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CABELINHO

Tô me sentindo um mané, tô parando em frente o portão do Chefinho esperando a Vitória abrir.

Resolvi passar por cima do meu orgulho e conversar com a doida.

- Você? - me surpreendo vê a Bella saindo da casa.

- opa tu por aqui - digo rindo - Vim falar com a Vitória.

- Já tava na hora! Tentem não brigar - ela diz rindo.

Bella tenta passar por mim mas me coloco na sua frente.

- Bora sair mais tarde - digo e ela revira os olhos.

- Na boa cabelinho, tu me trata bem e me ignora, não sou brinquedo seu! Quando você melhorar essa bipolaridade a gente conversa - ela diz debochada e me dá um beijo na bochecha.

- Mandada da porra - grito e ela sai rindo.

Me viro vendo a Vitória parada na porta.

- Entra - ela diz e peço licença entrando.

O pai é educado.

Vitória se senta no sofá e jogo a sacola que tava na minha mão o tempo todo no colo dela.

Ela me olha sem entender e pega a mesma.

Sento ao seu lado e vejo a mesma abrindo a sacola, ela me olha animada quando vê o que tem dentro.

- Não acredito! - ela diz rindo e puxa o conjunto da Nike de bebê.

- Pô tu tá ligada que eu não sei falar os bagulhos, sou todo ignorante, mas porra tudo que eu falei e porque quero teu bem - ela me olha sorrindo.

- Eu errei também! Agi como uma garota mimada, sei que errei - ela abaixa o olhar - Mas não tem o que fazer, tem uma criança que precisa de mim.

Ela diz e concordo.

- Imagina pô ele ficar trajado igual o tio! - digo animado.

- Tu comprou uma dessa aqui pra você também? - ela pergunta sem acreditar.

- Mas é claro pô!

- Mas você nem sabe se e menino cabelinho! Deixa de ser burro. - Vitória diz rindo.

- Deixa de ser mal agradecida - resmungo e puxo a sacola.

- Me dá e do meu filho! - ela puxa de volta - Se não for menino, eu faço outro pra ser.

- Tu brinca mesmo com isso Vitória! Se eu não te matei agora dá próxima mato.

Vitória solta uma risada alta e me abraça.

- Tava com saudade de você maninho! - aperto ela contra mim e depois solto.

- Como tá isso aí - aponto pra barriga dela.

- Tá bem! Fiz o primeiro exame essa semana, tô com um mês - ela diz empolgada.

- Já mexe? - pergunto curioso.

- Não, mas se quiser pode por a mão.

Vitória puxa a minha mão até a sua barriga e eu me assusto.

Nunca fui um cara de mostrar muito afeto.

Mas e uma parada estranha saber que tem um bebê ali, solto um sorriso de lado e passo a mão meio sem jeito.

Olho pra Vitória que tá toda sorridente.

- Tu é a minha vida, e agora tem um intruso também - digo e ela ri.







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