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CABELINHO

Paro na boca do postinho e falo com alguns vapores.

Recolho o dinheiro e do a carga nova.

Essa é a boca que mais ando tendo lucros! Os playboy vem tudo no início do morro comprar.

Coloco o dinheiro no bolso e subo na moto.

Faço a rota de sempre pra chega na minha casa, mas no caminho algo me chama atenção.

O portão da casa do K2 tá aberto, não só o portão, a porta da casa também.

Estaciono a moto e desço por conta.

Se aquele filho da puta quis me peitar e colocou o pé no morro de novo, vou encher a porra da cara dele de bala de novo.

Tiro a pistola da cintura e entro só de cantinho, mas abaixo a arma quando vejo a Bella sentada imóvel e chorando.

- Porra - digo e fico meio jeito.

Bagulho de prestar ajuda por meio de afeto nunca foi minha praia.

Mas também não dá pra deixar a mina chorando aqui.

Coloco minha mão no ombro dela e a mesma se assusta.

- Saí! - ela grita e corre pro canto do quarto.

Essa mina deve ter passado por altas paradas já.

Esse sorriso dela não me engana!

- Calma pô - digo tentando não soar ignorante.

Ela limpa o rosto correndo e tenta se recompor.

- Não precisa me olhar com essa cara tô bem - ela se vira dando as costas pra mim.

Papo reto, bagulho que já percebi e que ela gosta de dá uma de brabona.

Toco no ombro dela e quando a Bella se vira puxo a mesma pra um abraço.

- Sei como é ser durão o tempo todo - digo e passo a mão no cabelo dela.

Bella encosta a testa no meu peito e sinto um arrepio no meu corpo.

Passo a mão pelo cabelo dela e a deixo chorar.

Ela fica um tempo assim, até se levantar e me olhar.

Até com a cara inchada a filha da puta consegue ser linda.

- Preciso pegar minhas coisas - ela diz depois de um tempo.

- Eu te ajudo pô .

Não sei o que tá rolando comigo, acho que virei super herói e não tô sabendo.

Bella sorri pra mim e abre uma bolsa.

Ela começa a por as roupas dentro da bolsa e ajudo.

Fizemos tudo em silêncio.

Mas não um silêncio constrangedor, um silêncio agradável.

Assim que ela termina com a bolsa olha ao redor.

- Espero nunca mais ter que voltar aqui - ela diz e sorri.

Incrível como essa mina passa por uma porrada de coisa, mais não tira o sorriso do rosto!

- Bora te deixo na tua casa.

- Não precisa! Já me ajudou até demais.

- Para de marra pô! Tô de moto, melhor do que tu ir com essa bolsa cheia de peso - digo e ela se dá por vencida.

Bella passa na minha frente e sigo ela.

Quando passo pela porta, ela tranca a mesma e depois o portão.

- Não sei subir nisso - ela diz e aponta pra minha bebê.

- A valentona não sabe? - implico tirando um sorriso dela.

Bella revira os olhos e cruza os braços.

Seguro na cintura dela a pegando de surpresa e a coloco sentada em cima da moto.

- Pronto - digo com as mãos ainda na cintura dela.

Bella me olha com intensidade e confusão.

Retribuo e não desvio.

Mas que porra, essa mina consegue mexido comigo fácil.

Desvio o olhar e me afasto, não vou ser o otário que vai se "aproveitar" de um momento frágil dela.

Sou filho da puta, mas não tanto.

Subo na moto em silêncio e ajeito a bolsa no meu colo.

- Segura na minha cintura - aviso, e ela põe a mão com um pouco de receio.

Mas que merda! De novo fiquei arrepiado.

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora