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CABELINHO

Tô só fitando a mina aqui do meu canto, papo reto ela tá toda arrumadinha.

Tô ligado que de manhã agi meio estranho com ela, mas não dava pra dar moral na frente dos mano da boca.

Tem que manter a postura.

Mina maluca também, saiu batendo o portão.

- Quer um babador ? - Orochi diz e desvio meu olhar da mandada.

- Tô só vendo se ela tá bem - digo e ele ri.

- Desde quando tu se preocupa com alguma coisa? - ele pergunta debochado.

Errado não tá, ligo pra porra nenhuma.

Do de ombro e tomo um gole da minha cerveja.

Ainda tentei chegar nela na Namoral, e a mandada me mandou ralar na cara dura.

Tô só mirando essa morena, alguma coisa nela me atrai.

Porra, vou logo querer a complicada.

Mas também não posso nem ficar em cima, a mina deve tá toda abalada por causa do maluco lá.

Vejo Kátia, uma das marmitas do morro se aproximar.

- Oi meu amor - ela tenta se chegar e saio de perto.

- Qual foi Kátia? Já te dei o papo pra tu ficar longe, daqui a pouco vai ficar careca - digo irritado.

Comi só uma vez e a mulher quer se crescer.

- Poxa minha vida, tava doida pra matar a saudade. - ela passa a unha no meu pescoço.

- Mas eu não tô afim não! Mete o pé rala - digo firme e ela mete o pé.

Porra de mulher mandada, por isso que não pode dar moral pra ninguém.

Continuo bebendo a minha cervejinha e trocando papo com os caras.

A comunidade tá mó paz, da gosto de ver.

As crianças correndo, geral no pagodinho raiz.

Olho pra entrada do bar e vejo a minha irmã Vitória passando por lá.

- Mas que porra - resmungo.

Ela tá achando que não tô vendo as merdas que ela tá fazendo pelo morro.

Ficando com cara da boca, matando aula.

Pago a porra da escola caralho pra uma desgraça, pra essa maluca ficar fazendo merda pelo o morro.

Ela se junta com a amiga da maluca lá e começa a dançar.

Fico só olhando ela daqui.

Quando ela pega o copo de cerveja pra tomar eu me levanto e vou até lá.

A mina nem é de maior ainda, tem 16 anos nessa porra!

Seguro o braço dela e isso me atrai olhares.

- Bora Vitória - digo de uma vez, pouco papo.

- Não - ela bate o pé - Tô me divertindo. - nem escuto o que ela tá falando e só puxo seu braço.

Mas sou impedido.

- Ela falou não - a mandada do K2 se mete. - Engraçado ontem me ajudou por conta de agressão e hoje tá cometendo a agressão, hipócrita.

Minha expressão muda na hora.

- Não se mete Bella, e coisa deles - a amiga dela diz.

- Não vou permitir que isso aconteça comigo e nem com mais ninguém - ela diz firme e pega no braço da Vitória.

A porra agora virou super heroína.

- Papo reto me estressa não mina - digo e ela continua sustentando o meu olhar.

- Já passei por tanta coisa que nem a sua pior ameaça vai me assustar!

Continuo a encarando.

Porra, essa praga deve foi enfiada pelo diabo pra atentar minha mente.

Desvio o olhar e olho pra cara da Vitória.

- Se tu por uma gota de álcool na boca, tu já sabe - digo e ela engole seco.

Solto o braço dela e a mandada, Bella.

Solto um sorriso.

- Tomar no cu também - digo e subo na minha moto metendo o pé.

Evitar confusão, porque do jeito que a mina é.

Ia ficar debatendo comigo a noite toda.

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora