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CABELINHO

- Devo tá com cara de palhaço só pode - digo estressado e acendo um baseado - Essa porra foi roubada na nossa cara e vocês não fizeram nada! - bato na mesa e os vapores se assustam - Quero a porra da carga na minha mesa até a noite, se não aparecer vai morrer os três - digo prós cara que arregalam os olhos.

Saio da sala revoltado e subo ficando na laje.

Mas que caralho, como a porra de três moleques conseguem ser roubado por um viciado.

Vontade de estourar a cabeça dos três.

Do uma tragada no meu baseado e solto a fumaça.

Olho pra rua vendo a Bella descer com uma pasta na mão.

- Ou - grito pra ela que olha pra cima. - Cadê a minha irmã?

- O que? Você tá muito longe nem tô te ouvindo - ela diz dando uma de sonsa.

- Tu ouviu muito bem mandada! - grito e ela ri debochando.

- Tá em boa mãos, beijos - ela manda uns beijos no ar e sai andando.

- Mandada do caralho! - grito pra mesma.

Termino de fumar a minha maconha e desço voltando pra sala, pego a minha chave e guio pra um de meus barracos que tem pelo morro.

Marquei com uma mina lá, duvido que levo qualquer uma pra minha casa.

Essas porras ficam tudo abusada quando dá confiança.

- Oi cabelinho - ela diz toda manhosa.

- Pouco papo e muita ação - corto a onda dela.

                                 [ ... ]

- Onde tu tava? - pergunto quando a Vitória fecha a porta.

- Na casa da Bella - ela diz e tenta passar por mim.

Paro na frente dela e cruzo os braços.

- Vou começar a cortar tuas asas! Tu acha que não sei das fofocas que andam rodando com teu nome? - Vitória revira os olhos.

- Já pensou em me perguntar das coisas? Antes de tirar suas conclusões.

- Vitória não testa a minha paciência! Se tão com teu nome na boca e porque tu dá a porra do motivo, fica andando pra cima e pra baixo com aquelas putas lá - me refiro as meninas da idade dela que já deram pra metade do morro.

- Na boa, eu não me meto em nada do que tu faz, então não se mete no que eu faço! Vai comer suas putas e me deixa em paz - Ela tenta passar por mim mais seguro o seu braço.

- Tu tá esquecendo que ainda e de menor e deve satisfação a mim, ou tu que ir morar com aquele velho?! - aumento meu tom de voz.

Vitória morava com o inútil do pai dela, quando fui lá e trouxe ela pra cá.

O velho só sabia beber e nem cuidava da garota.

Não gosto e usar isso contra ela, mas sempre quando tô com raiva acabo falando demais.

- Qua saco! - ela puxa o braço e começa a subir a escada - Tu não pergunta se tô bem, não quer saber nada referente a mim! Mas quando é pra me xingar abre a boca rápido. - ela grita - Tô cansada! Acho que vou preferir voltar pra lá do que continuar aqui contigo. - ela diz e sobe a escada batendo perna.

Lidar com a porra de uma adolescente em casa é uma merda.

Nunca pra entender, se tá muito em cima reclama.

Se tá distante reclama, tomar no cu.

Puxo outro baseado do bolso e acendo.

Só essa porra pra me acalmar.

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora