Tudo Por Você

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Bella

- Desculpa meu anjo! - digo e ela sorri - Cadê sua mãe?

- Não sei tia, eu tava ali - ela aponta pra uma daquelas máquinas de pegar brinquedo - Quando olhei ela já não tava mas lá.

Mordo o lábio sem saber o que fazer.

- Sua mãe não deve ter ido muito longe, melhor ficar parada em um lugar só - digo e ela concorda. - Quer sorvete? - pergunto e ela nega.

- Minha mãe falou pra mim não aceitar coisas de estranho.

- Está certíssima - digo sorrindo.

Pego na mãozinha da menina e ando com a mesma até uma das mesas.

- Qual o seu nome? - pergunto.

- Ana Beatriz, mas gosto de ser chamada de bia - ela diz empolgada.

- Prazer Bia, me chamo Bella - pisco pra ela - Como a sua mãe é?

- Ela tem a pele igual a minha, o cabelo dela e curto até o ombro...- ela diz e pensa um pouco - Ah ela tem uma tatuagem no ombro de rosa, é baixinha, acho que do seu tamanho - ela ri.

- Qual o nome dela? - pergunto curiosa.

- Rosângela.

Engulo seco, é o nome da minha mãe também.

Paro pra pensar um pouco e a minha mãe também tem uma tatuagem no ombro.

Lembro me dá história que ela contava sobre a tatuagem.

Ela fez quando tinha 17 anos, escondida dos pais.

Sorrio sem graça pra menina a minha frente.

Será que a Bia e a minha irmã? Não é possível.

Primeiro a ligação e agora isso.

- Ana Beatriz?! Meu deus eu já te avisei pra não sair de perto de mim - aquela voz faz todo o meu corpo se arrepiar.

Me viro vendo a mulher que me largou de mão.

O rosto dela fica pálido.

- Isabella? - ela pergunta e anda até mim.

- Rosângela - digo sem ânimo.

- Minha filha, como você está? Eu tentei te ligar novamente só que não consegui - ela se senta ao lado da Bia que olha tudo sem entender nada.

- Acho que não é o momento da gente conversar sobre isso - digo e aponto pra Bia.

- Você tem razão! Me desculpe, fiquei tão empolgada, voce está linda! Sei pai vai ficar tão feliz em saber que está bem - ela diz e tenta pegar na minha mão, mas eu a puxo.

Não dá pra tentar força a barra, ela tem que entender que tô magoada com tudo.

Eu quero conversar com ela, mas não aqui e na frente de uma criança.

A qual é a minha irmã, está tão linda e grande.

- Não força Rosângela - digo tentando ser suave - Me ligue amanha cedo, vou marcar com você em outro lugar - digo e me levanto.

Vejo o olhar triste no rosto da minha mãe e sinto uma pontada no peito.

Que merda!

Finjo que não me abalei e do um beijo na cabeça da Bia.

- Foi muito bom te conhecer, espero que a gente possa brincar e se divertir muito ainda - digo animada e ela sorri.

Não me despeço da minha mãe, apenas viro as costas saindo de lá o mais rápido possível e indo encontrar a Lua.