garotas

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POV Haelena

- Não sei por que ele ficou tão bravo. - Falei assim que me reuni com meus sobrinhos.

Não entendia por que aquele cara ficava tão bravo, na verdade não sei por que as pessoas ficam bravas comigo. Elas simplesmente deviam aceitar a verdade! Eu não conto nenhuma mentira, então por que sempre saio como a errada?

Mamãe principalmente, é cansativo! Mas eu concordo que com Cole eu implico um pouco. Jamais aceitei ele continuar remoendo algo que aconteceu a anos e não seguir em frente.

Criston Cole sempre esteve lá desde que me lembro. Ele sempre cuidou de mim e foi a única figura paterna que tive na vida, ele me ensinou tudo e era o único que não me repreendia por sempre falar o que eu penso. Eu realmente amo ele e o vejo como parte da família, Viserys não é meu pai, Criston que é.

Me perdi um pouco em memórias distantes, até que ouvi meu sobrinho perto de mim.

- Tia Haelena você devia cuidar melhor o que fala. - Luke disse ainda tentando parar de rir.

Olhei pra ele confusa, mas deixei pra lá. Eu estava ali hoje por que cansei de mofar naquele maldito quarto. Já tinha perdido a guerra por causa daquela balista e isso me deixou frustada. Então resolvi sair e ver meus irmãos treinando, Aemond sempre foi muito bom na esgrima, já Aegon por outro lado...

Olhei meu irmão mais velho batendo no espantalho... é... Aegon é o Aegon, não posso esperar muito dele. A única qualidade do meu irmão é Sunfyre, nada mais além disso.

- Você está melhor? - Rhaena que estava ao meu lado me perguntou, nunca fomos muito próximas, então ela parecia bem inquieta.

- Sim, estou bem melhor. Obrigada por ter perguntado. - Sorri pra ela, não tinha nada contra minhas primas. Na verdade achava elas umas fofas, pena que não pudemos ser muito próximas na infância.

Ela deu um suspiro de alívio e sorriu também. O clima estava bom e eu amei aquela sensação de paz ao lado dos meus sobrinhos e primas. O clima com minha família materna era sempre tenso e frio, aquela víbora e minha mãe deixavam meus irmãos paranóicos e só pioravam os traumas deles. Por isso sou grata a ela por ter me enviado pra longe. Essa foi a melhor decisão que ela tomou como mãe, enviar eu e Daeron pra sermos criados em Vilavelha.

Observei meus sobrinhos, Luke e Joff lutarem. Os dois eram muito bons, mas Joff ainda perdeu pro mais velho. Do outro lado meu irmãozinho Aemond lutava contra Jace, o que era estranho já que esse dois não se davam bem a muito tempo.

Fiquei preocupada que meu caçula caolho fizesse algo, mas ele parecia só treinar com o sobrinho, mas as vezes enviava olhares na nossa direção. Comecei a achar aquilo meio estranho e minha alma de investigadora se atiçou.

Eu amo fazer investigações, alguns meistres (todos) da Cidadela diziam que eu era bisbilhoteira e pior, alguns (todos) me chamavam de fofoqueira! O que eu jamais aceitei! Não sou bisbilhoteira, simplesmente tenho curiosidade sobre as coisas. Prefiro me referir a mim mesma como investigadora, que investiga fatos e boatos pra encontrar a verdade.

E eu descobri um boato muito interessante. Em uma noite li, sem querer, uma carta que minha amada Helaena enviou pra Daeron, contando que nosso irmãozinho caolho havia se encantado com alguém. Não me envergonho de ter lido, Daeron devia guardar melhor suas coisas, não em uma caixa chaveada na última prateleira no alto do armário, foi muito fácil de achar enquanto eu arrumava o quarto do meu caçula. Foi assim que fiquei sabendo disso e eu tinha que descobrir quem era essa pessoa que conseguiu derreter o coração de gelo desse menino.

Aemond continuava lutando com Jace e enviou mais um olhar pra cá, rápidamente segui sua direção e vi ali minha sobrinha, que sorria com as bochechas coradas vendo ele.

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora