14

15.7K 974 23
                                    

BELLA

Sento na calçada cansada e olho pras duas que ainda estão dançando animadas.

São quase duas da manhã e já tô morta, meu pé tá inchado e já até parei de beber.

Mas a Vitória e a Luanda continuam dançando.

- Vou ir embora, tô morta nega - digo pra Luanda.

- Vou com tu - ela diz mais a corto.

- Tu rala pra caralho! Merece curtir, fica aí com a Vivi, da pra mim ir sozinha, o morro tá cheio - digo e ela fica meio assim - Sério Lua! Curtir por mim e por você.

Luanda sorri pra mim e beijo sua bochecha, me despeço da Vitória e pego a chave de casa com a Luanda.

Vou me espremendo no meio de todo mundo até sair do outro lado, começo a andar devagar pra ir pra casa.

Mas sinto que tem alguém atrás de mim e acelero os meus passos, levo um susto quando uma mão segura meu braço.

- Me solta seu pervertido - me veio pronta pra bater, mas paro quando vejo ser o Cabelinho.

Ele sorri pra mim pela primeira vez e sinto vontade de mata lo.

- Mas que porra! - empurro ele. - Seu doente.

- Me chamar de pervertido foi foda, excitante - ele brinca e reviro os olhos. - Tá fazendo o que sozinha? Cadê a maluca da minha irmã?

- Tá sobre os cuidados da Luanda, fica calmo - digo ele põe a mão no bolso.

- Tá indo pra casa sozinha? - ele pergunta e concordo - Te acompanho, tô de bobeira mermo - ele da de ombro.

Não discuto sobre isso, tô cansada demais pra debater.

Cabelinho vem andando do  meu lado em silêncio e fico inquieta.

As vezes o jeito caladão dele me deixa agoniada.

- Fala, sei que tu quer dizer algo - ele diz enquanto olha alguns carros passando.

- Quanto tempo você tá nessa vida? - não seguro minha língua e pergunto de uma vez só.

- Acho que dês dos 16 ou 17, não lembro a idade certa - ele diz não dando muita importância.

- hmm - digo e mordo meu lábio.

- Tu e toda diferenciada - ele diz rindo - a pergunta que tu faz.

- Ué, senti curiosidade - do de ombros. - Tu fumou? - pergunto.

Ele me olha e nega.

- Tá rindo demais, acho que fumou.

- Tomar no cu garota, só tô na paz hoje - solto uma risada e ele me encara dando um sorrisinho de lado.

Voltamos a andar em silêncio e quando chego em frente a mina casa o cabelinho para.

- Entregue - ele diz e sorrio.

- Valeu - digo e me aproximo dando um beijo na bochecha dele. - Boa noite coisa feia - digo e abro o portão.

Cabelinho cruza os braços e dá um sorrisinho de lado.

Esse sorriso, é aquele típico sorriso que fode com a mente de qualquer uma.

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora