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Cabelinho

Jogo a grana em cima da mesa e começo a contar separando em maços de mil reais.

A porta da salinha é aberta e Vitória passa pela mesma.

Ela se joga na cadeira da frente e se apoia na mesa.

- Não gosto de tu aqui - digo ela revira os olhos.

- Vim te ver maninho - ela sorri.

- Fala o que tu quer Vitória - digo e coloco o elástico no dinheiro.

- Bella tá precisando de um emprego, e sei que tu pode ajudar com isso - ela diz e abre um sorriso.

- Posso não - digo curto e reto.

Tô fugindo daquela mina, só de chegar perto sinto uns bagulhos estranho.

Mó parada errada.

A mina acabou de sair de um bagulho toda errado, não dá pra ficar perto e acabar agarrando ela.

Acho sacanagem só fuder e sair fora com ela.

- Vitor! Eu sei que você pode, tu pega arrego de todas as lojinhas, tem as escolas que você ajuda, dá pra você falar com as tias lá - ela começa a falar.

Porra!

- Vou ver caralho - digo e Vitória vem até mim e me abraça.

Ela me dá um beijo na bochecha.

-  Por isso que eu te amo!

- Falsa do caralho, ontem mermo tava me xingando - digo e ela ri.

Vitória saí da sala e guardo o dinheiro no cofre.

Quando acabo saio da salinha é vou lá na casa do Orochi.

Ele é o sub dono do morro, moleque responsa.

Tá rolando uma resenha lá na casa do mano, o cara vive disso pô.

E nada como uma festinha pra animar as coisas.

Chego na casa dele e entro já sendo recebido por duas putas.

Mando elas deram um rolê de vassoura e vou até meu mano.

Faço um toque com ele.

- Falo tu - digo e ele ri.

Essa porra na tá na onda máxima.

- O paraíso - ele diz e abre os braços.

Orochi sempre gostou de ostentar.

Apenas concordo.

Tiro um pino do bolso e arrumo em fileira na mesa.

No início não queria usar essas porras.

Mas com o tempo, só a maconha não resolvia!

A porra das memórias da minha mãe apanhando, das pessoas que matei, sempre voltam alguma hora.

E ficar na onda é a melhor coisa pra passar por isso.

Cheiro tudo de uma vez e sinto meu corpo ficar ativo.

Tomo um gole do whisky e acendo um baseado.

Começo a me mexer no ritmo da musica e chamo uma das putas com o dedo.

Que se foda tudo.

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora