32 • Dama do Inverno

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Já fazia um tempo que estávamos na canoa, descendo o rio. Estava preocupada que Aemond já estivesse cansado e tentei, em diversos momentos, trocar de lugar com ele e remar, mas ele sempre recusava e dizia que ele iria fazer isso.

Fon se debruçava sobre as águas, brincando com os peixes dizendo que eu devia deixar os homens fazerem todo o trabalho. Olhei brava pra minha amiga, que não se preocupava nenhum pouco com meu noivo e só brincava com seus animais.

Quando achei que já estava a ponto de arrancar aqueles remos da mão dele, Fon finalmente se levantou bruscamente, gritando.

— Chegamos!

Soltei um suspiro de alívio ao ver o pequeno cais de madeira, onde podíamos descer e amarrar a canoa.

Não demorou muito pra chegarmos até lá e conseguirmos descer. Fon pulava de um lado pro outro, animada por estar voltando pra casa, mesmo ela tendo estado ali hoje pela amanhã.

Estava preocupada ainda com Aemond, mas ele me abraçou e me deu um beijo rápido nos lábios.

* Valiriano *
Não se preocupe, seu noivo não é tão frágil. - Ele riu e começou a seguir Fon, que já havido adentrado a mata.

Eu, Aemond e Fon andávamos pela floresta depois de sairmos do rio. Era inverno e o frio estava congelante, os ventos pareciam cortar minha pele quando sopravam, eu devia ter trazido mais roupas quentes.

* Valiriano *
Você está bem? - Aemond abraçou meus ombros me puxando pra perto dele, enquanto tentava barrar um pouco do vento. — Essa pirralha tá levando a gente pra onde? Isso aqui é o fim do mundo.

Uma risada escapou dos meus lábios quando ouvi ele murmurar reclamando. Levantei minha mão pra acariciar sua bochecha, fazendo ele se virar em minha direção.

* Valiriano *
Tenha paciência meu amor. Confie nela. Ela já me salvou muitas vezes. - Ele ainda estava emburrado, mas vi sua expressão derreter quando chamei ele.

Eu queria beijar seus lábios e me jogar em seus braços ali mesmo, assim talvez esse maldito frio acabasse.

Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Fon parou abruptamente e virou ansiosa pra trás.

— Droga! - Ela xingou sussurrando e começou a nos puxar pra trás das árvores. — Rápido! Rápido! Se escondam! Não façam nenhum barulho! - Comecei a ficar nervosa em ver sua expressão desesperada. Ela estava muito aflita e eu nunca a tinha visto assim. — Tentem não respirar muito alto, se puderem abafar a respiração de vocês façam isso! Pelos Deuses, façam o minimo de barulho possível!

Aemond ficou tenso e em guarda instantaneamente, ele queria puxar sua espada e se preparar para o que diabos estivesse chegando, mas Fon o impediu e implorou pra ele não fazer nada. Vendo o semblante de pavor dela eu comecei a ficar aflita também e arrastei ele pra se esconder.

Nós dois nos escondemos atrás de uma grande árvore, enquanto Fon se escondia em outra a poucos metros de nós, mas ainda conseguíamos ver uns aos outros.

Quando olhei pra ela, ela levou o dedo aos lábios e fez um sinal de silêncio. Eu engoli em seco e esperei ansiosa, temendo o que quer que estivesse chegando.

Então começamos a ouvir passos, mas não era humano, parecia que um cavalo ou algum animal com cascos estava se aproximando. Meu coração disparou e me enterrei mais nos braços de Aemond, que me abraçava com força. Assim que o som chegou mais perto nós espiamos cuidadosamente o que tinha ali e foi quando eu quase soltei um grito. Pelos Deuses, ainda bem que Aemond estava comigo, ele tampou quase que instantâneamente minha boca, abafando minha voz que quase escapou.

Sangue do Dragão | HOTD | Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora