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Bella

Enrolo mais um pouco na cama mas acabo levantando pra tomar um banho.

Cabelinho saiu daqui puto porque eu ignorei ele.

Não queria falar e ele tinha que respeitar a minha decisão, e algo que só eu sei.

Algo que só eu passei e não quero compartilhar, não tô pronta pra isso.

Mas tirando essa parte chata, minha noite foi perfeita!

Ainda sinto o toque do cabelinho por todo o meu corpo, sorrio toda vez que lembro.

Termino de tomar o meu banho e arrumo a cama do mesmo.

Depois saio do quarto vendo a Vitória saindo do dela também.

- Bom dia, a noite foi boa né - ela diz e sinto minha bochechas esquentarem.

- Fui obrigada a ouvir gemidos - ela diz com cara de nojo.

- Cala a boca Vitória! - digo morrendo de vergonha.

Vitória continua rindo da minha cara e olho a sua barriguinha.

Não está muito grande mas dá pra ver o volume, ela está quase completando três meses e tá todo mundo ansioso pra saber qual é o sexo do bebê.

O doido do cabelinho já apostou 5 mil com o Orochi que é menino.

Nunca vi, o cara adora arrumar desculpa pra gastar dinheiro.

Quem tem pode né, eu que não posso e nem tenho esse dinheiro todo.

Meu celular toca e vejo o número desconhecido, me distancio um pouco da Vitória e atendo o celular.

- Oi - digo sem ânimo já sabendo quem é.

- Filha? Sou eu, como está?

- Tô bem! E você? - pergunto tentando soar simpática.

- Tô ótima! Queria marcar da gente se encontra, se resolver, sabe quero deixar as coisas bem entre nós.

- Ok, eu quero conversar, mas com uma condição - digo e solto um sorriso.

- Qual?

- Tem que ser aqui no morro, fica a seu critério de aceitar ou não.

Se ela quer mesmo se resolver comigo vai ter que aceitar as minha condições.

Lembro me bem dela falando que o morro era lugar de favelado e gente pobre.

Gente que no final virava traficante ou puta.

Quero ver a madame Rosângela pisando de salto aqui.

A ligação fica em silêncio por um tempo e ouço uma risada sem humor dela.

- tudo bem, estarei livre amanhã, dá pra você?

- Te busco as 17:00 na subida do morro, beijo mamãe.

Desligo a ligação sem a deixar se despedir.

Sei o quanto ela se acha superior e nunca pisaria aqui.

Deve estar se mordendo de raiva.

Vou conversar e tentar perdoa lá, porque vai me fazer bem.

O perdão liberta, não quero viver mal o resto da vida.

Cabelinho estava certo quando disse que mãe e uma só! E não vou ser a babaca da história, a minha parte vou fazer.

Mas se ela já surtava quando eu namorava um traficante, imagina quando souber que tô junto com o dono do morro.

Vou matar a velha de vez!

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora